31.8.05

Trondheim



Trondheim er den tredje norsk by. Dens gamle navn var Nidaros og den by er 1008 år eld. Vi finner Trondheim på den Trondheimsfjord, det er typisk i Norske kyster byer. I Trondheim, en storett nummer av huser er gjørt av ved og vi kan ser en vakker utsikt fra Kristiansten Festning. I sentrum vi finner også den Nidaros domkirke, den storste middeladeren bygning i Skandinavia, og Konge Olav Tryggvasons statue. Trondheim har også en typisk Norsk atmosfære, men forskjellig av Oslo, eller Bergen, den to storster byer i Norge. Min forste [men ikke den sist] reise til Trondheim var i sommer 2004, jeg vil visste reiser til Trondheim [og alle vakker Norge...] igjen, snart! Den photo var besettet fra Bakklandet.
Jeg tenker min Norsk er ikke dårlig, men jeg kan er urett. Jeg er beklage før min mistaker men finner Norske order er vanskelig. Hva tenker dere?
PS: Desafio-vos a serem melhores que eu em norueguês!

29.8.05

Conversas entre líderes

Um encontro entre ditadores, tiranos, déspotas ou qualquer outro tipo de líderes totalitários terá certamente conversas muito particulares. Qual seria então, o diálogo entre dois líderes totalitários que têm boas relações entre si? Provavelmente não andaria longe de :

- Ora viva meu caro! Como vai? Tem tido problemas com aqueles armados em rebeldes no seu país?

- Oh, shôtor, nem me diga nada! Eles estão mesmo armados em libertadores, ainda outro dia tive de enviar as minhas melhores tropas para interromper um congresso clandestino daqueles emproados!

- A sério? E como é que fez?

- Olhe, os meus serviços secretos deram com eles graças a uma denúncia, lá entraram de rompante, levaram os chicos-espertos todos dentro, ainda houve estalada à mistura...mas daqui a uns dias tá tudo no tribunal a ser condenado a uns bom 20 anos de cadeia

- Ah mas sabe como é que eu faço no meu país? Aquilo lá anda tudo ao fininho! Nem é preciso esperar que eles se reunam, é só meter escutas em tudo quanto é linha telefónica e os gajos nem chegam a meter o pé fora de casa que a gente dá logo com eles

- Ah bem, o shôtor tem isso muito bem organizado!

- Pois meu caro, sabe como é, isto já são 13 anos no ramo *quando diz isto dá umas cotoveladas de cumplicidade no seu homólogo que ri mostrando sintonia de pensamento*

- Sim, no seu caso, já tem uma larga experiência no sector, eu ainda só cheguei ao poder há 5 anos, ainda não deu para conhecer os meandros todos

- Mas faça assim shôtor, quando estiver com problemas e vir que o seu lugar estiver ameaçado, ligue-me e eu envio-lhe um grupo dos meus rapazes para o ajudar, vai ver que eles não dão hipótese a esses armados em democratas

- Concerteza shôtor, muito agradecido!


Igualmente interessante será uma conversa entre um líder totalitário e um líder democrático. Vamos então entrar nesta linha de conversação...:

- Bom dia shôtor! Como tem passado?

- Bem obrigado, e o senhor?

- Muito bem, mas tenho estado ocupadíssimo, vamos ter eleições para o parlamento lá no meu país e então tenho andado num frenesim por causa da campanha, é uma correria que não paro, do meu gabinete para a sede do partido.

- Ah bem, isso lá no meu país não incomoda, se percebe o que eu estou a dizer * e dito isto, dá umas palmadinhas amigáveis nas costas do homólogo que retribui com um sorriso malandro *

- Pois é , o shôtor não tem problemas desses.

- Quer dizer, tenho de manter umas certas aparências, sabe como é, fazer uns discursos ao povo, incentivar a diversidade, organizar assim uns debates, mas sem grandes loucuras.

- Ah pois, sabe que isso na minha terra, se uma pessoa tenta envolver-se nem que seja um bocadinho mais que o predecessor no trabalho, cai-nos logo tudo em cima! É logo, inconstitucionalidade para aqui, intromissão para ali, violação de repartição de poderes para acolá...não largam uma pessoa, e depois esperam grandes resultados!

- Oh shôtor, é como lhe digo, os povos...essa gente é toda igual! Eles andam todos ao mesmo, querem é que a gente lhes distribua leitinho, que é como quem diz, dinheirinho, mas eu porventura tenho ar de vaca leiteira??

- Eu garanto-lhe, às vezes só tenho vontade de me demitir, fugir dali para fora e gozar o pé de meia que juntei às escondidas com as "comissões" que os consórcios me pagavam, já tenho uns bons milhões capazes de me pagar o resto da vida numa ilhota qualquer das Caraíbas...mas enfim, disse aos eleitores que ficava até ao fim, agora lixei-me.

- Oh coitado, eu posso tirar um mês de férias quando quiser, nem tenho que justificar. Aliás, shôtor, quando puder, venha passar uns dias a uma das minhas muitas casas de férias, aquilo é fantástico, tenho jardins que nunca mais acabam, uma piscina olímpica, umas fontes lindíssimas e uma colecção de arte que é qualquer coisa de incrível! Telefone-me e eu digo aos meus guardas que o shôtor vai da minha parte, fica lá uma semana e vai ver que se sente como novo!


Felizmente, não vivo num regime totalitário, tenho a sorte de viver no espaço geográfico mais desenvolvido e com melhor qualidade de vida do mundo, conhecido como Europa, sem recear acções repressivas por parte das autoridades do meu país. Por isso, vamos esconder um microfone numa reunião do Conselho Europeu:

- Então Silvinho [Silvio Berlusconi], como tem passado? O seu AC Milan, vai bem?

- Oh Tony [Blair], nem me digas nada! Aquilo vai de mal a pior...a Juve tá pronta para devorar o scudetto este ano e eu a vê-las passar. Isto já nem se respeita a equipa do líder do governo... e o teu Arsenal?

- Já esteve bem melhor, old chap, ainda por cima aquele português, como é que se chama......ah sim, o José Mourinnio foi para o Chelsea e agora os gajos não dão hipótese a ninguém, varrem tudo!

