29.9.07

Ganda nóia, chefe!

Faltou-lhe um bocadinho assim...Pois é, lá vamos ter mais uma figura a ridicularizar na Contra Informação e no Edição Extra.

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26.9.07

Bastonada no monge - um novo jogo directamente do sudeste asiático


Quase 20 anos depois, a comunidade internacional parece estar mais decidida a fazer algo concreto em relação ao Myanmar/Birmânia. Parecem estar surpreendidos com o que está a acontecer, quando monges pacíficos são alvo de pelotões da polícia de intervenção - e olhem que "polícia de intervenção" no sudeste asiático é bem diferente do que polícia de intervenção por cá, digamos que a cacetada e o canhão de água que nas democracias são usadas para dispersar as manifestações mais violentas, por aquelas bandas são tratamento standard.

Mesmo com o isolamento a que o país está sujeito, há pessoas que conseguem fazer passar os seus relatos através da internet - que pode ser uma maldição ou uma bênção para as ditaduras. Para bem da população, espero que a UE e os Estados Unidos vão muito mais além das "condenações" e das restrições de viagens aos responsáveis do país - em 1988 foi como se não tivesse acontecido nada. Situações destas exigem uma resposta rápida e capaz de fazer os transgressores pensar duas vezes antes de repetirem as suas práticas; claro que se tudo não passar de declarações de intenções não terá servido de nada e o sentimento de impunidade terá prevalecido.

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25.9.07

Scratch my back and I'll scratch yours

Desde 1994 que a Lusoponte detém a exclusividade da exploração de qualquer ponte rodoviária que se construa entre Vila Franca de Xira e a foz do rio Tejo. Na altura, o contrato que lhe conferiu esse direito (e que a mim parece-me ligeiramente inconstitucional) foi aprovado por um decreto lei do governo, liderado pelo actual presidente da república, cujo ministro das obras públicas se chamava Ferreira do Amaral. Acontece que esse indivíduo hoje é apenas o presidente da Lusoponte, ou seja, não teria interesse rigorosamente nenhum em explorar mais ponte menos ponte sobre o rio Tejo, até passam poucos carros sobre a 25 de Abril e a Vasco de Gama, para quê mais uma?

E aqui vimos um excelente exemplo de troca de favores e de sinergias entre o sector público e o sector privado. Vemos também como a integridade e seriedade eram marca do governo liderado por um homem que hoje é presidente da república e que está a ter um excelente entendimento com o actual primeiro ministro que ou muito me engano, ou pretende ficar na história de Portugal com o título de "Cavaco do século XXI".

Claro que se for feita uma ponte ferroviária à qual se acrescente um tabuleiro rodoviário, a Lusoponte vai ter que ser compensada - a Procuradoria Geral da República até já considerou isso e tudo - afinal esteve Ferreira do Amaral tão bem aplicado a planear aquilo tudo para deitarem o arranjinho por água abaixo, literalmente?

Mas não se sintam mal, Ferreira do Amaral tem mais companheiros nisto - quando Gerhard Schröder deixou o Governo alemão em 2005, foi-lhe oferecido um cargo de dirigente numa empresa controlada pela Gazprom, isto após o seu governo ter assinado um contrato com a dita cuja que previa a construção de um gasoduto entre a Rússia e a Alemanha que estranhamente contorna os países Bálticos e a Polónia.

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24.9.07

Sabedoria de Confúcio

Contrariamente ao que aconteceu em Portugal, onde por motivos "óbvios" nenhum membro do governo se mostrou disposto a receber o Dalai Lama, na Alemanha a chanceler Angela Merkel não viu motivos suficientemente óbvios para fazer como o seu colega português, e recebeu o homem que venceu o Prémio Nobel da Paz em 1989. Como podem ver na notícia, até George W. Bush já se encontrou com ele.

Mesmo assim, caiu uma chuva de protestos por parte de Pequim, que nem sequer foi ao ponto de censurar os insultos que se faziam à chanceler alemã na internet. No entendimento português, Angela Merkel deve ser uma tapada que não vê a importância do óbvio.

