6.9.06

Comunicação ao país

Hoje, 6 de Setembro de 2006, o gabinete do Primeiro Ministro apresenta a seguinte comunicação ao país:

Portuguesas e Portugueses,

tal como vos tenho apresentado desde que tomei posse como Primeiro Ministro da República Portuguesa, as minhas iluminadas orientações e ideias contribuem sempre sem excepção para o desenvolvimento de Portugal enquanto país e para a prosperidade e nível de vida dos seus cidadãos em geral.
Por mais controversas que as minhas opções possam ter sido, correndo mesmo o risco de parecerem pouco ortodoxas nas mentes de alguns, a minha equipa não hesitou em avançar com uma retórica dinâmica e com propostas inovadoras que em nosso entender iriam ter um efeito positivo na nossa evolução nacional e às quais o tempo nos veio dar razão.
Hoje pudemos todos assistir, desde o conforto dos nossos lares a mais uma prova irrefutável, da clarividência das nossas decisões, em directo através da televisão pública, esse meio exemplar de comunicação livre e independente que mostra todo o respeito necessário pelos componentes estatais e civis da sociedade portuguesa, nomeademente por este gabinete que nunca actuou no sentido de condicionar as suas acções. *tosse tosse*
Assim, e da forma clara e directa que vos habituei às minhas declarações, venho aqui perante o país anunciar que mais um dos meus postulados estava correcto. Como puderam ver, a nossa opção de desenvolvimento por aquilo que eu designei por "modelo finlandês" é sensata e correcta, desde o seu primeiro dia. Hoje ficámos convencidos, sem margem para dúvidas, que a Finlândia possui os elementos necessários para ser um país mais competitivo que Portugal em virtualmente todas os campos nos quais os Estados soberanos colocam o seu nome e a sua dignidade.
Desta forma, a Finlândia não só é um modelo a seguir para Portugal no que diz respeito à educação, fiscalidade e desenvolvimento tecnológico, como também é um mentor a ter em conta no ensino do futebol às nossas crianças e jovens. O resultado obtido hoje demonstra que os jogadores portugueses possuem um grave défice físico em relação aos seus congéneres finlandeses e que apesar do seu renome internacional, apresentam uma grande dificuldade em introduzir um esférico no fundo de uma baliza.
Por analogia com o sector da educação, onde pretendemos converter o sistema de ensino português num semelhante do sistema finlandês com o mínimo de gastos possível - nomeadamente através da avaliação e sobrecarga dos horários dos professores, essa classe sobreprivilegiada, da instalação de computadores com banda larga nas escolas sem instalar aquecimentos ou realizar reparações nas escolas que delas necessitem - vamos proceder a uma reformulção do modelo do desporto em Portugal em consonância com o que é realizado na Finlândia, orientado por um objectivo que colocamos acima de todos os outros - tornar Portugal campeão do Mundo de hóquei no gelo na segunda década deste século.
Em segundo lugar, colocamos a contratação de profissionais de futebol oriundos da Finlândia e sua integração nas escolas de futebol portuguesas para que procedam à formação dos nossos recursos humanos naquela modalidade.
Vou assim empreender os contactos necessários com entidades oficiais e privadas da Finlândia, com vista à deslocação de peritos finlandeses em Portugal e, no médio prazo, iniciar a construção de recintos de hóquei no gelo no nosso país, sobretudo nas regiões que possuem uma tradição sólida de desportos de inverno - nomeadamente o Algarve, o Alentejo, os Açores e a Madeira.
Estaremos assim um passo mais próximo dos nossos parceiros nórdicos que se vêem assim na honrada posição de nos aconselhar a tornarmo-nos mais semelhantes a eles. Num outro campo de actividade, anuncio também que o Estado português vai adquirir a Central de Cervejas e proceder à subtituição da Sagres como principal bebida alcóolica daquela marca pela Finlandia Vodka, que irá no nosso país assumir a designação de Lusitania Vodka.
É com votos de sucesso e de bem-estar que me despeço e que termino esta comunicação ao país.
Em meu nome e de todo o Conselho de Ministros,
José Sócrates, Primeiro Ministro.

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