"Dark Chest of Wonders"
O excesso de férias é uma coisa terrível para a inspiração de uma obra artística. A mente funciona mais devagar, as ideias não alfuem tão rapidamente (se calhar a circulação sanguínea dentro da cabeça também diminui...) e a vontade diminui devido ao clima geral que se sente nesta altura do ano.
Felizmente, isto não é nenhuma obra de Arte!! Longe disso, isto é mais um caixote...não, caixote revela demasiado desprezo...digamos que isto é mais o meu baú, sim é isso!
Isto é o meu baú particular que eu resolvi abrir (não totalmente, claro) e de vez em quando deixo o público deitar uma espreitadela e retirar as suas próprias conclusões. Não pensavam que eu ia chamar obra de Arte a isto pois não?!
Tendo em conta aquilo que eu disse, eu não sofro de falta de inspiração artística provocada pelas férias e subestimulação cerebral, sofro de preguiça, a doença mais comum do Cidadão, altamente contagiosa e uma vez contraída deixa sequelas para toda a vida...Não é que me importe! Aliás, já me habituei tanto que ela tirou-me a vontade de a curar!Hehehe....
De qualquer forma, os (poucos, mesmo muito poucos) leitores assíduos deste meu baú devem ter reparado na mudança de cenário. Resolvi alterar o template que servia de base ao blog e optei por um que me parece mais sóbrio e ao mesmo tempo que me atrai mais. Vou também adicionar links novos em breve, porque aqueles três que estavam no blog há já umas semanas estão mais que batidos, vão continuar mas acompanhados de novos "colegas".
Assim, hoje resolvi escrever a referida mas entretanto atropelada crítica ao álbum mais recente dos Nightwish.O álbum "Once" foi lançado na Finlândia em Maio de 2004 e no resto da Europa cerca de um mês depois. A expectativa era grande, principalmente devido ao êxito do anterior lançamento, "Century Child" (2002) e às informações que davam conta de um disco de proporções absolutamente épicas e grandiosas que iriam superar o LP anterior.
E é assim que temos uns Nightwish com um som semelhante ao de Century Child só que elevado ao quadrado. Ou seja, os riffs mais pesados que foram apontados no álbum anterior foram reforçados. Nota-se uma certa libertação do anterior som da guitarra, talvez pela maior experiência do guitarrista. A velocidade também lá está e a sonoridade do lado da guitarra aproxima-se do thrash metal, sem no entanto se poder considerar como tal. O baixo está mais audível do que nunca, não há dúvida que este baixista foi uma mais valia para a banda (há 2 anos diria o novo baixista, hoje já não) não só em termos instrumentais mas também em termos vocais, visto que Marco Hietala, o membro mais velho da banda, complementa as vocalizações de Tarja nalgumas faixas.A bateria de Jukka Nevalainen continua a ser aquilo que os fans conhecem, rápida, tecnicista e precisa, em virtude de ter um excelente profissional aos seus comandos! No entanto, é possível notar algumas melhorias que se encaixam bastante bem nas composições. A voz de Tarja Turunen está bastante semelhante à do álbum anterior, no qual deixou as vocalizações operáticas que a mais identificavam, passando agora a ser mais parecida com uma cantora lírica. O teclista Tuomas Holopainen tem o mérito de ter escrito a maior parte das músicas e das letras e de ter composto um excelente álbum. Se em Century Child tínhamos a presença de alguns músicos de orquestra, desta vez temos uma orquestra completa! Ou quase, não tenho bem a certeza. Os instrumentos orquestrais conferem uma sonoridade ainda mais grandiosa (o que quase parecia impossível!) ao álbum, o que combina perfeitamente com a afirmação de uma costela cinematográfica por parte da banda.