Assim sendo, e com base no que foi dito aqui e no que sabemos sobre a situação, vou buscar inspiração a Confúcio, para utilizar uma figura conhecida na China e no ocidente, para enviar uma mensagem universal, quer às autoridades chinesas por se mostrarem tão determinadas nas suas tentativas de atingirem o estatuto de super-potência, quer às autoridades portuguesas por fazerem todos os possíveis para serem uns bons parceiros dessa futura super-potência e assegurar uma relação produtiva com Pequim durante o século XXI. Esta mensagem de forte componente gráfica e de alcance universal é para vocês.



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23.9.07

O novo brinquedo do Irão

Com toda a pompa e orgulho de quem não tem motivos nenhuns para o ter mas que gosta de dar uma injecção à auto-estima e de fingir que é um gigante, o Irão exibiu ao Mundo o seu novo brinquedo - o míssil Ghadr, uma actualização do Shahab-3 que o Irão colocou ao serviço há dez anos e que por sua vez é baseado no No Dong da Coreia do Norte.

O brinquedinho novo tem um alcance de 1 800 km (ou seja, 500km mais do que o seu antecessor) o que o torna capaz de atingir não só as bases americanas no Médio Oriente, como também Israel. Surge numa altura em que o "homem forte" de Teerão, Ahmadinejad, fez do programa nuclear iraniano o seu cavalo de batalha. De acordo com o presidente iraniano, o programa nuclear tem fins pacíficos e o objectivo é atingir maior eficiência energética, isto num país onde abastecer um carro com gasolina é mais barato que comprar água, mas onde uma infraestrutura obsoleta não lhe permite aproveitar ao máximo as reservas petrolíferas. Vai daí então...programa nuclear, apesar de (ou talvez por causa de) quem idealizou e aprovou tudo isto saber até ao último neurónio que metade do Mundo iria ver isto com muitos maus olhos - mas quem num país como o Irão é capaz de no início do século XXI fazer avançar um programa nuclear e ainda dizer que tem fins pacíficos, deve saber muito bem o que está a fazer - que os EUA estão demasiado atolados para conseguirem reagir, que a UE não se quer meter no assunto além de lançar umas declarações idealistas para o ar e que vai ter o apoio da Rússia e da China que vêem com bons olhos a possibilidade de terem ao seu lado um contra-peso à influência americana no Médio Oriente com hipotéticas armas nucleares.

O presidente iraniano continua a afirmar que em caso de ataque, venha ele dos EUA, de Israel ou de outro país qualquer, o Irão vai defender-se com as armas que tiver. Eu agora pergunto: até que ponto um programa nuclear pode ser pacífico quando o país que o está a desenvolver está disposto a arriscar uma guerra com os EUA e Israel (país que se ainda existe hoje em dia é porque soube defender-se ao longo dos últimos 60 anos) e a generalizar um conflito que arraste todo o Médio Oriente?

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16.9.07

Lei de Godwin e os nazis

Em 1990, quando a internet ainda não tinha nem um décimo da dimensão que tem hoje, já existiam discussões entre utilizadores, sobretudo nas BBS e nos grupos de discussão Usenet.

E nessa altura, como hoje, já existiam trolls, flamers, e todo o tipo de insultos entre pessoas que nunca se conheceram na vida.

Foi assim no âmbito destas discussões do final da década de 1980 que foi formulada a Lei de Godwin. Esta lei constata que, em qualquer discussão que decorra num newsgroup, as probabilidades de algum utilizador mencionar os nazis ou a figura de Adolph Hitler crescem à medida que a discussão se desenvolve. Da mesma forma, aumentam também as probabilidades de algum utilizador chamar nazi a outro - de acordo com a Lei de Godwin, quem incorre nisto está a "exterminar" a discussão e, para todos os efeitos práticos, perdeu a razão e concedeu a "vitória" moral ao insultado. Como é óbvio, esta lei ainda hoje é aplicável - existem imensas discussões a decorrer no ciberespaço onde rapidamente alguém recorre ao nazismo para descredibilizar o outro. Isto demonstra que Adolph Hitler e os seus correlegionários atingiram uma proeminência tal no seu tempo que ultrapassaram os círculos da política, da guerra e das atrocidades por si cometidas - tornaram-se verdadeiros ícones culturais do ocidente e da Europa de Leste, ultrapassando largamente as suas pessoas humanas para no final do século XX e no início do século XXI serem termos de discussões na internet. Algo na linha de "nazismo = mal supremo; este fulano é detestável, bora chamar-lhe nazi!", ou se quiserem "este é um vegetariano férreo...Hitler também era! Já têm dois pontos em comum!" ou até "este é um artista frustrado por nunca ter sido reconhecido...o Hitler também! Já está próximo do nazismo!".

