Guerra&Paz
Gostava muito de conhecer a fundo a origem da conflitualidade na mente Humana. Desde a nossa existência que os Humanos entram em conflitos entre si, quer seja um Humano em conflito directo contra outro, quer seja um conflito entre entidades organizadas.
Normalmente, os conflitos surgem como a forma irracional de resolver divergências de origem racional, ou seja, ambos os lados apresentam motivos válidos para se envolverem num confronto, mas os meios que utilizam com o fim de resolverem a situação dificilmente são válidos, resvalando muitas vezes para a barbaridade. E com isto eu não me refiro apenas ao que surge imediatamente na nossa cabeça, ou seja, uma guerra entre Estados. Refiro-me a tensões entre pessoas comuns, a divergências e oposições que vão além da concorrência aceitável e entram no campo da desonra e do menosprezo pela Humanidade. Porque é que os Humanos procuram tanto a via da conflitualidade para resolver divergências? Será que o seu maior interesse não reside inteiramente na resolução mas sim em atrair o outro lado para o maior grau de destruição possível? Ou seja, quanto mais danos forem infligidos ao outro lado, melhor?
Todos os dias assisto a isto, quer seja nos meios de comunicação entre grupos organizados de Humanos, quer seja no dia-a-dia entre pessoas que eu conheço e com quem tenho contacto numa base quase diária. Neste último caso, obviamente as consequências são menos graves mas a raíz da conflitualidade está lá. Como é que é possível que todos nós (ou quase se não me engano) apontemos como prioridade a paz mundial entre todos os Humanos quando no nosso dia-a-dia entramos em conflitos constantes e desonrosos entre os nossos semelhantes com quem teríamos bastante a ganhar se para isso nos esforçássemos? Como não pode deixar de ser, tem de haver um investimento mútuo, ambos os lados têm de estar interessados nessa cooperação, o interesse tem de ser sincero e não pode ocultar nada. Por outras palavras, tem de existir confiança entre as partes envolvidas. E é aqui que começa a decadência. Em muitas situações, os Humanos nas suas relações mútuas já vão mentalizados para tirar o máximo proveito uns dos outros, retirando o máximo e contribuindo com o mínimo possível, chegando a atingir níveis absurdos e abjectos de exploração Humana - e isto aplica-se a tudo o que se possa imaginar.
Por outro lado, outros há que, ao interagirem com os seus semelhantes, depositam tanta confiança neles que acabam por ser traídos - uma das formas mais baixas de tratamento possível - e quando se apercebem pouco lhes resta senão amaldiçoar de toda a forma o/a responsável.
Esta problemática da confiança mútua, quando extrapolada para o panorama dos Estados, leva a situações que todos nós conhecemos e a que assistimos todos os dias: o exemplo mais flagrante é o do Médio Oriente. Quantas vezes já eu pensei, quando os planos para a paz entre Israelitas e Palestinianos falham, que o maior problema é a confiança ao nível político? Esta falta de confiança dos dois lados, aliada ao fundamentalismo (também ele com origem, pelo menos parcial na falta de confiança) que existe dos dois lados, torna frustrantes os esforços daqueles que se dedicam a um projecto que traga paz aos povos da região. Basta entrar na mente tanto de Israelitas como de Palestinianos para ver que a confiança é fundamental neste caso. Um Israelita muito provavelmente deseja acima de tudo poder sair de casa sem medo de ser vítima de um atentado suicida, mas ao mesmo tempo não estará disposto a fazer demasiadas concessões ao outro lado, temendo um aumento da violência. Por sua vez, um Palestiniano (que não seja, obviamente, membro do Hamas ou de outra associação de tempos-livres que existem naqueles territórios...) acima de tudo deseja viver em paz, sem o medo de ver a sua casa destruída numa retaliação contra os terroristas que vivem perto de si. Ao mesmo tempo, irá certamente pensar que para a violência acabar, é necessário que seja concedido um Estado à Palestina e que os grupos fundamentalistas parem as suas campanhas, mas sentirá desconfiança em relação às correntes ultra-ortodoxas Israelitas que tudo farão para impedir a formação de um Estado Palestiniano.