Em particular, este álbum revela-se também como um álbum em que Tuomas deu mais asas à criatividade e assim incluiu elementos que até agora ainda não tinham feito parte do portfolio dos Nightwish. Por exmeplo, uma batida mais electrónica/techno na faixa #2 "Wish I Had an Angel", uma sonoridade mais "Oriental" na #6 "The Siren" e sem dúvida alguma, a #5 que o teclista considera como um pico do seu esforço "Creek Mary's Blood" que inclui a participação de um Índio Norte-Americano e que ao longo de mais de 8 minutos junta o Metal melódico dos Nightwish a uma sonoridade Índia, que tal como a letra, cria uma atmosfera inovadora e ao mesmo tempo épica. Destaca-se ainda nesta faixa uma longa narração por parte do dito Índio na sua língua nativa, que eu não sei qual é mas hei-de descobrir. Gostava ainda de realçar a #3 "Nemo" que foi lançada em single e que inclui partes suaves, mais pesadas e um solo de guitarra, uma perfeita janela para o resto do álbum, sem dúvida que foi bem escolhida para single. Já agora, gostava ainda de referir a #9 "Ghost Love Score" que com os seus 10:00 de duração podia ser uma banda sonora e ainda a faixa que se segue, uma balada chamada "Kuolema Tekee Taiteilijan", cantada em Finlandês, algo que não acontecia desde 1997 no álbum de estreia Angels Fall First, no qual a épica Lappi tinha uma primeira parte acústica cantada em Finlandês. Apesar de a língua ser totalmente incompreensível (eu apenas sei que "Kuolema" significa "morte") é algo que eu aprecio muito.
Se este álbum tem algum ponto negativo....só se for mesmo a capa, que embora eu não lhe chamasse "negativa" (longe disso) é verdade que os Nightiwish já tiverem melhores obras de Arte a adornar os seus álbuns.
Como avaliação final, numa escala de 0/10, dou um 9 redondo a "Once", se tivesse sido lançado em 2002 sem que "Century Child" tivesse existido provavelmente dava-lhe 9,5 mas como é algo que se situa a meio caminho entre uma evolução e uma mudança, fica-se pelos 9. Felizmente, não é nem uma mudança a 100% nem uma evolução a 100%.Por último, quero referir que apesar de se tratar de uma banda Metal, isto não siginifica que os Nightwish possam ser apreciados apenas por metaleiros, pelo contrário, muitas pessoas que no geral não ouvem Metal - vá-se lá saber porquê ;) -gostam de Nightwish, sendo uma banda bastante consensual. A melhor prova disto é que até agora nunca vi uma crítica negativa a um lançamento dos Nightwish, ou que os considerasse como inferiores. Por isso, a próxima vez que forem comprar um cd, vejam se põem os olhos nisto que eles bem merecem! O álbum e o single estiveram em alta (nos Top 20) por toda a Europa, por isso podem ver que para atingir esta classificação não é preciso ser de plástico nem estar na moda ou empurrado para o palco.Da minha parte, por hoje é tudo, vou-me embora ouvir Nightwish!=)
Felizmente, isto não é nenhuma obra de Arte!! Longe disso, isto é mais um caixote...não, caixote revela demasiado desprezo...digamos que isto é mais o meu baú, sim é isso!
Isto é o meu baú particular que eu resolvi abrir (não totalmente, claro) e de vez em quando deixo o público deitar uma espreitadela e retirar as suas próprias conclusões. Não pensavam que eu ia chamar obra de Arte a isto pois não?!
Tendo em conta aquilo que eu disse, eu não sofro de falta de inspiração artística provocada pelas férias e subestimulação cerebral, sofro de preguiça, a doença mais comum do Cidadão, altamente contagiosa e uma vez contraída deixa sequelas para toda a vida...Não é que me importe! Aliás, já me habituei tanto que ela tirou-me a vontade de a curar!Hehehe....
De qualquer forma, os (poucos, mesmo muito poucos) leitores assíduos deste meu baú devem ter reparado na mudança de cenário. Resolvi alterar o template que servia de base ao blog e optei por um que me parece mais sóbrio e ao mesmo tempo que me atrai mais. Vou também adicionar links novos em breve, porque aqueles três que estavam no blog há já umas semanas estão mais que batidos, vão continuar mas acompanhados de novos "colegas".
Assim, hoje resolvi escrever a referida mas entretanto atropelada crítica ao álbum mais recente dos Nightwish.O álbum "Once" foi lançado na Finlândia em Maio de 2004 e no resto da Europa cerca de um mês depois. A expectativa era grande, principalmente devido ao êxito do anterior lançamento, "Century Child" (2002) e às informações que davam conta de um disco de proporções absolutamente épicas e grandiosas que iriam superar o LP anterior.