Já agora, aqui fica um excerto do site onde eu me baseei para que possam ver como é que a coisa funciona:

"If you're really bored, a fun game to play is Six Degrees of Godwin.
Take a topic - any topic - and see how quickly you can relate it to Nazis
using legitimate topic drift methods. For example: a discussion about
computers will eventually lead to discussions of keyboards and which are
best, followed by a lot of complaining about the Windows key on 104-key
keyboards, leading to complaints about Microsoft, forcing the standard
MS-vs-government flamewar that I'm sure you're all aware of, leading to
attacks on Microsoft's "fascist" tactics by one side or another, which
will force the other side to start talking about the differences between
fascism, capitalism, and, of course, Nazism! The fun never stops!"


Quem diria...mais de 60 depois do fim da II Guerra, Hitler e sus muchachos tornam-se figuras comparativas.

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13.9.07

Videojogos - as últimas aquisições

Não costumo escrever sobre jogos no blog, o que até é estranho uma vez que sou um Geek com “G” grande e maluquinho por jogos - ocasionalmente, lá aparece um post ou outro, mas sem grandes desvarios.

Por isso, quem por aqui passa e não domina o assunto, não vai achar escusado este post, sobre as minhas mais recentes pérolas que chegaram esta semana.


Há muita gente que reconhece os dois jogos nas imagens, mas para quem não conhece, aqui vai a explicação:

Os dois títulos em causa são F-Zero (1990) e Super Mario RPG (1996), ambos para o Super Nintendo Entertainment System (conhecido vulgarmente como Super Nintendo, Super NES ou apenas SNES), consola da Nintendo lançada no final de 1990 (no Japão, entenda-se; à Europa só chegou na primavera de 1992) - não sou fan da Wikipedia, mas lá terá que ser, uma vez que é aparentemente o maior e mais completo artigo sobre o SNES, resta saber se é 100% verdadeiro - e que se manteve bem alto nas tabelas de vendas até finais de 1996 (no Japão iria continuar a vender alguns milhares de unidades por ano até ter sido descontinuada em 2003, depois de ter vendido mais de 49 milhões de unidades em todo o Mundo).

F-Zero foi, juntamente com Super Mario World, um dos jogos de lançamento do SNES no Japão (Novembro’90), EUA (Setembro’91) e Europa (Maio’92). Trata-se de um jogo de corridas invulgar, uma vez que não utiliza automóveis nem motas, mas sim veículos futuristas (tem o século XXVI como pano de fundo) que em vez de rodas, deslocam-se por levitação magnética sobre a pista (as pistas por sua vez, estão suspensas centenas de metros por cima dos planetas onde as corridas se localizam), atingindo velocidades de cruzeiro acima dos 400km/h. F-Zero destacou-se devido à alta qualidade dos gráficos e à fluidez da forma como a jogabilidade se desenrola. Para isto foi vital a contribuição da tecnologia Mode 7, desenvolvida pela Nintendo, que consiste em simular efeitos 3D (na altura era impossível criar ambientes totalmente 3D no SNES, isso apenas viria a acontecer em 1993 com Star Fox/Star Wing que incorporava o chip Super FX) através da rotação de cenários em 360º. Na prática, isto significa que em vez do que se via até então nos jogos de corridas, que consistia num cenário onde, de acordo com a velocidade do veículo, víamos os sprites a deslocarem-se ao longo da superfície, em F-Zero vemos a totalidade do cenário a rodar em total sincronização com a direcção do nosso veículo, sem qualquer slowdown (termo que caracteriza as perdas de velocidade quando o processador lida com demasiada informação em simultâneo), contribuindo para uma condução mais imersiva.

A banda sonora foi outro dos aspectos que destacou F-Zero. Composta inteiramente em computador, como era habitual, foi capaz de contribuir para a ambientação do jogador e para o seu enquadramento nos cenários. Algumas das composições são algo surreais enquanto outras são impulsionadoras e motivam o jogador a ser competitivo.