Não pretendo, de forma alguma, reduzir a um parágrafo um problema que tem trazido dores de cabeça a imensas pessoas e uma dor mortal a milhares de habitantes locais, mas consigo ver a falta de confiança dentro do problema do Médio Oriente e arrisco colocá-la naquilo que eu aponto como a "componente Humana" do conflito, ao lado desta co-existem uma componente geopolítica e uma coponente religiosa e da interacção entre estas surge o triste espectáculo que todos nós conhecemos...
Isto foi apenas um exemplo que eu escolhi por ser tão mediático e por todos nós estarmos já, infelizmente, habituados a ele. Mas passam-se situações análogas todos os dias à nossa volta, numa escala muito menor como é óbvio. Volto a repetir a ideia: todos nós, ou quase todos, queremos a paz mundial, para a partir dessa base, nos podermos concentrar nos problemas particulares de cada povo, de cada região, de cada um. No entanto, relacionamo-nos numa base de desconfiança, conflitualidade e algo mais que eu não consigo expressar porque provavelmente é um conceito que não existe em Português mas que se eu investigar o suficiente, talvez consiga encontrar um semelhante em Alemão, uma das línguas mais completas que existe! Aquilo que eu estou a tentar dizer é, nenhum de nós pode tentar atingir a paz mundial sem antes atingir a paz individual com os outros Humanos com quem somos forçados a interagir, porque nenhum de nós pode ser completamente autosuficiente, embora por vezes isso fosse bem bom.
E agora cá está, o problema que surge sempre no final de cada post...acho que vou deixar o público tirar as suas próprias conclusões! Se tiverem uma opinião formada (espero sinceramente que sim) enviem, parto do príncipio que têm o meu contacto. Um bom dia para todos!
PS: O tema do post de hoje não surge por acaso, entre pessoas que me são relativamente próximas assisti recentemente a conflitualidade Humana absolutamente lamentável e que ainda por cima me parecia propositada...
Normalmente, os conflitos surgem como a forma irracional de resolver divergências de origem racional, ou seja, ambos os lados apresentam motivos válidos para se envolverem num confronto, mas os meios que utilizam com o fim de resolverem a situação dificilmente são válidos, resvalando muitas vezes para a barbaridade. E com isto eu não me refiro apenas ao que surge imediatamente na nossa cabeça, ou seja, uma guerra entre Estados. Refiro-me a tensões entre pessoas comuns, a divergências e oposições que vão além da concorrência aceitável e entram no campo da desonra e do menosprezo pela Humanidade. Porque é que os Humanos procuram tanto a via da conflitualidade para resolver divergências? Será que o seu maior interesse não reside inteiramente na resolução mas sim em atrair o outro lado para o maior grau de destruição possível? Ou seja, quanto mais danos forem infligidos ao outro lado, melhor?
Todos os dias assisto a isto, quer seja nos meios de comunicação entre grupos organizados de Humanos, quer seja no dia-a-dia entre pessoas que eu conheço e com quem tenho contacto numa base quase diária. Neste último caso, obviamente as consequências são menos graves mas a raíz da conflitualidade está lá. Como é que é possível que todos nós (ou quase se não me engano) apontemos como prioridade a paz mundial entre todos os Humanos quando no nosso dia-a-dia entramos em conflitos constantes e desonrosos entre os nossos semelhantes com quem teríamos bastante a ganhar se para isso nos esforçássemos? Como não pode deixar de ser, tem de haver um investimento mútuo, ambos os lados têm de estar interessados nessa cooperação, o interesse tem de ser sincero e não pode ocultar nada. Por outras palavras, tem de existir confiança entre as partes envolvidas. E é aqui que começa a decadência. Em muitas situações, os Humanos nas suas relações mútuas já vão mentalizados para tirar o máximo proveito uns dos outros, retirando o máximo e contribuindo com o mínimo possível, chegando a atingir níveis absurdos e abjectos de exploração Humana - e isto aplica-se a tudo o que se possa imaginar.
