Paquistão
Já não sabemos ao certo o que é o Paquistão. Depois de ter passado para o terreno favorável ao ocidente na divisiva “guerra ao terrorismo”, Pervez Musharraf levou a cabo uma presidência onde a linha que separa a segurança e integridade do estado da ditadura é muito ténue.
O dilema coloca-se mais uma vez – o que é preferível para o ocidente? Um regime autoritário pró-ocidental (mas com uma opinião pública maioritariamente anti-ocidental) e militarista que pretende destruir as bases de apoio a grupos terroristas de cariz islâmico, ou uma democracia onde as vozes predominantes são as que pretendem aproximar o país de uma forma mais extrema do islão político, apesar de existirem movimentos democráticos com forte apoio por parte da população.
Se o regresso de Benazir Bhutto parecia indicar que havia razões para ficarmos optimistas, o que aconteceu desde então quase que destruiu o clima de confiança – a degradação nas condições de segurança e as manifestações por parte dos magistrados levaram a que Musharraf acabasse com a distinção entre poder legislativo, exectuvio e judicial e impusesse um estado de emergência que tem mais de lei marcial do que de outra coisa. Finalmente, o fim do entendimento entre Bhutto e Musharraf representou um retrocesso na medida em que deixa de existir um elemento unificador no objectivo da democracia – de uma forma simples, Musharraf quer conservar o poder, Bhutto organiza-se contra este objectivo e pretende uma democratização do país, com uma separação de poderes legítima e o fim das detenções aos opositores democráticos do regime.
Num país com um estado altamente ineficaz e onde a religião surge virtualmente como o único elemento de identificação para uma grande parte da população, este marasmo não contribui em nada para a estabilização de um estado nuclear, vizinho do Afeganistão e do Irão e ainda com um contencioso por resolver com a Índia. Já passou o tempo do general estar à frente do país, embora ainda seja muito difícil de conceber uma deocratização do país no futuro próximo. Se o pragmatismo prevalecer, é bem possível que as partes envolvidas encontrem uma solução de compromisso para evitar uma possível queda do país no caos, mas a existência de um movimento jihadista que se estende a todo o país e preenche o papel do estado quando este se encontra ausente, desequilibra opiniões para o lado do fervor religioso e prejudica ainda mais o panorama do país.
O dilema coloca-se mais uma vez – o que é preferível para o ocidente? Um regime autoritário pró-ocidental (mas com uma opinião pública maioritariamente anti-ocidental) e militarista que pretende destruir as bases de apoio a grupos terroristas de cariz islâmico, ou uma democracia onde as vozes predominantes são as que pretendem aproximar o país de uma forma mais extrema do islão político, apesar de existirem movimentos democráticos com forte apoio por parte da população.
Se o regresso de Benazir Bhutto parecia indicar que havia razões para ficarmos optimistas, o que aconteceu desde então quase que destruiu o clima de confiança – a degradação nas condições de segurança e as manifestações por parte dos magistrados levaram a que Musharraf acabasse com a distinção entre poder legislativo, exectuvio e judicial e impusesse um estado de emergência que tem mais de lei marcial do que de outra coisa. Finalmente, o fim do entendimento entre Bhutto e Musharraf representou um retrocesso na medida em que deixa de existir um elemento unificador no objectivo da democracia – de uma forma simples, Musharraf quer conservar o poder, Bhutto organiza-se contra este objectivo e pretende uma democratização do país, com uma separação de poderes legítima e o fim das detenções aos opositores democráticos do regime.
Num país com um estado altamente ineficaz e onde a religião surge virtualmente como o único elemento de identificação para uma grande parte da população, este marasmo não contribui em nada para a estabilização de um estado nuclear, vizinho do Afeganistão e do Irão e ainda com um contencioso por resolver com a Índia. Já passou o tempo do general estar à frente do país, embora ainda seja muito difícil de conceber uma deocratização do país no futuro próximo. Se o pragmatismo prevalecer, é bem possível que as partes envolvidas encontrem uma solução de compromisso para evitar uma possível queda do país no caos, mas a existência de um movimento jihadista que se estende a todo o país e preenche o papel do estado quando este se encontra ausente, desequilibra opiniões para o lado do fervor religioso e prejudica ainda mais o panorama do país.
Etiquetas: Benazir Bhutto, Musharraf, Paquistão
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