A jogabilidade caracteriza-se por uma interacção bastante boa com o veículo e pela reacção ao layout e aspectos particulares da pista - rampas, minas, escudos de gravidade… - estando disponíveis dois modos de jogo, Grand Prix e Practice (que acaba por funcionar como Time Trial, embora o jogo também contabilize os tempos do modo GP), encontrando-se o modo GP dividido em três competições - Knight League, Queen League e King League, com pistas de dificuldade crescentes - e temos à nossa disponibilidade três níveis de dificuldade - Beginner, Standard e Expert, aos quais será mais tarde acrescentado o Master e acreditem quando lhes digo que o jogo é muito exigente nos níveis mais difíceis.

Pessoalmente, F-Zero é um dos melhores jogos que já joguei na minha vida. Experimentei-o pela primeira vez pouco depois do lançamento do SNES na Europa e fiquei imediatamente rendido à sua velocidade, aos gráficos belíssimos, à banda sonora e a toda a experiência em geral. Várias vezes tive acesso a um F-Zero emprestado, mas por motivos de circunstância nunca consegui comprar um para mim quando tentava. Finalmente, a situação foi corrigida, e 15 anos depois F-Zero já mora no meu Super Nintendo.



O outro jogo que vêem é, como eu já disse, Super Mario RPG. Desengane-se quem possa pensar que se trata de um jogo “tradicional” da série Super Mario (ou seja, um jogo de plataformas onde a jogabilidade é centrada em percorrer níveis através de corridas e saltos eliminando inimigos), como o nome indica, é um RPG (Role Playing Game; para simplificar, um jogo centrado na exploração e desenvolvimento das personagens principais e dos seus atributos, acentuando o enredo e as capacidades - físicas e não-físicas - das personagens) e nem sequer foi desenvolvido pela Nintendo, foi sim pela SquareSoft (estúdio japonês, responsável por alguns dos maiores RPGs dos últimos 20 anos, como a série Final Fantasy e Dragon Quest) e constituiu uma aposta bastante arriscada - o universo da série Super Mario era uma receita de sucesso nos jogos de plataformas - Super Mario Bros. (1985), Super Mario Bros. 3 (1989), Super Mario World (1990) e Super Mario World 2 - Yoshi’s Island (1995) eram excelentes exemplos disso mesmo, mas era desconhecido se a série Mario iria ter um bom resultado sob a forma de RPG.

Felizmente, a SquareSoft sempre teve excelentes talentos nas suas fileiras e, embora o produtor tenha sido Shigeru Miyamoto da Nintendo (considerado como o melhor produtor e criador de videojogos do Mundo), esteve presente na produção Hironobu Sakaguchi (responsável por jogos da série Final Fantasy e mais recentemente por Blue Dragon e Lost Odyssey). O resultado final foi lançado em Março de 1996 no Japão e em Maio do mesmo ano na América do Norte, tendo recebido uma avaliação muito boa por parte da crítica e acabou por vender mais de 2 milhões de cópias.

Porém, o mercado de videojogos é susceptível a maus desenvolvimentos e Super Mario RPG nunca foi lançado na Europa. A razão foi simples - aquando do lançamento nos EUA, a SquareSoft assinou um contrato de exclusividade com a Sony Computer Entertainment, onde se comprometia a deixar de desenvolver jogos para as consolas da Nintendo e garantia o desenvolvimento em exclusivo para a PlayStation, consola da Sony que havia sido lançada em Setembro de 1995 na América do Norte e Europa, e em Dezembro de 1994 no Japão. O resultado prático foi que os jogadores europeus nunca viram Super Mario RPG chegar às lojas, já que a Europa utiliza uma norma de codificação televisiva chamada PAL (excepção para a França, que utiliza uma chamada SECAM, mas que acaba por ser semelhante à PAL) enquanto o Japão e a América do Norte utilizam uma norma chamada NTSC - as diferenças estão na resolução da imagem e nos ciclos de renovação desta.

