30.9.06

Ausência? Nem por isso...

Há uma razão simples para não ter sido colocado nada de novo aqui nos últimos três dias. Não se tratou de um vazio, na verdade nos últimos três dias tentei, insistentemente, colocar aqui um vídeo. Tentei uma, duas, três...várias vezes e nada feito. Apesar de o controlo me dizer que o vídeo iria aparecer no blog em breve...zero. Tenho de aprender a não confiar na tecnologia, pelo menos o suficiente para que ela não me desiluda.

27.9.06

Não, não se trata de nenhuma novidade

Há quem se esteja a divertir bastante com isto, ou quem se regozije com a decisão. Eu não, pelo contrário, vai contra todos os princípios que eu conheço, codificados e tácitos, mas o que posso eu fazer?

26.9.06

Referências e recordações

Eu sei que gostos não se discutem...mas não concordam comigo quando eu digo que dentro de 30-40 anos, quando a geração dominante tiver como referências coisas como florzinhas que se dizem "bellas" e umas saladas de frutas muito azedas, vão chegar à conclusão que é muito melhor ter como referência um verdadeiro Senhor conhecido como Daffy Duck? Digam-me lá se nunca sentiram vontade de largar uma bigorna em cima de alguém num dia mau!

25.9.06

Fotografia a cores


Esta fotografia foi tirada por Prokudin Gorskii, entre 1907 e 1911, um exemplo do portfolio de fotografias a cores deste químico russo que foi um dos primeiros a dominar a técnica da fotografia a cores.

24.9.06

Ausências

Ontem na contracapa do Público reparei que não havia nada para ler do Vasco Pulido Valente, isto porque ele está de férias. Eu que gosto muito de ler a raiva daquele homem concluí isto - se o Vasco Pulido Valente vai de férias (coisa que eu até ontem duvidada que pudesse ser possível) quando regressar vai escrever sobre o assunto nos seguintes termos: "regressei de um sítio onde toda a gente era perfeitamente retardada e não tinha noção nenhuma do que se passava à sua volta. O lugar era feio e mal feito por culpa de quem lá se encontra na câmara municipal e a estrada estava mal planeada e esburacada. Ainda pensei em ir de avião mas depois deparava-me com um pessoal de terra absolutamente obtuso no aeroporto e com umas hospedeiras perfeitamente ignorantes sobre a sua profissão. À chegada ao hotel, o gerente nem sabia falar, devia ter a quarta classe incompleta, e o edifício estava praticamente em ruínas, não há um único profissional de jeito capaz de reparar estas infraestruturas. A comida era abominável, era melhor terem-nos dado uma ração de combate como se faz nas linhas da frente, era mais nutritivo. Até que chegou um dia em que não havia comida nenhuma porque cheguei 30 minutos mais tarde. Quando pedi para falar com o director do restaurante, percebi que as baratas da cozinha são mais inteligentes do que ele, pelo menos elas sabem onde há comida. Regressei agora e assim que chego a casa sou deparado com situações da maior cretinice possível que eu nem julgava concebíveis no ano em que vivemos e que ficarão para as próximas edições."
Ah, para quem esteja a desconfiar, eu gosto muito do que ele escreve e agora não estou a ser sarcástico.

23.9.06

Outono


Bem-vindo senhor Outono, já tínhamos muitas saudades suas

22.9.06

Como seria aqui?


Vamos imaginar que tínhamos a consciência e o patriotismo dos húngaros e que numa situação em que o Governo mente descaradamente, íamos para as ruas aos milhares exigir a demissão do PM e dos seus ministros. Duas consequências seriam possíveis.
1 - Já ninguém se atreveria a mentir, nem que fosse sobre o estado do tempo
2 - Nenhum Governo em Portugal duraria mais de um ano, simplesmente impossível
E não é notável que em países onde as pessoas estiveram sob um regime autoritário que as vozes vigilantes do poder se façam ouvir mais alto? Era capaz de jurar que em Portugal isto não acontece, mas tem sempre que haver uma excepção a tudo.

21.9.06

Liszt - Rapsódia Húngara

Eis o que acontece quando se junta o ponto máximo de duas artes.

20.9.06

Chamam a isto uma lei?? Só se for na enfermaria dos idiotas!

