28.7.04

Insight...

Hoje resolvi esclarecer um pouco aqueles que ainda têm dúvidas sobre a minha natureza, ou pelo menos aquilo que eu considero como a minha natureza.

Se no que diz respeito à chamada "fé" não há qualquer dúvida nenhum que sou um ateu e que defendo o meu ateísmo com unhas e dentes, o qual vai merecer um post aqui um dia, não posso deixar de referir outros aspectos igualmente importantes para a minha natureza.

Do ponto de vista cultural, eu aproximo-me do Paganismo. Apesar de não seguir nenhuma corrente em particular, tem que lhe ser reconhecida a importância devida, afinal de contas é a base da identidade Europeia e ao longo dos séculos manifestou-se por todo o continente encontrando-se ainda hoje em imensas tradições e celebrações pela Europa fora. A identidade e a cultura Europeias não são, de forma alguma, cristãs, como alguns parecem querer insistir.

Do ponto de vista da filosofia, eu considero que mantenho um certo equilíbrio entre o Humanismo e o Satanismo. Para quem não conhece a filosofia Satânica isto é muito difícil de explicar, mas digamos que é uma tentativa de conciliar o individualismo que leva à independência do Ser Humano em relação a condicionantes externas, ou seja, um esforço de não me tornar demasiado dependente ou amarrado a certos pressupostos, que é algo que eu tento mas ao mesmo tempo, considero que o Ser Humano é a entidade Suprema deste Universo. Basta ver a expansão da obra Humana, tudo o que nós criámos ao longo dos tempos e tudo aquilo que nós imaginamos, os limites que são deslocados para cada vez mais longe, limites quer intra-humanos, quer extra-humanos. No entanto, o Ser Humano está longe de ser aquilo que realmente pode ser. A Humanidade constitui ao mesmo tempo, a sua esperança e a sua própria perdição. Cada Ser Humano tem o potencial de engrandecer a espécie Humana mas também a pode destruir. A própria natureza Humana tem elementos que a torna destrutiva em certas ocasiões, é uma característica intrínseca à Humanidade, basta ver aqueles que atingiram um lugar de poder despótico ou tirânico, ou então os líderes religiosos que com o poder das palavras conseguem mobilizar milhões de pessoas que cumprem os seus desígnios.

Daqui advém a necessidade de uma filosofia capaz de encontrar um ponto comum entre o Individualismo e o Humanismo, ou seja, uma filosofia que tenha na sua base a independência do Ser Humano sem constrangimentos morais que não lhe dizem respeito e que foram impostos por entidades interessadas na sua decadência. A filosofia Satânica, como certamente sabem os que a estudaram, incide sobre estes pontos, criando espaço dentro de cada um de nós para um Individualismo que, para responder a eventuais críticas, não tem nada de prejudicial nem de excessivamente egoísta se for respeitado pela Humanidade. Um indivíduo que segue a filosofia Satânica tem de ser um indivíduo minimamente responsável e inteligente para compreender as suas implicações e assim poder criar um equilíbrio de forma a não entrar em ruptura com os outros Humanos.

Embora eu não me considere um verdadeiro Satanista, visto que não acredito na magia ritual-simbólica inerente ao Satanismo (não tem nada a ver com sangue ou sacrifícios, é como eu escrevi, simbólica), a filosofia Satânica é para mim uma inspiração até certo ponto, ou seja, é importante mas não se sobrepõe ao Humanismo, nem o Humanismo atinge supremacia total. Mais uma vez, existe um equilíbrio, desta vez dentro da minha mente que permite que eu mantenha um espírito independente sem, no entanto, eliminar um certo optimismo antropológico que, apesar de tudo ainda me faz orgulhoso de pertencer a esta espécie Humana, mesmo considerando os seus maiores problemas.

Por hoje é tudo, até à próxima!

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