- Desculpem lá interromper – diz o Gerhard Schröder – mas ainda outro dia ia tendo uma discussão com a esposa por causa de futebol, tava a ver o Bayern jogar com o Hamburgo, um grande jogo por acaso, irritei-me com aquilo, disse umas coisas que não devia e ela ficou lixada comigo.

- Mas ó Gerhard, isso contigo elas vão e vêm como as canecas de cerveja, não é? Hahaha, com este gajo é só regabofe lá em Berlim!

- Ó Silvio, isso não é assim tão simples, cada uma que se vai embora saca-me uma data de massa e desde que eu sou chanceler, começo a ver isto ficar um bocado apertado...

- Então e eu? Por ser casado com uma das melhores advogadas do país, tenho de andar sempre na linha, senão ela mete-me em tribunal, enche-me de processos até ao pescoço e quando dou por isso, tou a viver do subsídio de desemprego. Depois ainda acabo dependente daquele serviço nacional de saúde que temos lá em Inglaterra e que eu lixei nos últimos anos!

- Oh meus amigos, vocês devia tratar disso tudo em Itália. Lá na minha terra, um divórcio litigioso que chegue a tribunal ainda demora uns bons 2 anos a resolver, é tempo que chegue e sobre para o dinheiro perder valor, para se esquecerem da criatura e rodarem por mais umas...

- Pois, e se calhar para o governo mudar mais umas vezes também, não?


Sic transit gloria mundi...

25.8.05

Veritas

Verdade – o que julgamos certo, absoluto, inviolável, inegável, universal, indestrutível, inalienável, sólido. Uma verdadeira arma de arremesso contra tentativas de nos mostrar o contrário, um escudo, uma segurança, uma ideia tão fortemente enraizada no mais profundo da nossa mentalidade que tudo fazemos para a proteger, para que não a difamem, para que não a distorçam...e para que não provem o contrário. Em nome da verdade somos capazes do irrealizável. Por um princípio que se quer atingir por meios racionais, pois não será a verdade um estado que se atinge através do raciocínio mental lógico e estruturado, uma vaga emocional apodera-se do Ser Humano que é então capaz de cometer os actos mais irracionais possíveis em conflito directo com aquilo que considera uma "verdade", sem disso tomar consciência. E o que acaba por ser a verdade? Mais não é do que o que julgamos ser absoluto sobre um determinado assunto, uma premissa que abre o caminho para a formação dos nossos juízos de valor, se quisermos, apenas uma fachada a que nos agarramos enquanto a nossa mente a reconhece como lógica e...verdadeira! Acabam por ser uma ideia que construímos sobre algo, para a abandonarmos quando surge algo que faz mais sentido, que parece mais lógico. Assim sendo, e visto que somos imperfeitos e temos esta dinâmica necessária de melhoramento e renovação contínua dos nossos conceitos, proponho a eliminação do vocábulo "verdade" das nossas mentes e a sua substituição por um conceito que exprima aceitação e concordância temporária, enquanto uma progressão não for encontrada.

21.8.05

Este país que é o meu...