A lei que deveria proibir o consumo de tabaco em locais como restaurantes, bares e outros espaços públicos perdeu toda a matéria de que ainda dispunho para ser levada a sério. Hoje foi anunciado, pelo próprio ministro da saúde, que além de passar a ser permitido aos proprietários decidirem sobre se o seu recinto irá proibir o consumo de tabaco ou não - chamam a isto uma norma jurídica?? - foi atingido o cúmulo do maior grau da estupidez em estado bruto com a introdução de um período a que o Governo chama de "adaptação cultural à medida". Esta "adaptação cultural à medida" significa que vai haver um período de transição para que os proprietários e consumidores se possam "adaptar" à lei antes que ela seja adoptada em pleno.
Muito bonito, sem dúvida - sobretudo quando o mesmo minsitro que anuncia publicamente a importância desta lei como fulcral para a saúde pública, comprovadíssimos que estão os potenciais perigos para os consumidores de fumo passivo, declara que a lei necessita de um período de "adaptação cultural". Adaptação cultural a quê? É algum choque cultural cumprir um simples sinal que indica "proibido fumar"? Ou a lei destina-se a uma população que consome três maços de cigarros por dia, durante todos os dias da sua existência a partir do momento em que nasce? Se há quem se recuse a realizar uma "adaptação cultural" sou eu, mas não à proibição de fumar [ou melhor, à anedota que passa por lei, porque todo este aparato é uma linguagem de código que significa que a lei vai ser tão aplicada em Portugal como o Protocolo de Quioto], antes à cultura de idiotice que cada Governo impõe a Portugal.

19.9.06

Nem de propósito

Ontem, a verdade inconveniente. Hoje, um furacão prepara-se para atingir os Açores. Algo que nunca antes tinha acontecido, sem que haja por enquanto qualquer explicação científica para que o famoso anti-ciclone dos Açores, que normalmente afasta este tipo de fenómenos, não tenha actuado desta vez. É bem possível que este não seja o único furacão a atingir território português na nossa era, tão possível como nunca afirmarem que é uma consequência directa das alterações climáticas globais.

18.9.06

An Inconvenient Truth


Para quem acredita e para quem não acredita...um verdadeiro filme de terror sobre a nossa possível realidade.

17.9.06

Islam vs Christianity

Este vem mesmo a calhar!

16.9.06

Justiça poética

Tem um certo interesse verificar que as declarações que o chefe da igreja católica proferiu onde se incluía uma referência à religião islâmica divulgaram-se a uma velocidade admirável entre os países onde a maioria da população é muçulmana - poucas horas depois, já se realizavam manifestações, queimavam-se efígies e exigia-se um pedido de desculpas por parte da igreja católica. Admirável, se tivermos em conta que a maioria daqueles países tem fortes restrições à liberdade de informação e as notícias são bastante filtradas. Começo a pensar se as pessoas que organizaram aquelas manifestações não serão subscritoras de um serviço de alerta noticioso por sms, com uma ligeira variação - em vez de enviar mensagens de texto com conteúdos de notícias consideradas como relevantes, as mensagens referem-se a ofensas à religião islâmica. Uma espécie de "alerta islão - saiba sempre em primeira mão quando a sua religião é alvo de calúnias e/ou de críticas". Notem que do ponto de vista clerical, crítica e calúnia são a mesma coisa.
Deste lado, devo dizer que existem poucos motivos de gozo semelhantes a assistir a um confronto entre as duas maiores religiões do Mundo. Em nome de alguém que é maldito às duas correntes, ver um confronto de palavras e, quem sabe, talvez de acções entre seguidores do cristianismo e do islamismo dá-me um certo sentimento de razão, uma certa justiça poética. Depois de sermos bombardeados com declarações dos senhores da verdade sobre o caminho a seguirmos nas nossas vidas para atingirmos uma dita "salvação" e de nos apelarem à consciência através de conceitos como "rezar", "adorar a deus" e "levar uma vida de rectidão", há uma carga irónica e cómica nos conflitos inter-religiosos que me fazem sentir uma certa elevação [não, não é uma elevação espiritual] em relação aos indivíduos que seguem estas religiões e para quem eu estou, irremediavelmente, errado e perdido. Que mais querem? Sou apenas Humano, demasiado Humano.
Onde está então a orientação do insulto e da violência? Numa escritura sagrada? Consumam-nas até à exaustão se assim gostarem, acredito em ideiais democráticos e não considero que se devam impor dogmas morais a ninguém, mas não me podem impedir de me divertir à vossa custa, tenho dito.