Por outro lado, outros há que, ao interagirem com os seus semelhantes, depositam tanta confiança neles que acabam por ser traídos - uma das formas mais baixas de tratamento possível - e quando se apercebem pouco lhes resta senão amaldiçoar de toda a forma o/a responsável.
Esta problemática da confiança mútua, quando extrapolada para o panorama dos Estados, leva a situações que todos nós conhecemos e a que assistimos todos os dias: o exemplo mais flagrante é o do Médio Oriente. Quantas vezes já eu pensei, quando os planos para a paz entre Israelitas e Palestinianos falham, que o maior problema é a confiança ao nível político? Esta falta de confiança dos dois lados, aliada ao fundamentalismo (também ele com origem, pelo menos parcial na falta de confiança) que existe dos dois lados, torna frustrantes os esforços daqueles que se dedicam a um projecto que traga paz aos povos da região. Basta entrar na mente tanto de Israelitas como de Palestinianos para ver que a confiança é fundamental neste caso. Um Israelita muito provavelmente deseja acima de tudo poder sair de casa sem medo de ser vítima de um atentado suicida, mas ao mesmo tempo não estará disposto a fazer demasiadas concessões ao outro lado, temendo um aumento da violência. Por sua vez, um Palestiniano (que não seja, obviamente, membro do Hamas ou de outra associação de tempos-livres que existem naqueles territórios...) acima de tudo deseja viver em paz, sem o medo de ver a sua casa destruída numa retaliação contra os terroristas que vivem perto de si. Ao mesmo tempo, irá certamente pensar que para a violência acabar, é necessário que seja concedido um Estado à Palestina e que os grupos fundamentalistas parem as suas campanhas, mas sentirá desconfiança em relação às correntes ultra-ortodoxas Israelitas que tudo farão para impedir a formação de um Estado Palestiniano.
Não pretendo, de forma alguma, reduzir a um parágrafo um problema que tem trazido dores de cabeça a imensas pessoas e uma dor mortal a milhares de habitantes locais, mas consigo ver a falta de confiança dentro do problema do Médio Oriente e arrisco colocá-la naquilo que eu aponto como a "componente Humana" do conflito, ao lado desta co-existem uma componente geopolítica e uma coponente religiosa e da interacção entre estas surge o triste espectáculo que todos nós conhecemos...
Isto foi apenas um exemplo que eu escolhi por ser tão mediático e por todos nós estarmos já, infelizmente, habituados a ele. Mas passam-se situações análogas todos os dias à nossa volta, numa escala muito menor como é óbvio. Volto a repetir a ideia: todos nós, ou quase todos, queremos a paz mundial, para a partir dessa base, nos podermos concentrar nos problemas particulares de cada povo, de cada região, de cada um. No entanto, relacionamo-nos numa base de desconfiança, conflitualidade e algo mais que eu não consigo expressar porque provavelmente é um conceito que não existe em Português mas que se eu investigar o suficiente, talvez consiga encontrar um semelhante em Alemão, uma das línguas mais completas que existe! Aquilo que eu estou a tentar dizer é, nenhum de nós pode tentar atingir a paz mundial sem antes atingir a paz individual com os outros Humanos com quem somos forçados a interagir, porque nenhum de nós pode ser completamente autosuficiente, embora por vezes isso fosse bem bom.
E agora cá está, o problema que surge sempre no final de cada post...acho que vou deixar o público tirar as suas próprias conclusões! Se tiverem uma opinião formada (espero sinceramente que sim) enviem, parto do príncipio que têm o meu contacto. Um bom dia para todos!
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1 Comments:
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