Em Portugal:
- cada vez que uma coisa corre mal, a culpa é sempre do governo, apesar do governo ser apenas o poder executivo e de não deter a chave da felicidade, do progresso e do desenvolvimento, (conceitos que na psique individual da maior parte dos Portugueses significam "dinheiro")
- existem quatro estados do tempo – "um calor que não se pode", "um frio de bater o dente", "a chover a cântaros" e "uma ventania que leva tudo pelo ar", quem é que disse que isto é um país ameno?
- os políticos que desviam verbas públicas e que favorecem conhecidos e familiares são arrasados pela opinião pública mas uma vez no lugar deles, quase toda a gente faz a mesma coisa
- o Estado é laico e a liberdade religiosa está consagrada na lei, mas Fátima aconteceu e quanto a isso não há debate! Já agora, aconteceu o quê? Ninguém me convidou...é porque sou amargurado? Ok, aconteceu ALGUMA COISA, mas porque é que não se podem fazer
perguntas...?
- a criminalidade é cometida pelos seguintes grupos de pessoas: "pretos", "ciganos" e "de leste", os crimes que sobram são para os "drogados"
- um veículo motorizado de quatro rodas é sinal de estatuto e prestígio social, apesar de qualquer pessoa poder comprar um, inundada com as facilidades de crédito que lhe aparecem à frente
- os três jornais diários ditos "desportivos" consagram 80% das páginas ao futebol, mesmo que não haja jogos a decorrer entre Maio e Agosto
- qualquer pessoa que tenha nascido depois de 1975 está perdida, é praticamente analfabeta porque a partir dessa data, não se aprende nada na escola, mesmo que tenha feito um mestrado ou um doutoramento continua a ser praticamente analfabeta com a mania que sabe tudo e só quer é ir para os copos
- os chineses são vistos como calculistas e mauzinhos (sem crimes aparentes, para nossa grande infelicidade) e estão cá com o propósito de pôr os portugueses na falência, é por isso que culpamos o governo de não nos proteger das ameaças que vêm "lá de fora", quanto mais o Estado nos proteger melhor...mas depois o comunismo é de fugir! Engraçado...
- isto está tudo muito mau...aparentemente, é o que respondem 95% dos inquiridos nas sondagens de opinião pública cuja questão é: "Como vê a actual situação do país?" Não se registam alterações nos resultados da dita sondagem desde 1143, ano em que, um dia depois da assinatura do Tratado de Zamora, nas ruas do Reino de Portugal, a frase mais ouvida era "isto tem que levar uma volta senão não vamos lá" [não sei onde é o "lá", tentei encontrar um guia mas estavam esgotados, alguém me pode indicar?]
- um cigarro aos catorze anos equivale a uma subida no ranking da maturidade
as vendas do sector vinícola são mais importantes do que a segurança dos condutores [e já agora, peões] na estrada
- não queremos cá brasileiros por todo o lado mas queremos ir de férias para o Brasil onde bebemos uma caipirinhas, dançamos um samba e nos atiramos às brasileiras "fáceis", comemos em restaurantes brasileiros nas nossas cidades e agora até nos vestimos como eles
- o homem é sempre superior à mulher, a mulher não pode ganhar mais do que ele e é sempre ele que vai à caça [traduzido: os rituais de acasalamento que aparecem nos livros de ciências quando temos 10-11 anos...é mais ou menos assim]
- a opinião mais correcta e mais válida é sempre a que é berrada em voz mais alta, sejam quais forem as circunstâncias
- olho por olho, dente por dente, o réu é acusado de violação? Devia ser violado também, pois claro!
- um homem é culpado até que se prove a sua inocência, pelo menos entre "os populares"
- a partir dos 65 anos, todos os cidadãos envergam fato e gravata, mesmo que a temperatura seja de 35º
- a mata e a floresta são óptimos locais para despejar lixo, não acham?
- somos europeus mas não temos nada a ver com o resto da Europa [isto parece confuso mas até tem o seu sentido], ou seja, não somos árabes [pois pois...] mas também não temos nada em comum com os outros europeus
- o artigo de moda feminina mais popular que mais faixas etárias abrange é a bata, sobretudo fora das cidades - thank you miss Vitriolica, for the insight! =)
- o telefone é para exibir, quer seja do lado de fora do bolso, quer seja ao pescoço, e quanto mais artilhado melhor
- a barriga é um sinal de crescimento e de virilidade
- fomos todos baptizados e a primeira comunhão foi o ponto mais importante das nossas vidas [bem, quer dizer...*segredo de Estado: eu não!*]
- qualquer coisa que exige ler uma linha é "muito complicado", por mais simples que seja
- fomos para as ruas a 25/A’74 gritar pela democracia e liberdade mas ainda não sabemos o que isso é, e para mais informações, vide as autarquias corruptas e o governo regional da Madeira; ah, e ao que me constou, no tempo do "sotôr Salazar não havia cá estas faltas de respeito"...hmmm, de quem para quem, exactamente? E o que entendem por respeito?
- as leis que constam nos códigos legislativos não são para se cumprir, as únicas leis que interessa cumprir são as regras tácitas que nos são inculcadas ao longo da nossa vida na República Portuguesa que não estão escritas em lado nenhum mas que se não as soubermos somos postos de lado e considerados como "parvos"
- o único sítio onde as "coisas" se fazem "como deve ser" é num local que eu não consigo compreender referido como "lá fora", mas alguém "lá de fora" nos diz isso, é melhor preparar-se para ouvir das boas! [note-se o uso repetido de vocábulos vagos e abstractos, como é que nunca tivemos uma grande escola de filosofia??]
- tudo o que é espanhol não presta, ponto final! O que é feito em Portugal será SEMPRE melhor do que o que é feito em Espanha
- gostamos de ver o património das nossas cidades em degradação e adoramos aquelas construções monstruosas das décadas de 1960 e 1970 que se encontram por quase toda a parte
- o nível de hilaridade de uma anedota ou segmento cómico, varia na razão inversa da inteligência do referido segmento, ou se quiserem, é proporcional ao número de vocábulos que não podemos dizer em frente ao padre...
- abordar directamente um superior hierárquico é um insulto punível com a humilhação pública, o mesmo se aplica ao não reconhecimento imediato através do título a que as qualificações académicas de um indivíduo dão direito
- a chuva provoca constipações, gripes e pneumonias! A sério, essa água que cai das nuvens está cheia de micróbios e de vírus da pior espécie...
- um prato de comida que não seja escrupulosamente devorado até à última migalha é motivo imediato de preocupação com a saúde de quem comeu [aliás, a quem deixa a mais ínfima porção de comida no prato, diz-se "não comeste nada!"]
- a melhor comida de todas é sempre aquela cuja preparação consiste em atirar o produto para uma panela de água a ferver, ou seja, tirar-lhe o sabor todo!!
- Marco Paulo, Tony Carreira, Ágata e Quim Barreiros são considerados como música popular ou até mesmo, tradicional Portuguesa, logo devem ser exibidos ao máximo às nossas comunidades por esse Mundo fora
- um indivíduo que não é adepto de um clube de futebol, não é nada!
- se um compromisso foi marcado para as 9:00, ninguém espera que cheguemos antes das 9:30
uma parte vital da vivência masculina portuguesa consiste em ficar em pé, encostado a uma parede e ver tudo a passar [depois não somos árabes...]
- o cão chama-se "Bóbi", o gato chama-se "Tareco", quem lhes dá nomes diferentes é maluco...enfim, alguma variação é aceitável mas não se pode afastar muito da norma que é um nome curto, sem sentido e com uma sonoridade absolutamente idiota [eu quando era pequeno tive um cão a quem dei o nome de Napoleão, devo ser um louco!]
- uma mulher que quer ser reconhecida como "uma senhora" [leitoras do género feminino, esclareçam-me por favor, qual é a diferença??] tem de adoptar uma pronúncia própria, um vocabulário próprio [com uns leves toques semelhantes a uma versão distorcida das línguas inglesa e francesa] e um código de vestuário que, para quem não faz parte do círculo, se assemelha a um dia como outro qualquer num hospital psiquiátrico...envolve brincos com o diâmetro de melões
- não cometemos erros na nossa História, aliás, os nossos "heróis nacionais" não se questionam!
- "Bom dia, como está?" "Vai-se andando." "E para onde?" "Hmmmm?"
Lista sujeita a acrescentos quando houver motivo para isso mas NÃO a eliminações selectivas.

20.8.05

$64?? E aceitamos este roubo??