Uma vez que a grande maioria dos jogos são oriundos do Japão ou dos EUA e são lançados primeiro nesses dois países e só depois na Europa, inicialmente a norma contida nos jogos é NTSC, de forma a que possam ser exibidos sem problemas nas televisões japonesas e americanas. Quando um jogo japonês ou americano é lançado na Europa, precisa de ter a norma modificada de forma a que uma consola PAL (construída para as televisões europeias) e uma televisão PAL possam exibir a imagem. Foi isto que não aconteceu no caso de Super Mario RPG, apenas foram lançadas a versão japonesa com o texto do jogo em japonês e a versão norte-americana, com o texto do jogo em inglês, mas ambas seguindo a norma NTSC. Isto significou que nenhuma delas podia ser jogada num SNES europeu, que não estava, à partida preparado para receber jogos NTSC.

Agora, olhem mais uma vez para a imagem do Super Mario RPG, e reparam que a caixa do jogo tem caracteres japoneses - sim, é isso mesmo que estão a pensar, eu comprei um Super Mario RPG japonês, por um preço muito razoável, diga-se, já que este jogo ultrapassa facilmente os €60/€70 em sites como o eBay, o que paguei por ele não se aproxima dessa exorbitância de forma alguma. E quem não conhece o meio pode questionar-se porque comprei eu um Super Mario RPG japonês se não só não o posso jogar no meu SNES europeu, como também não poderia compreender o texto do jogo, já que não falo japonês?

Acontece que entre as centenas de milhões de jogadores por esse mundo fora, há alguns que por capricho ou por outros motivos totalmente pessoais, gostam de comprar versões japonesas dos jogos - eu não me posso incluir nesse grupo, já que esta é a primeira vez que compro uma versão japonesa de qualquer jogo. Quanto à compatibilidade, felizmente tenho igualmente um Super Nintendo americano (seguidor da norma NTSC, portanto) que tecnicamente é idêntico ao Super Nintendo japonês (chamado Super Famicom). Contudo, o Super Nintendo americano coloca um obstáculo físico à entrada de jogos japoneses - a ranhura de entrada dos jogos é ligeiramente diferente, e impede a entrada de jogos japoneses que tecnicamente não colocam nenhum problema a um SNES americano. Esse obstáculo pode ser contornado facilmente se removermos as quatro pequenas peças de plástico que se encontram na ranhura e que bloqueiam a entrada dos jogos japoneses, que fisicamente têm um formato diferente dos jogos norte-americanos.

Como podem ver, Super Mario RPG não foi propriamente um título pacífico para os jogadores europeus. Os poucos que chegaram a comprar uma cópia deste jogos, tiveram de esperar anos (como eu) até que o comércio online permitisse a compra e venda de videojogos a grandes distâncias. Ainda não o pude experimentar, mas isso é uma questão de tempo, quando o fizer tenho a certeza que vou ser brindado com um excelente e imaginativo título que constitui uma nova forma de encarar a personagem Super Mario, além das corridas e dos saltos através do Mushroom Kingdom.

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11.9.07

O mestre do óbvio!


Tal como aconteceu anteriormente, o Dalai Lama não vai ser recebido pelo governo português na sua visita a Portugal. Por razões “óbvias” disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros. Essas razões “óbvias” serão certamente duas: o Dalai Lama não é um chefe de estado estrangeiro (uma vez que o Tibete não é um estado soberano), e a República Popular da China acha que tal acto iria certamente prejudicar a “harmonia” das relações com Portugal…com um pouco mais de peso para a segunda razão, obviamente…

Por razões óbvias, gostaria de saber porque motivo Portugal se rebaixa sempre perante as posições de outros países…é óbvio que o Dalai Lama não é um chefe de estado estrangeiro mas isso não significa que não possa ser recebido pelo governo português - afinal, o que impede o governo de receber um dos indivíduos mais proeminentes do panorama político global? Fosse outro país que estivesse em causa e talvez a posição do governo fosse outra, por razões óbvias.

Depois do “não devemos dar lições de democracia à Rússia”, do “vamos fazer os possíveis para que a TAAG possa continuar a voar para Portugal apesar da interdição da Comissão Europeia” e do “vamos dar vantagem ao Brasil no acordo ortográfico da língua portuguesa”, temos o “não vamos perturbar a harmonia das relações com a China”…obviamente.

