Não é surpresa nenhuma...
Impossível de ignorar nas últimas semanas aqui no rectângulo, o pseudo-início do ano lectivo provoca duas reacções em mim. A primeira é "Mas porque é que isto nunca acontecia quando eu andava na escola??Arrrrrrgh!!!!". A segunda é bem mais séria e infelizmente leva-me a integrar tudo isto na situação em que se encontra o Estado Português. É óbvio que este caos não é um caso isolado, não quero com isto dizer que esteja necessariamente inter-ligado a outros casos de incompetência (não elaboro teorias da conspiração, acho-lhes bastante piada mas não estou aqui para isso) mas enquadra-se definitivamente no "Estado geral" do Estado Português.
Parece-me bastante suspeito que se até este ano as colocações de professores decorriam com uma relativa normalidade, este ano é o caos completo que chega ao ponto de quase metade das escolas do país não poderem abrir por falta de professores. A justificação que até agora temos como "oficial", é que o Ministério da Educação recorreu a um novo programa informático encarregue de realizar o concurso, programa esse que foi utilizado por uma empresa que terá cobrado o preço mais baixo das cerca de 14 que responderam ao anúncio do ME. Pelo menos é o que consta...sem querer especular mais, isto é mais uma de várias situações que nos alertam para a necessidade de renovar a pesada administração pública Portuguesa.
Esta situação, que ainda está longe de terminar, é tão abrangente que concerteza tem imensos reponsáveis directos e indirectos. A ministra da educação não será uma culpada directa mas é a responsável política (o cargo de ministro da educação nunca é fácil) e até agora pela gestão que Maria do Carmo Seabra tem feito desta crise (ou falta dela) serviu para mostrar que não só ela não está na área que devia como não tem pulso suficiente para manter a ordem no seu próprio ministério, além de evidenciar uma séria falta de coordenação com os seus funcionários e pouco conhecimento da situação em causa. Basta olhar para as declarações da ministra que até ao dia de hoje avançava todos os dias com novas datas para a saída das listas de colocações, que nunca foram cumpridas à excepção da noite de ontem e por apenas 40 minutos.
Obviamente que ela deveria ser afastada do cargo e deveria levar consigo os funcionários superiores encarregues dos recursos humanos e, se ainda restarem alguns visto tratar-se de uma decisão do ministro anterior, os funcionários que escolheram este programa e que atribuíram a realização do concurso à dita empresa "barata".
Como eu disse, isto vai muito além de uma mera crise intra-ministério. É apenas um reflexo da organização e lógica de funcionamento que impera dentro do nosso aparelho de Estado. Um governo que não consegue controlar as acções do seu próprio ministério e cujos ministros não sabem sequer as informações que circulam dentro da sua pasta, atirando previsões ao público sem fundamento, não é um governo indicado para um país da Europa no século XXI.
Recentemente, a OCDE divulgou os resultados de um estudo sobre a educação nos seus Estados membros e associados. Algumas das conclusões desse estudo podem ser encontradas no site da OCDE: http://www.oecd.org/document depois encontrem-nas porque era muito grande p/colocar aqui sem perturbar o layout do Blog.
Como é visível após uma leitura rápida das tabelas, Portugal aparece entre os últimos da Europa em vários indicadores. O mau aproveitamento em relação aos outros membros da OCDE não pode ser apenas dos alunos e da aplicação dos programas. Como é que um ministério que não consegue sequer assegurar um lógica interna de funcionamento pode assegurar de forma eficaz a formação de capital humano? Se assim fosse, seria notável, mas como não é, não me surpreende.
Parece-me bastante suspeito que se até este ano as colocações de professores decorriam com uma relativa normalidade, este ano é o caos completo que chega ao ponto de quase metade das escolas do país não poderem abrir por falta de professores. A justificação que até agora temos como "oficial", é que o Ministério da Educação recorreu a um novo programa informático encarregue de realizar o concurso, programa esse que foi utilizado por uma empresa que terá cobrado o preço mais baixo das cerca de 14 que responderam ao anúncio do ME. Pelo menos é o que consta...sem querer especular mais, isto é mais uma de várias situações que nos alertam para a necessidade de renovar a pesada administração pública Portuguesa.
Esta situação, que ainda está longe de terminar, é tão abrangente que concerteza tem imensos reponsáveis directos e indirectos. A ministra da educação não será uma culpada directa mas é a responsável política (o cargo de ministro da educação nunca é fácil) e até agora pela gestão que Maria do Carmo Seabra tem feito desta crise (ou falta dela) serviu para mostrar que não só ela não está na área que devia como não tem pulso suficiente para manter a ordem no seu próprio ministério, além de evidenciar uma séria falta de coordenação com os seus funcionários e pouco conhecimento da situação em causa. Basta olhar para as declarações da ministra que até ao dia de hoje avançava todos os dias com novas datas para a saída das listas de colocações, que nunca foram cumpridas à excepção da noite de ontem e por apenas 40 minutos.
Obviamente que ela deveria ser afastada do cargo e deveria levar consigo os funcionários superiores encarregues dos recursos humanos e, se ainda restarem alguns visto tratar-se de uma decisão do ministro anterior, os funcionários que escolheram este programa e que atribuíram a realização do concurso à dita empresa "barata".
Como eu disse, isto vai muito além de uma mera crise intra-ministério. É apenas um reflexo da organização e lógica de funcionamento que impera dentro do nosso aparelho de Estado. Um governo que não consegue controlar as acções do seu próprio ministério e cujos ministros não sabem sequer as informações que circulam dentro da sua pasta, atirando previsões ao público sem fundamento, não é um governo indicado para um país da Europa no século XXI.
Recentemente, a OCDE divulgou os resultados de um estudo sobre a educação nos seus Estados membros e associados. Algumas das conclusões desse estudo podem ser encontradas no site da OCDE: http://www.oecd.org/document depois encontrem-nas porque era muito grande p/colocar aqui sem perturbar o layout do Blog.
Como é visível após uma leitura rápida das tabelas, Portugal aparece entre os últimos da Europa em vários indicadores. O mau aproveitamento em relação aos outros membros da OCDE não pode ser apenas dos alunos e da aplicação dos programas. Como é que um ministério que não consegue sequer assegurar um lógica interna de funcionamento pode assegurar de forma eficaz a formação de capital humano? Se assim fosse, seria notável, mas como não é, não me surpreende.
1 Comments:
Sim, provavelmente por isso e
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