14.7.05

Os piores momentos do Século XX - Momento II: O início da I Guerra Mundial, 1914


A tensão política na Europa atingira um ponto de saturação. O antagonismo entre os dois blocos Europeus, representados pela Triplice Aliança (Império Alemão, Império Austro Húngaro e Itália, que se retiraria mais tarde) e a Triplice Entente (Inglaterra, França e Império Russo) representava o clima vivido no continente Europeu, revestido de rivalidades políticas e económicas. Resultado de uma ambição imperial desmedida que levou as diferentes esferas Europeias a um clima de conflitualidade, no início do século XX uma guerra na Europa anunciava-se inevitável.
Um Império Britânico que dominava quase um quarto do planeta, um Império Alemão cujo Kaiser havia desmantelado o equilíbrio atingido por Otto von Bismarck pouco tempo antes, um Império Russo praticamente feudal e à beira do colapso e um Império Austro-Húngaro que dominava quase metade da Europa central e de leste, mantendo dezenas de nacionalidades e línguas diferentes dentro das suas fronteiras. Assim eram os lados cuja contenção era impossível de manter.
A industrialização e a procura veloz de matérias primas fora da Europa, nomeadamente em África e na Ásia, e as reivindicações nacionalistas em alta desde 1848 tiveram o seu peso decisivo, apenas bastava um pretexto que veio sob a forma do assassinato do arquiduque Franz Ferdinand da Áustria-Hungria a 28 de Junho de 1914 em Sarajevo por parte de um nacionalista Sérvio. A partir daqui, lançou-se uma espiral bélica que em breve engoliria toda a Europa. A Áustra declarou guerra à Sérvia, a Rússia à Áustria, a Alemanha à Rússia e em seguida Inglaterra e França foram envolvidas.
A guerra que "iria acabar com todas as guerras" foi muito mais penosa do que a simples movimentação estratégica que se julgava e durante mais de dois anos, a frente Ocidental esteve imóvel em França, onde milhares de soldados viveram uma existência sub-humana nas trincheiras. A guerra apenas terminaria em 1918, após a morte de milhões de soldados para que fosse possível afastar os antagonistas das terras que haviam ocupado.
No final da guerra, o Império Russo já não existia, destituído pela Revolução Bolchevique, o Império Austro-Húngaro foi fragmentado e o Kaiser foi deposto, dando origem à República de Weimar. Milhões de pessoas foram deslocadas, fronteiras foram alteradas e contudo, o mais importante não foi resolvido, como se tornou óbvio 21 anos depois.

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