15.9.06

Wii

Não podia deixar de o fazer e aqui está. Hoje teve lugar em Londres uma conferência de imprensa destinada ao efeito e já sabemos o que precisamos para nos sentirmos cada vez mais ansiosos. A Wii será lançada na Europa a 8 de Dezembro de 2006 a um preço de €250. Incluídos vêm a consola, cabo de ligação A/V, transformador eléctrico, um Wiimote e o respectivo auxiliar direccional e a barra sensorial de recepção, bem como o jogo Wii Sports!
Disponíveis na data de lançamento vão estar 20 jogos onde se incluem:
- Wii Sports
- The Legend of Zelda: Twilight Princess
- Wii Play
- Red Steel
- Rayman Raving Rabbids
- Tony Hawk's Downhill Jam
- Need for Speed: Carbon
- Super Monkey Ball Banana Blitz
A Wii não se esgota em jogos - os Wii Channels serão um software online próprio da Wii que vão utilizar o serviço WiiConnect 24 e que podem ser usados para transmissões de informação da Nintendo para os jogadores, além de dispor de um programa de tratamento de imagens para transformar a face do jogador na de uma personagem. Sem nos esquecermos do serviço Virtual Console que vai permitir aceder a um catálogo de jogos de gerações anteriores e da compatibilidade com os jogos da GameCube... Nenhuma máquina da geração que se anuncia tem as potencialidades da Wii, ela é o verdadeiro salto qualitativo que a indústria precisa para evoluir e estender-se a cada vez mais jogadores em todo o Mundo.
Querem uma aposta? Espreitem isto, ou dêem uma olhadela aqui, sem se esquecerem de passar por aqui.

14.9.06

Já temos data

19 de Novembro na América do Norte, 2 de Dezembro no Japão - são estas as datas da Revolução. Eu sei, uma Revolução não deve ter data marcada, mas esta de tão própria que é e sem temer qualquer insurgência que possa emergir, anuncia a sua ocorrência com toda a pompa e circunstância que merece. E afinal, temos de saber quando vai ocorrer para que nos possamos juntar a ela o mais depressa possível, de preferência no próprio dia. Mas porquê, oh porquê, na Europa não só ainda não temos data marcada [ao que parece, será anunciada amanhã] como ainda há uma pequena possibilidade - pequena mas suficientemente enervante - de ser adiada para Março de 2007??

13.9.06


The Word - sobre a sabedoria da Wikipedia

12.9.06

Nova Lisboa?

Só hoje fiquei a conhecer dois projectos - talvez não seja a palavra apropriada, digamos antes "ideias" - para a região de Lisboa que para mim tinham tanto de desconhecidos como de extraordinários.

Em 2005, foi planeado um projecto de criar uma ilha artificial flutuante sustentável no centro do Estuário do Tejo, onde pudesse ser obsvervada uma forma de vida urbana para o século XXI, orientada pelo fim da dependência do petróleo - recurso energético escasso e cada vez mais caro. O autor do projecto deu à ilha o nome de "Amores" em homenagem a Luiz de Camões e inseriu-o numa eventual candidatura de Lisboa à realização dos Jogos Olímpicos de 2020. Podem ver a página do projecto aqui.
Segue-se o Grande Estuário, uma proposta de desenvolvimento para a Área Metropolitana de Lisboa, que passa por uma valorização da margem sul e que se encontra em parte ligado ao projecto da ilha artificial. A proposta Grande Estuário pretende actuar sobre as cidades uburbanas de Lisboa que foram descaracterizadas pela expansão urabana e que se encontram actualmente indefinidas e sem uma função clara além de residencial e dependentes do ponto de vista energético. Esta proposta pretende assim efectuar alterações profundas nas infra-estruturas periféricas a sul de Lisboa, passando pelos transportes, pela energia e pelo planeamento urbano, integrado numa candidatura de Lisboa à organização dos Jogos Olímpicos de 2020.
Não me recordo de serem destacados na comunicação social, o que demonstra que ou os nossos media não os consideraram interessantes ou não tiveram o apoio de um grupo económico importante, porque propostas desta dimensão merecem um grande destaque e uma grande discussão pública.

