26.7.05

Os piores momentos do Século XX - Momento X: Guerra do Vietname, 1964-1973


Desde a guerra da Indochina (1945-54) que os EUA estavam envolvidos no sudeste asiático. Devido à doutrina do containment postulada por George Kennan em 1948 que definia as linhas gerais de uma estratégia para conter a expansão do comunismo em todo o Mundo, a política externa Americana pós-1945 assumiu abertamente contornos anti-Soviéticos e o seu envolvimento no Vietname tornou-se uma manifestação dos seus desígnios nacionais.
Após a independência do país que expulsou a presença francesa em 1954, as forças internas em confronto defendiam vias diferentes para o país. O que mais inquietava em Washington era o carisma do general Ho Chi Minh, próximo do comunismo e da URSS. Tornou-se assim imperativo para os EUA entrarem abertamente no conflito, este envolvimento foi encabeçado pela "teoria dominó", segundo a qual, o comunismo, qual cancro que alastra às células que estão à sua volta, iria contagiar os restantes país do sudeste Asiático, criando assim uma frente contrária aos EUA naquela região do globo.
Plenos de confiança na capacidade dos seus meios e das suas tropas, os EUA avançaram em 1964, apesar de anteriormente já se ter verificado cooperação técnica e militar entre Washington e a República do Vietname do sul, contra o Vietname do Norte comunista. Os decisores americanos foram ao ponto de determinar uma equação representativa do poder dos EUA, que graças à sua superioridade tecnológica, lhes daria a vantagem e a vitória. Esta premissa, como todo o Mundo testemunhou, estava errada e não contava com o factor psicológico inerente aos dois lados do confronto. Se era verdade que os EUA detinham superioridade tecnológica em matéria militar, não é menos verdade que os seus soldados estavam a combater numa guerra que não lhes dizia respeito, ao contrário dos vietcongs, que combatiam sob a sua causa. Os indicadores podem apontar para uma superioridade americana - 50 000 soldados dos EUA mortos, face a mais de um milhão do lado vietnamita - mas o que ficou para a história foi o "great american disaster", a humilhação dos EUA nas selvas do SE Asiático por guerrilheiros mal armados e mal alimentados.
Durante nove anos e devido ao recrutamento obrigatório nos EUA, formou-se um dos maiores traumas da consciência americana, provavelmente o maior da sua história recente, pois até 1973, nunca os EUA se tinham visto obrigados a retirar de forma tão inglória. A guerra constituiu um ponto essencial das sucessivas administrações que passaram por Washington. Ainda no tempo de JFK, como cooperação militar, sob Lyndon Johnson e sob Richard Nixon, presidente que iria no seu mandato, retirar as tropas dos EUA do país e terminar com a guerra mais impopular das últimas décadas.

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