Esta semana o preço do petróleo atingiu os 64 dólares por barril, um valor recorde e que tudo indica será superado em breve. A explicação para a subida foi a da queda abrupta da produção no Equador, que recentemente sofreu uma descida de 65%. Recentemente, o preço do barril de petróleo havia atingido um recorde anterior após a morte do rei Fahd da Arábia Saudita, sob o pretexto que poderia lançar instabilidade política no reino, o maior produtor de petróleo do Mundo. E no entanto, Fahd estava incapacitado há 10 anos e a administração era conduzida pelo seu meio-irmão que agora ascendeu ao trono, o príncipe Abdallah, a sua morte era algo que estava iminente e não surpreendeu ninguém, mesmo assim foi o suficiente para o preço do petróleo subir. E o que dizer do pretexto tantas vezes avançado para as subidas recentes do preço do petróleo nos últimos anos [actualmente o preço do crude é cerca de 2-3 vezes mais elevado do que em 2001] relacionado com o aumento da procura por parte da China e da Índia? São apresentadas como gigantes preparados a engolir os recursos energéticos disponíveis, mas a China não representa mais do que 8% do consumo mundial de petróleo...a Índia ainda menos. E onde estavam há 5 anos atrás, quando o barril de petróleo era muito mais barato? Não tinham já uma população combinada de 2300 milhões de pessoas? Ou vão dizer que não tinham energia eléctrica?
Apesar de tudo, continuamos a aceitar esta situação inconcebível que é a de um barril de petróleo custar 64 dólares em Nova York e poder custar 70 ao final da próxima semana, quando há cinco anos atrás custaria cerca de 30...Como justificar isto? Quem vence são sempre os especuladores, e uma coisa que me continua a surpreender é como é que no início do século XXI, com todos os meios que nós dispomos para aproveitar energias alternativas e renováveis, continuamos dependentes de um líquido preto mal cheiroso cuja utilidade foi descoberta no século XIX... Porque continuamos dependentes do petróleo? Será que além de consuimdores inevitáveis do referido hidrocarboneto ainda temos de pagar os vencimentos milionários dos dirigentes das companhias petrolíferas? Isto é inaceitável e vai muito além dao funcionamento da "livre economia de mercado" [não tão livre como nos dizem...], nada disto tem a ver com a "mão invisível" de Adam Smith que equlibra o mercado [porque temos um enorme desequilíbrio entre mãos] a menos que por "mão invisível" se entenda a acção dos especuladores.
Basta alguma fonte com o mínimo de credibilidade anunciar que na próxima semana, o preço do barril de petróleo pode atingir os 70 dólares e podemos ter a certeza que é o que vai acontecer, não que seja inevitável mas porque a mensagem entra de tal forma na cabeça dos negociantes que quase pareceria uma anomalia se tal não acontecesse. Infelizmente, a sociedade civil não mostra sinais de saturação ou de revolta, para nosso grande mal...

18.8.05

Herói - Ying Xiong

Um dos melhores filmes que eu já vi, apesar de algum desfasamento em relação à sua estreia, "Herói" foi também o primeiro filme chinês a que assisti. Trata-se de uma produção bastante diferente da grande maioria dos filmes que vemos com mais frequência. Mais do que um romance histórico, "Herói" é uma autêntica peça de teatro cuja acção se desenrola no final do período da História da China conhecido como "Estados Guerreiros", no qual o território hoje conhecido como "China" estava dividido em sete reinos rivais. "Herói" é assim, a história de um guerreiro – "Sem Nome", interpretado por Jet Li – que é chamado à corte do rei de Qin – o mais poderoso dos sete reinos e com pretensões hegemónicas sobre os outros – após ter eliminado três dos mais temíveis assassinos que pretendiam pôr cobro à vida do rei. A maior parte da acção do filme é narrada pela personagem de Jet Li e pelo rei, enquanto o final toma o seu próprio alento, sempre com surpreendentes mudanças no curso da história. O filme é uma adaptação ao cinema de um género literário chinês conhecido como Wu Xia e que é composto por romances que envolvem artes marciais altamente complexas e que desafiam as leis da física, como está patente no filme. Ultrapassando o conceito vulgar de um herói, a personagem de Jet Li nunca deixa de o ser, de uma forma para a qual não estaremos preparados e que se revela no final do filme. Há ainda a acrescentar que por se tratar de um filme chinês sobre um tema chinês, a produção é muito mais credível do que se se tratasse de um filme ocidental sobre o mesmo tema. Os diálogos em mandarim contribuem, e muito, para a qualidade do filme e as acções desempenhadas ao longo do filme constituem um excelente forma de olhar para a história da China. O uso da cor é também um elemento que se destaca no filme, tendo cada segmento diferente da história uma cor que o identifica, algo que o realizador conseguiu muito bem introduzir como um dos pontos que mais sobressaem no filme.

Recomendo "Herói" a todos os que estiverem interessados numa produção invulgar e com bastante interesse cultural e histórico ou a todos que se interessem pela China e ainda a todos que desejem ver algo diferente da maior parte dos produtos cinematográficos [e digo produtos como quem diz bens económicos...].

15.8.05

Eu vs. o resto do Mundo --> batalha perdida?