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7.9.07

Only in China

Dispostas a assegurar a harmonia social e a paz interna de um país com 1300 milhões de habitantes, as forças de segurança chinesas - onde a afamada cordialidade dos povos asiáticos entrou em greve - acabam de ser alertadas pelo Ministro da Segurança Pública, Zhou Yong Kang, para não darem espaço de manobra a nenhum tipo de comportamentos desviantes que se afastem da norma pregada pelo Partido Comunista Chinês.

Acontece que no dia 15 de Outubro começa o 17º congresso do PCC, que segundo se prevê será o mais importante dos últimos anos, já que o todo-poderoso Hu Jintao, o homem que gosta de disparar contra "as forças inimigas ocidentais", pretende consolidar definitivamente o seu poder, já que na República Popular da China não basta ser Presidente ou Secretário Geral do PCC para convencer, afinal sempre são 1300 milhões e não queremos chatear tanta gente. E lembrem-se que os senhores delegados têm de se reunir com toda a harmonia e tranquilidade - para desarmonias e intranquilidades já bastou o Grande Salto em Frente e a Revolução Cultural...

Entre as possíveis ameaças à harmonia da sociedade chinesa, encontram-se as "forças maléficas" de seitas como a perigosíssima Falun Gong, os simpatizantes dos separatistas uigures da província de Xinjiang, ou o eterno (parco) apoio à causa tibetana. Isto ao nível "macro", claro está, ao nível "micro" encontramos "forças hostis estrangeiras e nacionais", o que normalmente é um eufemismo para pessoas que contestam a legitimidade do regime de partido único.

Outro aspecto interessante é que pretende-se igualmente limpar o ciberespaço chinês de forma a que este se apresente "harmonioso"...Harmonioso? Se em Portugal, um blog que resolve colocar no ciberespaço as irregularidades no percurso académico do primeiro-ministro praticamente abre telejornais e nós vivemos numa democracia o que não impede que um dos indivíduos responsáveis por isso seja constituído arguido, na China nem imagino qual seria a pena para 'desarmoniar' o ciberespaço. Digamos que não gostava de ser chinês, ou pelo menos de viver na RPC. É harmonia a mais...

Já agora, será que o senhor Zhou inclui na sua declaração referências a marcas ocidentais de brinquedos que contratam fábricas chinesas para tratar das suas encomendas, sem desconfiar que os seus contratados chineses colocam tinta de chumbo nos ditos cujos? É que para mim, a "harmonia" pode muito bem ser perturbada por uma intoxicação provocada por chumbo, mas isso sou eu. Já agora, se no nosso país a destruição de um hectare de milho transgénico foi defendida por alguns indivíduos, suponho que na China também será legítimo destruir uma fábrica cujos produtos são tóxicos, não?

É que de acordo com o senhor Zhou, todas as forças susceptíveis de perturbar a 'sociedade socialista' da RPC têm de ser cortadas pela raiz. A bem da coerência, ele podia ter dito algo do género "a nossa sociedade que embora se diga socialista consegue reunir o pior da economia de mercado que até devíamos já conhecer graças àquele livrinho inglês do rapazola que trabalhava na fábrica e que se atreveu a pedir um bocadinho mais de comida e o pior do chamado socialismo onde obrigamos toda a gente a sentir-se feliz por não viverem num desses países malvados".

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Patos Bravos do Cáspio

Desenganem-se os que pensam que o pato bravo é uma espécie essencialmente portuguesa que surgiu há cerca de 45 anos e se localiza inteiramente no nosso país. Vinda do Eurasianet, uma notícia que nos mostra as piores consequências das ligações entre o pato-bravismo e a corrupção do poder político.

Um edifício em construção desde 2002 e que contava com 16 andares (apesar de a estrutura só permitir 9) desabou, provocando a morte a 20 operários da construção civil, aparentemente devido a alicerces desnivelados e a maus materiais de construção.

O que torna a notícia mais interessante é o surgimento destes pormenorezinhos:

"The director and three managers of Mutefekkir Company, the firm responsible for the building, are now under arrest. On September 5, the head of the Baku city government department for apartments and cooperative buildings, which oversees such construction projects, was also taken into custody on abuse-of-power charges."

Até aqui tudo bem, era o mais indicado a fazer.

