Portugal e as touradas
Na vila de Samora Correia [Ribatejo] realizou-se uma corrida de touros com 26 horas de duração com o objectivo de colocar a localidade no Livro de Recordes do Guiness. Durante os “festejos”, uma pessoa morreu e sete foram feridas, quatro das quais com gravidade. Se não tivesse havido vítimas humanas, este acontecimento nunca chegaria aos telejornais, mas como chegou é um pretexto perfeito para colocar um post contra essa “tradição” ou “desporto” que consiste em demonstrar “coragem,” frente a um touro. Independentemente da sua origem ou do que possa representar para a identidade de vários povos na Europa e na América Latina, uma tourada não tem razão de existir numa sociedade contemporânea.
O próprio conceito de divertimento popular ao assistir a um homem [ou mais, por exemplo, nas pegas portuguesas] a lidar um touro e, no caso das touradas espanholas, a desferir um golpe mortal no bovino, é reminescente ao divertimento Romano de assistir a combates até à morte entre gladiadores ou observar leões a devorarem cristãos na arena. Eu gostava muito de saber porque razão é que existe legislação que proíbe e castiga a violência contra os animais se, quando esta violência é exercida de uma determinada forma “tradicional” sobre touros num local chamado “arena” ou “praça de touros” por uns indivíduos que envergam umas vestes ligeiramente pseudo-homossexuais, as autoridades não intervêm. Acrescente-se ainda o cúmulo do ridículo nesta questão, o “regime de excepção” concedido a Barrancos [uma localidade que devia ser banida do Mundo civilizado] para que os muito “tradicionais” habitantes daquela vila alentejana [ou será espanhola?] pudessem matar o touro no final dos seus festejos, em clara violação da Constituição da República Portuguesa.
A celebração conhecida como “tourada” não tem razão de existir no século XXI num país que se diz civilizado e desenvolvido. O facto de a tourada espanhola incluir a morte do touro na arena não atenua a carga da tourada portuguesa, e mesmo em Espanha existem pontos dignos de nota, nomeadamente a Catalunha e as Ilhas Canárias que proíbiram a realização de touradas dentro dos seus limites regionais.
1 Comments:
Por um Campo Pequeno sem Touradas, livre de sofrimento, de sangue e tortura de animais.
Manifestação
18 Maio
20h00
Campo Pequeno
www.animal.org.pt
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