Quando se atinge a saturação? Quando é que chegamos ao ponto em que com toda a certeza, podemos dizer "não quero ter nada a ver com isto, nunca mais!"?
Nunca atingi esse ponto de ruptura com tudo o que me rodeia, mas não é de certeza por falta de circunstâncias... Todas as razões podem ser invocadas, desde a paciência que já não conseguimos manter (ou fingir), aos sentimentos a que já não nos agarramos, sem esquecer a fraqueza, essa terrível sensação que tentamos a todo o custo evitar mas à qual muitos de nós sucumbem. Como disse, ainda não atingi um ponto de ruptura mas seria até reconfortante se isso acontecesse. Seria a confirmação de algo que é uma evolução natural de tudo o que me rodeia, todo este carrossel incessante à minha volta a berrar-me aos ouvidos e a expulsar-me do seu espaço, do qual eu, com todo o gosto, me retiro sem qualquer arrependimento, mágoa ou lágrima no canto do olho.
Não sei sou eu ou se é mesmo difícil acharmos que nos sentimos realizados ou satisfeitos com o que desejamos, mas que vivo em permanente estado de antagonismo com a realidade que me é imposta, disso não haja a menor dúvida. E no entanto, este antagonismo acaba por não ser uma causa guerreira ou uma raiva prestes a rebentar, é antes, infelizmente, uma forma de vida e de existência, uma síntese que desenvolvi ao longo dos anos e cuja etapa actual mais não é do que isso mesmo, apenas mais um capítulo desta obra bizarra a que chamamos "vida". E como atinjo o oposto do antagonismo, pergunto eu a mim próprio...como se ainda tivesse sentido perguntá-lo. Talvez praticando o oposto exacto de tudo o que fiz até agora? Se naquele momento tivesse dito que sim, ou naquela ocasião tivesse dito que não, ou noutra altura tivesse feito algo diferente... Não se trata de arrependimento, trata-se de uma forma de reacção às circunstâncias.
Como uma linha de um eixo que se quer constante, sempre com as mesmas coordenadas do princípio ao fim, é assim que queremos as nossas vidas, sinceramente não sei se a minha é assim, não sei se fiz correcções à rota ou se a desviei em algum ponto, inadvertidamente, para uma rota errada. Mas afinal, qual é a rota? A da felicidade? Isso tem rota? Como é que podemos fazer planos para algo tão subjectivo como os nossos sentimentos? Vou até ao ponto de dizer que como senhores absolutos dos destinos de cada um, não podemos reduzir a nossa vida a linhas, ou será que podemos reduzi-las...a círculos, círculos que por maiores que sejam acabam por voltar ao mesmo? Eu gosto de pensar que acabamos da mesma forma que começámos, ou seja, no zero, apenas me faltam os meios para avaliar e compreender esse mesmo zero.
E o que tem tudo isto a ver com ruptura? Simples, posso não estar em ruptura com o que me rodeia, (quem me conhece sabe que eu não embarco em explosões emocionais como estas) mas desejaria estar, para poder simplesmente desprender-me de tudo o que me amarra sem quaisquer tormentos psicológicos que daí advenham. Libertar-me de arquétipos a que eu tão lealmente me agarro mas que acabam por me prejudicar, de noções que eu entendo de forma diferente e que me dão uma vista cínica e céptica das coisas. Entre todos os responsáveis, eu sou o maior deles, porque não tive a visão necessária para atingir isto por mim próprio, porque tiveram de ser as malditas circunstâncias (que se fossem personificadas em alguém, eu gostaria de as deixar em mau estado) a mostrarem-me porque é que o que eu tanto desejava atingir não pode ser cumprido e que vou ter de me conformar com algo que nem remotamente corresponde às minhas expectativas...
O pior de tudo, é que eu não posso fazer nada contra isto, pelo menos por agora, porque fui tão endoutrinado nas tais circunstâncias, fui de tal forma assimilado por estas, que delas estou totalmente dependente e não me concebo fora delas, não sei o que seria sem estes paradigmas que me orientam, não imagino o que poderia ser a minha vida se eu virasse as costas a tudo o que considero como importante. A razão para isto? Mais uma vez as "circunstâncias" (a repetição constante deste conceito é intencional) que me convencem que isso não seria correcto, que eu não posso permitir que isso aconteça... Mais do que tentar mudar o que me rodeia, o que me rodeia está-me a mudar a mim e eu estou a perder a batalha, se não tomar medidas drásticas acabo por me tornar em mais uma lástima de Humano que se arrasta por aí, feliz com as coisas mais banais e superficiais do dia a dia, sem fazer jus ao conceito de "Ser Humano"... só gostava mesmo de saber porquê... E neste preciso momento em que eu, por questões de pragmatismo, vou ver uma pequena (mas importante) parte do que me rodeia como um ser vivo consciente e racional, pergunto-lhe: o que tens contra mim?

14.8.05

Os visitantes...

Graças aos utilitários que instalei no blog, posso consultar quantas pessoas por dia passam por aqui, de onde são, qual o seu browser, qual a resolução dos seus écrans [não que me interesse muito], qual o seu sistema operativo, quantas vezes se levantam durante a noite para irem à casa-de-banho, qual a vossa posição sexual favorita e quantas vezes é que a preferem cada vez que fazem amor, a partir de que site vieram cá parar [e que me ajudou a concluir que praticamente nenhum outro site tem um link para o meu blog] e, isto sim já importante, qual a pesquisa que os trouxe cá.