"The tragedy has intensified a longstanding debate about the government’s ability to uphold construction safety standards - a critical question in this earthquake-prone city. Deputy Prime Minister Abid Sharifov, who heads a government commission looking into the building’s collapse, told reporters on August 31 that Mutefekkir Company had permits only for the building’s design, not its construction. A day earlier, Baku City Prosecutor Aziz Seidov revealed that the building’s foundation had been designed to support only nine stories. In addition, approval for the final design plan was never given."

Aqui já começa a ganhar contornos estranhos...

"Nonetheless, construction on the building has been underway since 2002 - a fact that is fueling public anger. A court order that year banning work on the site was later overturned by a Baku appeals court."

Embargo e desembargo...isto não me faz lembrar um certo túnel no centro de Lisboa que foi inaugurado com dúvidas sobre a sua segurança nem nada.

"You need authorization from up to 40 government bodies to begin the construction of a building in Baku. If you start construction of a garage in your courtyard without proper permission, it will be destroyed by bulldozers the next morning. How is it possible to build a 16-storey building in the city center without authorization?" commented Rauf Mirkadirov, a political columnist for the pro-opposition Zerkalo daily."

Então mas...querem ver que o pato-bravismo se instalou de armas e bagagens na ex-República Socialista Soviética do Azerbaijão que até foi pano de fundo a um filme do James Bond?

"Like many other observers, Mirkadirov believes the tragedy is linked to widespread corruption in Azerbaijan. "Either the company owners paid big bribes during all these years to not be touched, or the company was backed by very high-ranking officials. There are no other ways possible," Mirkadirov said."

Bingo!! Eu fico maravilhado com os efeitos da globalização! Termos acesso a informações de toda a parte do Mundo...para descobrir tantas semelhanças! Claro que por cá, somos um país de brandos costumes por isso não temos edifícios de 16 andares a desabar durante a construção e a resultar na morte de 20 operários de cada vez...mas os azeris não nos podem dar lições nenhumas sobre corrupção e negócios obscuros no que diz respeito à construção civil! Uma coisa é um verdadeiro pato bravo português, outra é uma amostra de esturjão bravo do Mar Cáspio. Vamos lá separar as águas se faz favor!

Já agora, fiquem aqui com um cartoon, também do Eurasianet (este site é uma bênção) sobre um tema diferente.


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6.9.07

Uns quantos updates

Se olharem para a barra do lado direito vão ver algumas presenças novas.

A nível de blogs, dêem as boas vindas aos seguintes:

- Arrastão
- Rumble Pack
- Verão de São Martinho

A nível de sites informativos e/ou interessantes, temos:

- Astronomy Magazine
- El País
- Eurogamer
- Gamasutra
- NintenForum-PT

Gostam?

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1.9.07

Estou zilionário...

Segundo o Business Opportunities, este blog vale a módica quantia de:


My blog is worth $1,693.62.
How much is your blog worth?




Tadaaaaaaa! Ao câmbio de hoje, dá €1 242,34. Ou seja, se fosse possível vender o Prometeu Agrilhoado, eu ganhava menos dinheiro com o "trabalho" escrito de 3 anos e 4 meses do que o Mickael Carreira com um single de 100 cópias...não me podem censurar por me sentir desiludido pois não? Afinal...bem, sempre são mais de 600 posts. Ok, alguns deles consistem apenas em imagens e em vídeos, mas são uma minoria. Acho que só para lixar os senhores do Business Opportunities, vou em breve começar a compilar os posts mais próprios para o efeito e publicá-los em formato papel, o problema vai ser encontrar uma editora que me faça isso só para ganhar €1242 em vendas.

Mas vou ser misericordioso com o site que me pseudo-avaliou o blog, afinal ele apenas faz uma avaliação quantitativa e não se apercebe de algumas reais parvoíces que se escrevem por aqui...parvoíces no sentido "ninguém quer ler isto", não parvoíces no sentido de "música-de-cantor-emigra-com-muitas-saudades-da-sua-querida-Aurora-que apesar-de-ter-um-bigode-mais-farto-que-muitos-taxistas-continua-a-exercer-um-encanto- feminino-único-sobre-o-pobre-homem-que-foi-para-França-em-1962-e-que-voltou-a- Santo-António-dos-Corcundas-só-para-rever-o-seu-grande-amor".

Tenho dito!

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