25.7.05

Os piores momentos do Século XX - Momento IX: Repressão da Revolta de Budapeste, 1956


Em 1956, após uma tentativa da Hungria de se libertar do Bloco de Leste e implementar um regime político democrático, o exército vermelho entrou em Budapeste e esmagou toda e qualquer esperança dos Húngaros de se libertarem da sua esfera de influência.

Após a morte de Estaline em 1953, o seu sucessor, Nikita Krushchev, repudiou as políticas estalinistas e promoveu uma maior abertura e um maior diálogo, dentro e fora da URSS. Nos países sob influência soviética, a destalinização foi vista como uma oportunidade para uma saída da órbita de Moscovo. Foi o que aconteceu na Hungria, em meados de 1956, num gesto de abertura, Krushchev retirou o primeiro-ministro húngaro do poder, o pró-soviético Rakosi e colocou no seu poder Imre Nagy, conotado com uma corrente liberal. Ao mesmo tempo, a população húngara que detestava a presença soviética na Hungria, bem como a polícia secreta e as limitações do Pacto de Varsóvia, organizava-se por todo o país contra a URSS e as suas tropas.
Exigindo a retirada das tropas Soviéticas, os húngaros organizaram protestos e greves por todo o país enquanto que no início de Novembro de 1956, Imre Nagy anunciou a introdução de liberdade política, liberdade de expressão e liberdade de imprensa, bem como a retirada da Hungria do Pacto de Varsóvia. A partir daqui, foi impossível conter Moscovo. A 4 de Novembro de 1956, cerca de mil tanques Soviéticos entraram em Budapeste e noutras cidade húngaras. As tropas da URSS procederam a bombardeamentos e execuções em grande escala que resultaram na morte de milhares de civis húngaros. Os números não são exactos, variam entre os 4300 e os 30 000, mas reflectem o grau de crueldade com que Moscovo tratou o assunto.
Não foi nenhum acontecimento anónimo. Todo o Mundo assistiu e apesar do apoio moral dos EUA e do Reino Unido, as democracias ocidentais nada fizeram para evitar que o pior acontecesse. Mais uma vez, a resolução da AG das Nações Unidas foi ignorada. Por medo da URSS, ou devido à crise do Suez que se desenrolou no mesmo ano e que os governos ocidentais consideraram como mais importante, os húngaros viram-se sozinhos contra os Soviéticos e nada puderam fazer senão ver a sua população ser abatida e presa pelo exército vermelho enquanto este destruia Budapeste. Os húngaros aprenderam certamente que não se pode confiar nas democracias ocidentais, mesmo que a população esteja unida pelos ideais da democracia e dos direitos humanos, como estes constam na Carta das Nações Unidas, documento subscrito por todos os lados envolvidos no acontecimento. Após a repressão, o PM foi executado e dez dias depois, a URSS estava mais uma vez em pleno controlo sobre a Hungria. Até 1968, mais nenhum país se tentou revoltar contra a presença Soviética.

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