Se algumas delas serão óbvias, como por exemplo, "Mito de Prometeu", "Prometeu Agrilhoado", "The Legend of Zelda – Twilight Princess" [só foi mencionado uma vez mas foi o suficiente] e os "Simpsons", outras são mais estranhas. Eu diria até, muito estranhas e reveladoras que há algo dentro das cabeças de alguns utilizadores que não deve funcionar lá muito bem. Passo a explicar, o site que indica tudo isto, e a que vocês podem aceder através do botão esverdeado que se encontra no fundo da página [se forem demasiado preguiçosos/as, carreguem na tecla "end", à direita do "enter"...] e uma vez no dito site, clicarem em "search query". Em primeiro lugar, o que mais salta à vista é que o site não reconhece acentos gráficos, ou seja, qualquer pessoa que tenha incluído um acento gráfico nos termos da sua busca no Google, Yahoo, ou qualquer outro motor de busca, vai ter esses termos deturpados na secção "search query". Mas o que eu queria mesmo era referir algumas das pérolas que, não sei muito bem como, levaram algumas pessoas ao meu blog. Passo a nomear:
"tv portugesa sic tvi rtp a ver" – Em primeiro lugar, é "portuguesa", não "portugesa"; em seguida, não estejam à espera de conselhos de telespectador para telespectador, no geral eu lanço muito mais críticas destrutivas do que propriamente orientações televisivas...
"o que significa a palavra kauan" – A palavra kauan é Finlandesa, e como veio cá parar? Em Outubro de 2004, num daqueles momentos em que não tinha grande inspiração, copiei para aqui a letra da canção Kylän Päässä dos Moonsorrow, banda Finlandesa que eu muito aprecio e cujo link se encontra na secção à direita do blog. A palavra kauan é a primeira da letra e não vou escrever aqui o seu significado. Já agora, se a pessoa que cá veio parar desta forma ainda lê isto: não é assim que se procura o significado de uma palavra!! Já pensaste em escrever a palavra num motor de busca, ver de onde são os sites onde ele nos leva e em seguida procurar por um tradutor para essa língua??
"em que pais ocorreu a primavera de praga" – meus deuses...vamos por partes: a Primavera de Praga [com letra maiúscula...] foi um acontecimento bastante relevante do Século XX mas que não é tão mediático como outros. Se o utilizador que aqui chegou desta forma conhece a forma como o acontecimento ficou conhecido mas não sabe onde fica Praga, é porque há algo na cabeça do indivíduo que não está a funcionar muito bem... Como é possível não saber onde fica Praga?? E se queria saber onde foi, porque não escreveu simplesmente "Primavera de Praga", obteria respostas muito mais esclarecedoras?! Ou talvez a pessoa em questão não tenha grande noção do complicado Século XX e gerou-se uma grande confusão na sua cabeça entre Império Austro-Húngaro, Checoslováquia e República Checa...
"o que é o g8" – procurasse por G8 simplesmente, e visse o que daí resultava!
"a autodeterminação dos povos nos tempos remotos" – o conceito de autodeterminação é muito recente e está relacionado com uma politização e endoutrinação de uma elite numa determinada ideologia que potenciou a busca de um objectivo como este. Não sei o que é que a criatura em questão entende por "tempos remotos" mas para mim, é necessário recuar até ao período Medieval para que um tempo possa ser remoto, e nessa altura a autodeterminação estava muito mais relacionada com motivos económicos e estratégicos! Basta ver a independência do Condado Portucalense....
"localização da frança" – Esta bate todas!! Aliás, é tão incrível, que eu vou aproveitar esta ocasião para me dirigir à criatura e proclamar o seguinte: se não és capaz de olhar para um simples planisfério ou globo terrestre e ver o país com a forma hexagonal na Europa ocidental com o nome de "França", como é possível que saibas utilizar a internet?? Sabes ler? E somar, não será já muito complicado? Já encontraste a França? O meu blog foi útil? Suponho que não tenha sido, afinal o que aqui é escrito é muito avançado para semi-analfabetos... Sinceramente, não sei como é possível... Ah, mais uma coisa: é "França", não "frança"!
"sardinhas portuguesas" – Sim, uma vez escrevi um post em que desmantelava as "marchas populares" de Lisboa e referia as sardinhas numa ou outra ocasião, mas aqui não vão estar receitas nem informações sobre essa especialidade...
"relação dos atentados de 5 de Julho com o 11 de Setembro de 2005" – Ok, ou esta pessoa sabe de algo que eu não sei e que estará para acontecer no dia 11 de Setembro deste ano [muito improvável mas pelo sim, pelo não vou contactar a astróloga Maya, e o hipnotizador Alexandrino também pode vir a ser útil], ou trata-se de um erro na data [mais provável] mas seja como for, é um termo muito complexo para procurar assim num motor de busca, o mais indicado seria "5 de Julho; 11 de Setembro", mas já agora, o que aconteceu a 5 de Julho?? É que este ano houve atentados mas no dia 7!
"como se nacionalidade americano" – Escrito tal e qual assim... Seja lá quem for, é a coisa mais básica possível: nasce lá! Não aconteceu? Vive lá uns anos [5 devem chegar...], faz um exame básico onde te perguntam uma coisa do género "quem ganhou a guerra civil?" e pronto, já podes fazer o juramento de bandeira, já podes cantar "God Bless America" e já podes dizer que defendes o "American Way" quando nem sequer sabes muito bem o que isso é...
"costumes localização do país da turquia" – Ou qualquer coisa como isto, por causa do não reconhecimento de acentos por parte do site, não foi claro. Mas para isto vale o que disse para a França: nunca viste um planisfério, criatura?? Quanto aos costumes, não conheço, nunca estive na Turquia, não conheço Turcos.
"vida em macau nos anos 50" – Não faço ideia como se vivia em Macau na década de 1950, suponho que a administração Portuguesa vivia bastante bem, a população Chinesa não podia dizer o mesmo mas recebia ordenados bem melhores do que na República Popular da China. Talvez uma passagem pela Fundação Oriente ou pela Casa de Macau seja elucidativa...
"indutrializacao dos eua no ano 2005" – Em primeiro lugar, simplifica ainda mais os termos que obténs melhores resultados, em segundo lugar o ano ainda não acabou...

Mundiais de Atletismo 2005

Eu diria que o balanço Português dos Mundiais de Atletismo de 2005 a decorrer em Helsínquia até foi positivo. Duas medalhas de bronze - Susana Feitor nos 20km marcha, Rui Silva nos 1500m - nos nove dias de competição estão em concordância com o que costumam ser as nossas prestações desportivas. Embora não se tenha atingido a excelência de Gotemburgo 1995, em que Fernanda Ribeiro obteve a medalha de ouro dos 10 000 metros e Manuela Machado obteve, corrijam-me se estiver enganado, a mesma classificação na maratona. Tendo em conta o nível dos atletas presentes, a participação Portuguesa foi satisfatória. Pela positiva, gostava de destacar o recorde do mundo de salto à vara feminino de 5,01 metros da Russa Yelena Isinbayeva [por motivos desportivos e não-desportivos!] e lançamento do dardo, cujo ouro foi para a Estónia nos homens e para a Alemanha nas mulheres. Fiquei surpreendido com o reduzido número de medalhas da China e dos países da América Latina no geral, excluídas as Caraíbas que se afirmaram nas corridas de velocidade. Pela negativa, hoje assistiu-se a uma cena lamentável nos 1500 metros, com uma atleta Russa a pregar uma cotovelada numa corredora do Bahrein, a consequência foi a mais que merecida desclassificação da infractora. Na estafeta masculina 4x100 metros, a desclassificação dos EUA por um dos seus atletas ter largado o testemunho foi também um dos momentos negativos. Eu podia não estar a apoiar os EUA mas esta é uma forma muito pouco digna de perder. Ah, e a tempestade incrível que se abateu sobre Helsínquia durante cerca de dois dias e que obrigou ao adiamento de provas e provocou mesmo inundações e cortes de electricidade em regiões circundantes.
Só quero mesmo realçar isto: repararam que na maratona masculina, o Português Luis Novo ficou em 22º lugar, atrás de um Israelita velho (de 50 anos)? E a propósito de maratonas, o Brasileiro Wanderlei de Lima este ano não foi agarrado por nenhum padre Irlandês [ou Escocês, não tenho a certeza], prejudicando gravemente a sua prestação, talvez porque nunca esteve a comandar a prova.

12.8.05

Grande Turkmenbashy, devias ensinar umas coisas aos Portugueses!

