Os piores momentos do Século XX - Momento VII: O início da guerra civil de Espanha, 1936
Em 1936, o lado das forças armadas espanholas que apoiava a revolta do general Franco iniciada no território espanhol de Marrocos levou a que todo o país caísse num confronto generalizado e fratricida entre nacionalistas e republicanos, pelo acesso ao poder.
A Espanha de então constituía uma república onde a existência de movimentos considerados de extrema-esquerda e de um governo de frente popular se tornou inadmissível para uma fação das forças armadas que se revia na figura do general Franco. Como não pode deixar de ser, a guerra civil de Espanha além de afectar a quase totalidade da população espanhola contou com importantes intervenientes estrangeiros dos dois lados. Do lado dos nacionalistas, a Alemanha nazi e a Itália fascista apoiaram o general Franco, próximo dos seus sistemas ideológicos, com forças de combate e tomaram mesmo parte activa nas acções de guerra, como exemplifica o infâme bombardeamento de Guernica e que constituiu um autêntico showcase da avançada tecnologia bélica das forças do Eixo. Portugal não foi indiferente e o governo de Salazar enviou os denominados "Viriatos", supostos "voluntários" portugueses para combater ao lado das forças do general Franco. Do lado dos republicanos, são incontáveis os apoios exteriores de potências democráticas e totalitárias, como a URSS, o Reino Unido, a França e os EUA - talvez o mais célebre dos quais seja Ernest Hemingway. Também Portugal participou do lado dos republicanos, embora não a nível oficial, e recentemente foi-nos recordado o exemplo de Emídio Guerreiro que combateu neste terrível conflito.
Por ser uma guerra civil e que afectou todo o país, este conflito ganhou uma dimensão particularmente atroz. O carácter ideológico da guerra dividiu ainda mais os espanhóis, cujas famílias combatiam entre si devido a diferenças políticas. A guerra civil terminou em 1939 com a vitória dos nacionalistas, abrindo caminho a um regime retrógrado que fechou a Espanha ao mundo até à sua queda pela morte do Caudilho em 1975.
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