25.8.05

Veritas

Verdade – o que julgamos certo, absoluto, inviolável, inegável, universal, indestrutível, inalienável, sólido. Uma verdadeira arma de arremesso contra tentativas de nos mostrar o contrário, um escudo, uma segurança, uma ideia tão fortemente enraizada no mais profundo da nossa mentalidade que tudo fazemos para a proteger, para que não a difamem, para que não a distorçam...e para que não provem o contrário. Em nome da verdade somos capazes do irrealizável. Por um princípio que se quer atingir por meios racionais, pois não será a verdade um estado que se atinge através do raciocínio mental lógico e estruturado, uma vaga emocional apodera-se do Ser Humano que é então capaz de cometer os actos mais irracionais possíveis em conflito directo com aquilo que considera uma "verdade", sem disso tomar consciência. E o que acaba por ser a verdade? Mais não é do que o que julgamos ser absoluto sobre um determinado assunto, uma premissa que abre o caminho para a formação dos nossos juízos de valor, se quisermos, apenas uma fachada a que nos agarramos enquanto a nossa mente a reconhece como lógica e...verdadeira! Acabam por ser uma ideia que construímos sobre algo, para a abandonarmos quando surge algo que faz mais sentido, que parece mais lógico. Assim sendo, e visto que somos imperfeitos e temos esta dinâmica necessária de melhoramento e renovação contínua dos nossos conceitos, proponho a eliminação do vocábulo "verdade" das nossas mentes e a sua substituição por um conceito que exprima aceitação e concordância temporária, enquanto uma progressão não for encontrada.

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