No Turquemenistão, o presidente nada totalitário Saparmurat Niyazov, que detém o título oficial de Turkmenbashy, ou seja, "Pai dos Turquemenos", além de ter orquestrado um culto da personalidade que deixaria o próprio Estaline com vontade de saber mais, ainda mudou os nomes dos meses do calendário de acordo com os seus próprios desígnios. Os melhores exemplos da infelicidade dos meses [que não fizeram mal a ninguém...] encontram-se no mês de Janeiro, alterado para Turkmenbashy, o mês de Abril, conhecido no Turquemenistão como Gurbansoltan Edzhe, o nome da falecida mãe do presidente e o mês de Setembro, conhecido como Ruhnama, a "cartilha espiritual" da autoria do presidente que determina as linhas gerais de comportamento moral dos cidadãos do Turquemenistão e que é ensinada a martelo nas escolas do país.
Imagine-se que em Portugal o Chefe de Estado seria um louco totalitário do qual emanassem os mais bizarros princípios. Tendo em conta que os líderes políticos Portugueses, principalmente os presidentes da república, detêm uma idade superior a 50 anos, teríamos situações como esta: "No próximo dia 9 do mês de dona Maria das Dores..." ou ainda "no passado dia 21 do mês de Etelvina Isidora" ou até mesmo "hoje, dia 14 de Ambrosina da Anunciação...".
Para mais informações sobre o "maravilhoso" feudo, aliás, estado soberano, que é o Turquemenistão de Niyazov, vide http://www.turkmenistan.gov.tm .

10.8.05

O edifício mais feio de Lisboa - best runner up!


Este é o edifício que mais hipóteses tinha de destronar o edifício Aviz. Ele é grande, ele é cinzento, ele é monstruoso, ele é o edifício dos CTT na Avenida da República! Destaca-se claramente dos seus vizinhos por ter o dobro do seu tamanho e localiza-se numa avenida que inicialmente fora projectada como uma autêntica montra de Arte Nova do início do século XX mas que a partir da segunda metade do século se tornou num parque de diversões para patos bravos.
Qualquer passagem pela avenida atesta isso, hoje para cada edifício Arte Nova, há cerca de dois ou três edifícios das décadas de 1960/70. Eu começo a achar que a partir da década de 1980, alguma coisa se deve ter acendido nas cabeças dos construtores e decisores e eles então pensaram "Que tal se em vez de deixarmos degradar as jóias arquitectónicas e as destruirmos para erguer aberrações, as restaurássemos? Até podia ficar bonito!" E por uma vez na vida, acertaram.

9.8.05

O edifício mais feio de Lisboa - and the winner is...

A partir do presente momento é oficial, este é o edifício mais feio do concelho de Lisboa.

A honra de tal título cabe, nada mais nada menos, ao Edifício Aviz, localizado na Avenida Fontes Pereira de Melo, em frente ao Fórum Picoas e partilha o quarteirão com o Hotel Sheraton, um edifício quase tão belo como o seu vizinho Aviz.
Construído na década de 1970, como não podia deixar de ser, é um excelente exemplo de que mesmo durante os últimos resquícios do Estado Novo, ou "primavera marcelista" como esta época era conhecida, em Portugal os arquitectos não ficavam muito atrás dos seus homólogos Soviéticos.
Neste edifício ficou instalado até há carca de 2 anos trás o Centro de Informação das Nações Unidas que foi encerrado e transferido para Bruxelas por falta de verbas da organização.

Como é que um monstrengo destes pode existir em pleno centro de Lisboa? Aliás, monstrengo horroroso, porque um edifício grande não está imediatamente condenado à fealdade...

Contagem decrescente para a senilidade presidencialista

Gostava muito de saber qual é o requisito que continua bem enraízado nas mentes dos eleitores e que limita o acesso à presidência da República Portuguesa a pessoas de uma idade "respeitável". A lei coloca o limite mínimo nos 35 anos, mas todos sabemos que nenhum indivíduo com essa idade poderia ser eleito Chefe de Estado. Ninguém com menos de 50 anos tem uma boa hipótese de ser eleito e quanto mais velho melhor, de acordo com a última sondagem do Expresso que constata a opinião maioritariamente favorável à candidatura de Mário Soares à presidência da República. Claro que Cavaco Silva, no limiar da terceira idade, não será nenhum candidato da juventude...
O que é que tem o cargo de Presidente da República que os eleitores praticamente excluem todos os candidatos com menos de 50 anos? Será um posto assim tão transcendental que apenas está reservado a pessoas com uma esperança de vida restante inferior a 40 anos? Ou já agora, a pessoas que tenham tido actividade política antes do 25/A? A menos que o cargo de Presidente da República seja tão exigente que apenas um indivíduo com a "sabedoria" e a "experiência" de um idoso o possa assumir, talvez Portugal se tenha tornado de um dia para o outro num regime presidencialista e eu não tenha dado por isso...

8.8.05

As piores expressões da língua Portuguesa

Até que ponto um idioma reflecte a cultura do seu povo? Apresento as expressões da língua Portuguesa pelas quais eu sinto a maior antipatia possível, por achar que são ridículas e por considerar que reflectem o que de pior existe na mente dos Portugueses, mais em alguns do que noutros.
Passo assim a apresentar:
- tem que ser, e o que tem que ser tem muita força
Esta expressão reflecte o máximo do conformismo e do seguidismo, a submissão às
circunstâncias, por mais desagradáveis que sejam e a crença na sua rectidão, apesar da sua dureza. Simultaneamente, exprime a ausência total de contestação ao que nos rodeia e apresenta-o como uma realidade final à qual não podemos escapar.
- é assim
Muito parecida com a anterior, embora de alcance menor, exprime igualmente falta de vontade e um conformismo galopante por algo quando disso nos queixamos. Tal como a anterior, não dá azo a qualquer tentativa de alteração das circunstâncias.
- é a vida
Já é a terceira expressão da mesma família, esta difere das anteriores no sentido em que se aplica a situações que, na maior parte das vezes, não poderíamos alterar, como por exemplo a morte de um amigo ou de um familiar, mas coincide no que diz respeito à forma das duas primeiras, ou seja, pretende insinuar que por piores que sejam as adversidades, fazem sempre parte de um plano maior, de uma continuidade contra a qual não podemos nada e que por mais que tentemos fugir, somos sempre apanhados
- é o país que temos
Sim, e sempre será enquanto este expressão subsistir. Não é o país que temos, é o país que nos impuseram e que nunca iremos ultrapassar enquanto assim o consentirmos. Mais uma vez, a mesquinhez ao serviço da cultura e do quotidiano Português, o país é este, assim é a forma como é gerido e como a realidade se desenrola e nada podemos fazer quanto a isso.
- vai-se andando
A expressão típica de 95% dos Portugueses [talvez um pouco menos], significa que não somos felizes como gostaríamos [ou seja, não têm o dinheiro que gostavam...] mas que apesar de tudo, podia ser pior [sim, podíamos estar mortos, isso era desagradavelzinho, não era?] ou seja, como o frequente é olhar para o que é pior, é preferível ficarmos como estamos porque se nos metermos em aventuras, a coisa corre mal e ficamos pior do que o que estávamos. É sem dúvida alguma, uma das mais abjectas e repulsivas expressões da língua Portuguesa, nunca iremos ser felizes, é o que ela pretende insinuar, não será em parte porque ao invés de racionalmente analisarmos o que nos rodeia, atiramos expressões mesquinhas e redutoras a tudo o que nos contraria?
- até amanhã se deus quiser
Cá está, já faltava uma expressão explicitamente religiosa a atirar para as mãos de alguém que segundo se consta, está um degrau ou dois acima de nós, a nossa sorte. Tal não é o seu poder, que dele depende se nós vamos ou não encontrar aquela pessoa de quem nos despedimos naquele dia! Suponho que se entretanto escorregarmos numa casca de banana, ou cairmos das escadas abaixo, ou tivermos um acidente de viação, quer a culpa seja nossa, quer não, foi alguém com poder sobre nós que não permitiu.
Assim foi a minha selecção das que considero serem as piores expressões da língua Portuguesa. Para conhecer o quotidiano, os hábitos, os costumes e a mente de um povo, é necessário conhecer a sua língua. Infelizmente, eu conheço-a ao ponto de afirmar que não existe qualquer intersecção entre a minha visão e a que deu origem a tais expressões. Serei menos Português por causa disto?