11.9.06

Buracos

Gostava que alguém me explicasse porque motivo é tão difícil tapar os buracos de Lisboa. Não me estou a referir a crateras como o o túnel do Marquês, as obras do metro do Terreiro do Paço ou o túnel do Rossio, estou a falar dos vulgares buracos que se encontram nos passeios desta capital europeia. Seja em que sítio for, se estivermos em Lisboa é bem provável que haja um buraco por perto, é tão certo como o Sol nascer todos os dias.
Há quem indique a calçada portuguesa como um dos elementos mais característicos de Lisboa. Eu considero que os buracos nos passeios são muito mais característicos! Quantos de nós realmente reparam nos padrões formados pelas pedras que compõem a calçada portuguesa? Agora, quantos de nós têm de olhar para o passeio à procura de buracos? Sim, quantas pedras levantadas já vimos nos passeios de Lisboa?
Eu até compreendo que a Câmara de Lisboa não possa tratar de todos os problemas - mas a verdade é que não tratam de quase nenhum; se pudessem tratar de um só problema, que fosse este. Tinha alguma utilidade e os moradores reparavam.

10.9.06

Até quando?

Tal como Prometeu que ofereceu o fogo à Humanidade e foi por isso condenado pelos deuses, são frequentes aqueles que sofrem consequências terríveis em nome de avanços que podem conferir à nossa espécie.
No período medieval, rapidamente se acusava alguém de bruxaria. No dito "Renascimento", cientistas brilhantes foram torturados e mortos pela inquisição, prejudicando o nosso saber e o nosso progresso.
Actualmente, ainda não conquistámos plenamente o direito à evolução. A melhor prova disso são os obstáculos levantados à investigação de células estaminais - viu-se rodeada de entraves legais em nome de uma hipócrita e vazia "ética" e de uns não mais dignos "valores", quando já nos poderíamos encontrar num patamar superior daquele campo de pesquisa.
A recente descoberta que torna possível a sua investigação sem danificar os embriões crio-preservados não garante que os novos guardiões da inquisição vão levantar as suas defesas - pelo contrário, é bem possível que invocando pretextos que clamam ser de cariz "ético" acabem por cumprir um desígnio que de ético nada tem, a impossibilidade de tratar milhões de pessoas para quem a investigação de células estaminais representa uma perspectiva de vida e de fuga de uma doença mortal.
Até quando teremos de partilhar o planeta com aqueles que prontamente sacrificam a evolução da sua espécie e com uma nobre bandeira defendem a degradação e a morte dos seus semelhantes?

9.9.06

Frase do dia

Grandpa Simpson: My Homer is not a communist. He may be a pig, a liar, an idiot, a communist, but he is NOT a porn star!