E é assim que temos uns Nightwish com um som semelhante ao de Century Child só que elevado ao quadrado. Ou seja, os riffs mais pesados que foram apontados no álbum anterior foram reforçados. Nota-se uma certa libertação do anterior som da guitarra, talvez pela maior experiência do guitarrista. A velocidade também lá está e a sonoridade do lado da guitarra aproxima-se do thrash metal, sem no entanto se poder considerar como tal. O baixo está mais audível do que nunca, não há dúvida que este baixista foi uma mais valia para a banda (há 2 anos diria o novo baixista, hoje já não) não só em termos instrumentais mas também em termos vocais, visto que Marco Hietala, o membro mais velho da banda, complementa as vocalizações de Tarja nalgumas faixas.A bateria de Jukka Nevalainen continua a ser aquilo que os fans conhecem, rápida, tecnicista e precisa, em virtude de ter um excelente profissional aos seus comandos! No entanto, é possível notar algumas melhorias que se encaixam bastante bem nas composições. A voz de Tarja Turunen está bastante semelhante à do álbum anterior, no qual deixou as vocalizações operáticas que a mais identificavam, passando agora a ser mais parecida com uma cantora lírica. O teclista Tuomas Holopainen tem o mérito de ter escrito a maior parte das músicas e das letras e de ter composto um excelente álbum. Se em Century Child tínhamos a presença de alguns músicos de orquestra, desta vez temos uma orquestra completa! Ou quase, não tenho bem a certeza. Os instrumentos orquestrais conferem uma sonoridade ainda mais grandiosa (o que quase parecia impossível!) ao álbum, o que combina perfeitamente com a afirmação de uma costela cinematográfica por parte da banda.
Em particular, este álbum revela-se também como um álbum em que Tuomas deu mais asas à criatividade e assim incluiu elementos que até agora ainda não tinham feito parte do portfolio dos Nightwish. Por exmeplo, uma batida mais electrónica/techno na faixa #2 "Wish I Had an Angel", uma sonoridade mais "Oriental" na #6 "The Siren" e sem dúvida alguma, a #5 que o teclista considera como um pico do seu esforço "Creek Mary's Blood" que inclui a participação de um Índio Norte-Americano e que ao longo de mais de 8 minutos junta o Metal melódico dos Nightwish a uma sonoridade Índia, que tal como a letra, cria uma atmosfera inovadora e ao mesmo tempo épica. Destaca-se ainda nesta faixa uma longa narração por parte do dito Índio na sua língua nativa, que eu não sei qual é mas hei-de descobrir. Gostava ainda de realçar a #3 "Nemo" que foi lançada em single e que inclui partes suaves, mais pesadas e um solo de guitarra, uma perfeita janela para o resto do álbum, sem dúvida que foi bem escolhida para single. Já agora, gostava ainda de referir a #9 "Ghost Love Score" que com os seus 10:00 de duração podia ser uma banda sonora e ainda a faixa que se segue, uma balada chamada "Kuolema Tekee Taiteilijan", cantada em Finlandês, algo que não acontecia desde 1997 no álbum de estreia Angels Fall First, no qual a épica Lappi tinha uma primeira parte acústica cantada em Finlandês. Apesar de a língua ser totalmente incompreensível (eu apenas sei que "Kuolema" significa "morte") é algo que eu aprecio muito.
Se este álbum tem algum ponto negativo....só se for mesmo a capa, que embora eu não lhe chamasse "negativa" (longe disso) é verdade que os Nightiwish já tiverem melhores obras de Arte a adornar os seus álbuns.
Como avaliação final, numa escala de 0/10, dou um 9 redondo a "Once", se tivesse sido lançado em 2002 sem que "Century Child" tivesse existido provavelmente dava-lhe 9,5 mas como é algo que se situa a meio caminho entre uma evolução e uma mudança, fica-se pelos 9. Felizmente, não é nem uma mudança a 100% nem uma evolução a 100%.Por último, quero referir que apesar de se tratar de uma banda Metal, isto não siginifica que os Nightwish possam ser apreciados apenas por metaleiros, pelo contrário, muitas pessoas que no geral não ouvem Metal - vá-se lá saber porquê ;) -gostam de Nightwish, sendo uma banda bastante consensual. A melhor prova disto é que até agora nunca vi uma crítica negativa a um lançamento dos Nightwish, ou que os considerasse como inferiores. Por isso, a próxima vez que forem comprar um cd, vejam se põem os olhos nisto que eles bem merecem! O álbum e o single estiveram em alta (nos Top 20) por toda a Europa, por isso podem ver que para atingir esta classificação não é preciso ser de plástico nem estar na moda ou empurrado para o palco.Da minha parte, por hoje é tudo, vou-me embora ouvir Nightwish!=)
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