Vlad o Grande, Czar de Todas as Rússias
Se dúvidas permanecessem sobre a singularidade da Rússia actual, todas as semanas temos novos elementos para as dissipar. De facto, a visão da Europa unida, "do Atlântico aos Urais" faz cada vez menos sentido enquanto o Kremlin for ocupado por indivíduos cujo objectivo é o Governo através da concentração de poderes na figura do poder executivo, em geral, e do Chefe de Estado, em particular.
Ontem, vimos mais uma manifestação a ser dispersada pelas forças policiais - esta ganhou um maior protagonismo devido à detenção de Garry Kasparov, o mundialmente famoso xadrezista que é igualmente um dos rostos da oposição a Vladimir Putin. Uma manifestação que de perigosa teria muito pouco mas na Rússia o critério para a manutenção da lei e ordem rege-se por padrões diferentes que na Europa ocidental.
Não é nenhum incidente isolado ou coincidência, o défice democrático na Rússia já é notório e verificam-se, obviamente, diferenças enormes entre a classe política e a sociedade civil. Na verdade, depois de mais de setenta anos de regime de partido único, é até surpreendente que houvesse um número considerável de russos que apoiassem uma solução democrática para o seu país.
Putin segue o seu discurso oficial, que a Rússia tem uma especificidade cultural própria e que os padrões de democracia ocidental não se aplicam naquele país - que existe uma democracia própria na Rússia. Duvido que existam graus diferentes de "democraticidade" que permitem a existência de violações dos Direitos Humanos frequentes e que raramente são combatidas pelas autoridades. Será consequência dessa "especificidade cultural"?
Suponho que estações de televisão ocupadas por soldados armados a soldo da holding estatal de gás natural também é próprio da democracia russa?
Para hoje está marcada mais uma manifestação contra o Kremlin (palavra que não perdeu a sua carga simbólica) em S. Petersburgo...provavelmente vai ter um desfecho semelhante mas no maior emiratodo gás e petróleo do Mundo, não podemos perder tempo com essas "coisas ocidentais".
Ontem, vimos mais uma manifestação a ser dispersada pelas forças policiais - esta ganhou um maior protagonismo devido à detenção de Garry Kasparov, o mundialmente famoso xadrezista que é igualmente um dos rostos da oposição a Vladimir Putin. Uma manifestação que de perigosa teria muito pouco mas na Rússia o critério para a manutenção da lei e ordem rege-se por padrões diferentes que na Europa ocidental.
Não é nenhum incidente isolado ou coincidência, o défice democrático na Rússia já é notório e verificam-se, obviamente, diferenças enormes entre a classe política e a sociedade civil. Na verdade, depois de mais de setenta anos de regime de partido único, é até surpreendente que houvesse um número considerável de russos que apoiassem uma solução democrática para o seu país.
Putin segue o seu discurso oficial, que a Rússia tem uma especificidade cultural própria e que os padrões de democracia ocidental não se aplicam naquele país - que existe uma democracia própria na Rússia. Duvido que existam graus diferentes de "democraticidade" que permitem a existência de violações dos Direitos Humanos frequentes e que raramente são combatidas pelas autoridades. Será consequência dessa "especificidade cultural"?
Suponho que estações de televisão ocupadas por soldados armados a soldo da holding estatal de gás natural também é próprio da democracia russa?
Para hoje está marcada mais uma manifestação contra o Kremlin (palavra que não perdeu a sua carga simbólica) em S. Petersburgo...provavelmente vai ter um desfecho semelhante mas no maior emiratodo gás e petróleo do Mundo, não podemos perder tempo com essas "coisas ocidentais".
Etiquetas: Democracia, Direitos Humanos, Europa, Gazprom, Kasparov, Kremlin, Moscovo, Rússia, Vladimir Putin
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