8.9.06

A guerra que nunca foi

Há cerca de cinco anos atrás, o presidente dos EUA anunciou ao Mundo que a sua maior prioridade seria a chamada “guerra ao terrorismo”, foi sob este nome que a administração Bush designou as acções consequentes aos acontecimentos de 11 de Setembro de 2001 e que considerou como sendo as palavras que os americanos mais queriam ouvir.
A expressão é um erro, sobretudo porque não houve nenhuma guerra ao terrorismo, nem o
próprio terrorismo foi afectado por esta decisão de Washington.
A forma como os EUA lidaram com os atentados que se aproximam do seu quinto aniversário foi incorrecta desde que se aperceberam de que estes estavam em escala. Lidaram com os acontecimentos como se do primeiro atentado terrorista da história se tratasse - erro, há centenas de anos que esta actividade existe e o que aconteceu a 11 de Setembro de 2001 que o distinguiu de outras acções terroristas foi a quantidade de vítimas e a transmissão televisiva em directo.
A reacção dos EUA obedeceu, no geral, à de uma guerra tradicional entre estados - erro, apesar de a administração Bush saber que os executores dos atentados não eram um inimigo tradicional, a forma como responderam atacando o Afeganistão foi uma resposta de “guerra tradicional” entre estados. Neste caso, foi positivo para os afegãos deixarem de ter o movimento taliban a dirigir o seu país mas se a coligação internacional tivesse tido o sucesso desejado, o Afeganistão seria hoje um país em paz e com boas perspectivas de desenvolvimento.
O principal objectivo dos EUA nesta guerra que nunca foi, era destruir a al-Qaeda e capturar ou eliminar o seu líder - erro, como já foi demonstrado, a estrutura da al-Qaeda que esteve por detrás dos atentados já não existe mas isso não significa que a ameaça tenha diminuído. Pelo contrário, o efeito da retaliação americana levou a que aquela estrutura que se encontrava largamente concentrada no Afeganistão com células na Europa e nos países islâmicos se fragmentasse em inúmeras “secções” com um potencial de ameaça muito maior. Não é preciso muito para justificar esta afirmação, basta olhar para Bali, Istambul, Madrid, Londres e Jordânia para compreender isto, ou se quisermos, para o quotidiano do Iraque.
Os EUA inseriram a invasão do Iraque no âmbito do combate ao terrorismo - erro, como já foi demonstrado não só o regime iraquiano não constituía uma ameaça para os EUA, como as ligações à al-Qaeda ou outras correntes terroristas transnacionais nunca foram provadas. A invasão teve, aliás, o efeito contrário - com o derrube do regime iraquiano, o vazio de poder que le sucedeu permitiu que o Iraque se tornasse num campo de treino de acções terroristas e num potencial estado islâmico de influência iraniana, além de ter conseguido formar uma forte corrente anti-americana em todo o Mundo. Por tudo isto, a invasão do Iraque foi um triplo erro.
Quais as consequências destes erros para os EUA? Todo o capital de confiança e de solidariedade que conquistaram imediatamente após os atentados foi reduzido a uma fracção residual. As correntes anti-americanas, quer na teoria, quer na prática, foram presenteadas com um cenário ideal às suas acções, e que se manifestou na eleição de líderes anti-americanos e no crescente apoio popular, sobretudo nos países maioritariamente islâmicos, das acções contra os EUA. A fragmentação da al-Qaeda levou a que atentados com a envergadura dos de 11 de Setembro não se repetissem mas fossem antes substituídos pela proliferação de atentados realizados sob influência ou até mesmo inspiração da al-Qaeda. Como já aqui disse, Bali em 2002, Istambul em 2003, Madrid em 2004 e Londres em 2005 sofreram estas consequências.
Apesar das palavras de George Bush, o Mundo não é um lugar mais seguro hoje, nem mesmo os EUA estão mais seguros - foi louvável a forma como no passado mês de Agosto, as autoridades britânicas e americanas impediram a destruição de vários aviões utilizados em voos transatlânticos, mas isto apenas demonstrou que passados cinco anos, não diminuiu o grau de perigo de um novo atentado de grande envergadura e se um atentado foi hoje evitado, amanhã outro pode não ser.
Apesar de tudo, a administração Bush apresenta estes resultados como vitórias. Não é surpreendente, se considerarmos que esta foi reeleita em 2004 e as suas linhas de base para os EUA foram satisfeitas, assim como os desejos pessoais dos seus membros - nomeadamente os que mais lucraram em capital financeiro e político com os atentados de 11 de Setembro, o governo norte-americano tem todos os motivos para estar satisfeito.
A chamada “guerra ao terrorismo” nunca existiu, nem vai existir. Se tivesse existido, hoje a ameaça terrorista estaria virtualmente extinta, mas a verdade é que nos últimos cinco anos, foram registadas centenas de atentados terroristas, cujos objectivo foi simplesmente provocar a maior quantidade de danos materiais e humanos possíveis. Será isto um sucesso da administração Bush?
É certo que Bush ficará na História dos EUA e na História Universal, mas não como o presidente que contribuiu para a destruição da ameaça terrorista, antes como o líder que perturbou e em última instância arriscou a segurança mundial em nome de uma frase vazia de conteúdo.

7.9.06

Aves mitológicas - Grifo




6.9.06

Comunicação ao país

Hoje, 6 de Setembro de 2006, o gabinete do Primeiro Ministro apresenta a seguinte comunicação ao país:

Portuguesas e Portugueses,

tal como vos tenho apresentado desde que tomei posse como Primeiro Ministro da República Portuguesa, as minhas iluminadas orientações e ideias contribuem sempre sem excepção para o desenvolvimento de Portugal enquanto país e para a prosperidade e nível de vida dos seus cidadãos em geral.
Por mais controversas que as minhas opções possam ter sido, correndo mesmo o risco de parecerem pouco ortodoxas nas mentes de alguns, a minha equipa não hesitou em avançar com uma retórica dinâmica e com propostas inovadoras que em nosso entender iriam ter um efeito positivo na nossa evolução nacional e às quais o tempo nos veio dar razão.
Hoje pudemos todos assistir, desde o conforto dos nossos lares a mais uma prova irrefutável, da clarividência das nossas decisões, em directo através da televisão pública, esse meio exemplar de comunicação livre e independente que mostra todo o respeito necessário pelos componentes estatais e civis da sociedade portuguesa, nomeademente por este gabinete que nunca actuou no sentido de condicionar as suas acções. *tosse tosse*
Assim, e da forma clara e directa que vos habituei às minhas declarações, venho aqui perante o país anunciar que mais um dos meus postulados estava correcto. Como puderam ver, a nossa opção de desenvolvimento por aquilo que eu designei por "modelo finlandês" é sensata e correcta, desde o seu primeiro dia. Hoje ficámos convencidos, sem margem para dúvidas, que a Finlândia possui os elementos necessários para ser um país mais competitivo que Portugal em virtualmente todas os campos nos quais os Estados soberanos colocam o seu nome e a sua dignidade.
Desta forma, a Finlândia não só é um modelo a seguir para Portugal no que diz respeito à educação, fiscalidade e desenvolvimento tecnológico, como também é um mentor a ter em conta no ensino do futebol às nossas crianças e jovens. O resultado obtido hoje demonstra que os jogadores portugueses possuem um grave défice físico em relação aos seus congéneres finlandeses e que apesar do seu renome internacional, apresentam uma grande dificuldade em introduzir um esférico no fundo de uma baliza.
Por analogia com o sector da educação, onde pretendemos converter o sistema de ensino português num semelhante do sistema finlandês com o mínimo de gastos possível - nomeadamente através da avaliação e sobrecarga dos horários dos professores, essa classe sobreprivilegiada, da instalação de computadores com banda larga nas escolas sem instalar aquecimentos ou realizar reparações nas escolas que delas necessitem - vamos proceder a uma reformulção do modelo do desporto em Portugal em consonância com o que é realizado na Finlândia, orientado por um objectivo que colocamos acima de todos os outros - tornar Portugal campeão do Mundo de hóquei no gelo na segunda década deste século.
Em segundo lugar, colocamos a contratação de profissionais de futebol oriundos da Finlândia e sua integração nas escolas de futebol portuguesas para que procedam à formação dos nossos recursos humanos naquela modalidade.
Vou assim empreender os contactos necessários com entidades oficiais e privadas da Finlândia, com vista à deslocação de peritos finlandeses em Portugal e, no médio prazo, iniciar a construção de recintos de hóquei no gelo no nosso país, sobretudo nas regiões que possuem uma tradição sólida de desportos de inverno - nomeadamente o Algarve, o Alentejo, os Açores e a Madeira.
Estaremos assim um passo mais próximo dos nossos parceiros nórdicos que se vêem assim na honrada posição de nos aconselhar a tornarmo-nos mais semelhantes a eles. Num outro campo de actividade, anuncio também que o Estado português vai adquirir a Central de Cervejas e proceder à subtituição da Sagres como principal bebida alcóolica daquela marca pela Finlandia Vodka, que irá no nosso país assumir a designação de Lusitania Vodka.
É com votos de sucesso e de bem-estar que me despeço e que termino esta comunicação ao país.
Em meu nome e de todo o Conselho de Ministros,
José Sócrates, Primeiro Ministro.

5.9.06

Integração comum

A possibilidade de integrar o serviço nacional de saúde de cada membro da UE num sistema comunitário é um bom exemplo de algo que já deveria ter sido proposto há bastante mais tempo, digamos, quando a UE foi estabelecida. O que se verifica é que, apesar de todos os esforços de integração e de aproximação entre os membros, há sectores onde prevalecem diferenças enormes. Quando será criado um imposto automóvel único para todos os membros da UE, por exemplo? Ou uma legislação comum para as comunicações audiovisuais?
Acima de tudo isso, porque não elaborar uma declaração de interesses comuns comunitários - sem valor jurídico mas orientadora das propostas legislativas - que discriminasse os aspectos onde a integração poderia ser levada bastante mais longe?

A380



Em breve, esta maravilha da tecnologia vai estar nos céus. E sim, eu tenho inveja [e não é pouca] dos funcionários da Airbus que realizaram o voo de teste!