7.8.05

Como pode ser?

Será possível que a administração da CGD tenha sido substituída por lealdades partidárias e se tenha devido à reprovação desta ao financiamento do aeroporto da Ota e TGV?

Será possível que o governo avance com a construção do aeroporto da Ota mesmo sabendo que não é financeiramente viável e que devido à sua distância de 50km até Lisboa, vai aumentar o tempo de viagem da capital para qualquer outro ponto do país?
Será possível que a hierarquização de prioridades remeta a seca e os fogos florestais para segundo plano face ao combate ao défice?

Não foi por acaso que recentemente Sócrates recebeu uma avaliação negativa na última sondagem. Como é que um indivíduo que se afirma como social-democrata de inspiração nórdica consegue liderar um governo como o seu? Como é que ainda não perceberam que estão a cometer erros gravíssimos que vão condicionar o futuro do país?

4.8.05

Os piores momentos do Século XX - Momento XVII: O genocídio do Ruanda, 1994



Em Abril de 1994 começou um genocídio que durou mais de três meses e que chocou o Mundo, pelas suas dimensões e pela impunidade com que ocorreu. No Ruanda, pequeno país na região dos Grandes Lagos, as tensões étnicas eram comuns desde a colonização Belga iniciada em 1916 e que determinou a diferenciação entre hutus e tutsis, apesar de não apresentarem diferenças entre si.

Estas tensões subsistiram após a independência em 1962 e vieram ao de cima na sua forma mais cruel em Abril de 1994 após o assassinato do presidente Ruandês. O homicídio não foi totalmente esclarecido mas constituiu a última etapa para que se iniciasse o genocídio, perpetrado pela maioria hutu contra a minoria tutsi e que mobilizou mais de 30 000 pessoas por todo o país, envolvidas em homicídios em grande escala e massacres de todos os tutsis e hutus que a eles se opusessem.

Contribuindo ainda mais para a tragédia em curso, não houve intervenção exterior, quer por parte das Nações Unidas que retiraram os seus capacetes azuis após dez dos seus membros terem sido assassinados, quer por parte de países que teriam capacidade para intervir, como os EUA, o Reino Unido ou a França. É impossível de explicar porque é que o genocídio aconteceu mas após 100 dias, o número de mortos ascendia a 800 000, algo impossível de calcular.

Este acontecimento constitui o último na minha série "Os piores momentos do século XX", felizmente não encontrei outros momentos que merecessem a "honra" de figurar nesta lista. Outros acontecimentos poderiam ter entrado mas foram incluídos num contexto mais alargado, como o genocídio Arménio, o massacre de Nanquim, o pacto de Munique, o Holocausto e o massacre de Srebrenica. Serão sempre discutíveis sobre se deveriam ou não ter figurado nesta lista.

2.8.05

Os piores momentos do Século XX - Momento XVI: Desagregação da Jugoslávia, 1991-95



Em 1991 teve início um conflito que resultou no maior número de baixas e de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial e que mergulhou uma região inteira num pesadelo durante quase toda a década.
As tensões étnicas na Jugoslávia haviam subido de intensidade e eslovenos, croatas, bósnios, sérvios, macedónios e montenegrinos reivindicavam o direito à independência da sua respectiva república, até então parte integrante da Federação Jugoslava. Rapidamente, os nacionalismos extremistas e fundamentalismos religiosos vieram ao de cima e todo um povo que coexistia pacificamente num único estado soberano mostrava agora intenções de se separar e mesmo de expulsar e assassinar os seus vizinhos por terem outra origem ou outra religião.
Foi o que aconteceu na Croácia em 1991 e na Bósnia em 1992, após a intervenção das tropas federais para salvaguardarem a unidade do estado Jugoslavo mas que acabou por favorecer as aspirações dos extremistas Sérvios nos dois territórios que pretendiam expandir o território da Sérvia à custa dos seus vizinhos.
Por sua vez, os nacionalistas Croatas empreenderam uma campanha contra os Sérvios e os Bósnios Muçulmanos tomaram parte em campanhas contra Sérvios e Croatas, criando assim uma situação de anarquia potenciada pelos líderes extremistas que a provocaram. O mais mediático acabou por ser o cerco de Sarajevo e o massacre de Srebrenica, mas foram cenários que se repetiram por grandes extensões de território da antiga Jugoslávia.
Por ter representado o pior conflito da Europa em quase 50 anos e por ter posto em evidência que um país pacífico e desenvolvido como o era a Jugoslávia pré-1991 pode resvalar para um conflito generalizado no qual mais de 250 000 pessoas perderam a vida, a dissolução da Jugoslávia entrou para esta lista.

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