4.9.06

Leis não-escritas

Em cada estado existe um código legislativo que regula o que é permitido e o que não é permitido fazer. Constituição, legislação própria, leis, decretos e outros instrumentos legais regulam a existência do Estado e a vida dos cidadãos, são as regras escritas. Quando não são cumpridas, o seu infractor é punido, ou pelo menos deveria ser.
Alheias a tudo isto, estão as regras não-escritas de carácter pseudo-universal, um autêntico cancro de uma espécie que se diz evoluída e superior às outras. São estas as piores de todas, as mais cretinas, as que reduzem os Humanos a uns seres andantes que falam, e que se fazem ouvir apenas na nossa cabeça. São elas que compõem o código social, código esse que vai influenciar a forma como orientamos a nossa conduta no dia-a-dia, como proferimos as nossas ideias, como regemos a nossa vida. Todos os dias somos confrontados com situações onde estamos a fazer algo legal mas incorrecto pelos padrões sociais - seja em casa, na rua, no local de estudo ou de trabalho, ou seja onde for. As regras não escritas impuseram-se como código de vivência e foram em algumas situações, fundidas com as regras escritas, contribuindo assim para que em imensos locais, os Humanos que lá se encontram pareçam uma cambada de clones.
Estas mesmas regras não-escritas manipulam algo que conhecemos como "consciência" e que a faz sentir-se "mais pesada" dentro de nós, embora não exista nenhuma alteração na constituição do nosso cérebro. Porém, com o temor que temos da reacção dos que nos circundam, rapidamente obedecemos à regra escrita, de forma a não ofender nenhum dos presentes, que não tem vida própria ao ponto de dar importância aos actos quotidianos de outro Humano.
Apagam a individualidade, restringem a personalidade e são um dos múltiplos factores que contribuem para a decadência da nossa espécie. O seu não cumprimento resulta em consequências que podem ir da vulgar crítica [a menos grave] ao ostracismo total [a mais grave] e levam o indivíduo que as quebrou a sentir-se culpado por ter sido ele próprio. Porém, há sempre quem se lembre que uma lei não escrita não foi aprvada por nenhum órgão legislativo, não foi ratificada nem está codificada em nenhum código, logo ninguém tem poder para punir quem não as cumpre - afinal, será que não é possível um indivíduo ser ele próprio, sem interferir na esfera dos outros, sem receber uma sanção punitiva da sociedade?

3.9.06

Aves mitológicas - Fénix


2.9.06

Apreensão

Foi a maior apreensão mundial de dinheiro falso e foi realizada pela Polícia Judiciária. Sete milhões e meio de dólares americanos, falsificados de forma quase perfeita. Duvido que possa fazer o mesmo com o meu scanner, além de que as pessoas iriam desconfiar se recebessem uma nota feita com o mesmo papel dos blocos A4. Seja como for, a PJ está de parabéns!
Vozes

Aqui vai mais uma prenda, divirtam-se!

1.9.06

Cidade anti-tourada

Como todos sabemos, em Portugal, Espanha e vários países da América Latina, é considerado tradição uma prática conhecida como "tourada" onde indivíduos conhecidos como "toureiros" lidam um touro até que este esteja demasiado debilitado, ou até à sua morte, dependendo do sítio [do sítio, não da lei], já aqui escrevi sobre isto.
Agora, eis que surje uma campanha com o objectivo de mudar esta situação. A campanha Cidade Anti-Touradas pretende captar a atenção do público e levá-lo a pressionar as entidades públicas e privadas que apoiam a realização das mesmas e alterarem a sua conduta e a contribuirem para a proibição destas nos concelhos onde se realizam, além do plano de fazer do Algarve uma região livre de touradas. Espero que tenham o sucesso merecido.

Chegou a nossa hora

Está na hora de mostrarmos à Itália que conseguimos ter um caos no futebol tão grande ou maior do que eles. Não percebo porque razão não foi resolvido antes das férias, não percebo como é que isto se arrastou durante meses ser abordado, não percebo como deixaram que aqui chegasse. Mas de uma coisa tenho a certeza: todos os anos, temos pelo menos um grande motivo de escárnio. Acho que já foi interiorizado pelos indivíduos de maior responsabilidade em Portugal, todos os anos temos que ter pelo menos um motivo de ridículo dos grandes, capaz de abrir telejornais e de nos deixar sem saber se devemos rir ou chorar.

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