EUA e Irão?
Depois de um pântano iraquiano, surgem as primeiras suspeitas [tratadas por uma forte cosmética mediática] de que os EUA estão a realizar as investigações necessárias à realização de um ataque ao Irão. Antes que comecem a especular, convém realçar que apesar de tudo, a administração Bush sabe muito bem que não irá desencadear uma guerra com o Irão e Teerão sabe igualmente que não vai entrar num conflito com os EUA. Mantendo-se as actuais circunstâncias, isso é tão provável como Portugal retomar a convergência com a média Europeia até ao final da década...
O que tornou isto num assunto tão badalado - e já alvo de alarmismos desnecessários - é sobretudo a interferência iraniana no Iraque. Digo "interferência", como podia dizer "apoio ao terrorismo", no Iraque e no Médio Oriente, porque sou ocidental. Se fosse iraniano diria apenas "política externa", mas o relativismo tem destas coisas, o que para mim é um atentado e uma tentativa de impor um estado islâmico é uma vocação e uma projecção necessária aos olhos de um iraniano.
Em relação ao programa nuclear, já todos vimos que se trata sobretudo de propaganda barata. Se estivéssemos a falar de um país sustentável, com uma sociedade estável e com uma economia desenvolvida, não seria preocupante porque esse país nunca seria anti-ocidental. Como estamos a falar do Irão, tão pouco é preocupante, estamos a falar de uma lástima de país, com um desemprego altíssimo, condições sociais que agravam a cada ano e um crescente isolamento. Já nem o palhaço vocal, vulgo, presidente Ahmadinedjad, consegue empolgar os iranianos, mais preocupados com o seu quotidiano do que com eventuais posições de força em relação ao programa nuclear.
Assim sendo e apesar das pseudo-ameaças que se fazem de lado-a-lado, americanos e iranianos sabem que não vai haver nenhum conflito, mantendo-se as actuais circunstâncias. Nem os EUA têm capacidade [física e moral] para começar uma nova frente de guerra no Irão, nem o Irão tem capacidade para resistir a um ataque americano. A menos que os 68 milhões de iranianos morram como mártires suicidas contra as tropas americanas, acção que seria louvável do ponto de vista dos iranianos [afinal, desde pequenos que o culto dos mártires lhes é inculcado na escola] isso poderia salvaguardar a integridade do país, mas teria como consequência o seu despovoamento total e não sei até que ponto um Irão independente e vazio serve de alguma coisa. Claro que se a teocracia fosse destruída, todos beneficiariam, mas duvido que isso venha a acontecer tão depressa.
O que tornou isto num assunto tão badalado - e já alvo de alarmismos desnecessários - é sobretudo a interferência iraniana no Iraque. Digo "interferência", como podia dizer "apoio ao terrorismo", no Iraque e no Médio Oriente, porque sou ocidental. Se fosse iraniano diria apenas "política externa", mas o relativismo tem destas coisas, o que para mim é um atentado e uma tentativa de impor um estado islâmico é uma vocação e uma projecção necessária aos olhos de um iraniano.
Em relação ao programa nuclear, já todos vimos que se trata sobretudo de propaganda barata. Se estivéssemos a falar de um país sustentável, com uma sociedade estável e com uma economia desenvolvida, não seria preocupante porque esse país nunca seria anti-ocidental. Como estamos a falar do Irão, tão pouco é preocupante, estamos a falar de uma lástima de país, com um desemprego altíssimo, condições sociais que agravam a cada ano e um crescente isolamento. Já nem o palhaço vocal, vulgo, presidente Ahmadinedjad, consegue empolgar os iranianos, mais preocupados com o seu quotidiano do que com eventuais posições de força em relação ao programa nuclear.
Assim sendo e apesar das pseudo-ameaças que se fazem de lado-a-lado, americanos e iranianos sabem que não vai haver nenhum conflito, mantendo-se as actuais circunstâncias. Nem os EUA têm capacidade [física e moral] para começar uma nova frente de guerra no Irão, nem o Irão tem capacidade para resistir a um ataque americano. A menos que os 68 milhões de iranianos morram como mártires suicidas contra as tropas americanas, acção que seria louvável do ponto de vista dos iranianos [afinal, desde pequenos que o culto dos mártires lhes é inculcado na escola] isso poderia salvaguardar a integridade do país, mas teria como consequência o seu despovoamento total e não sei até que ponto um Irão independente e vazio serve de alguma coisa. Claro que se a teocracia fosse destruída, todos beneficiariam, mas duvido que isso venha a acontecer tão depressa.
Etiquetas: confronto, EUA, guerra, Irão, operação mediática
1 Comments:
Não só discordo sobre as considerações sobre a força do exército iraniano como com as considerações sobre os iraquianos em si.
No entanto não haverá nenhuma guerra entre EUA e Irão, pelo simples facto de não ser viável para os EUA fazerem tal coisa,por falta do dinheiro e homens. Além disso um ataque desse género começaria a fazer lembrar a situação da invasão da Polónia e países vizinhos na primeira metade do século...
Sobre as capacidades nucleares do Irão, não só não são preocupantes como podem, essas sim, trazer algum equilíbrio à região. Afinal Israel tem armas nucleares e os seus vizinhos, mesmo potências regionais como o Irão, sentem-se naturalmente ameaçados. A posse de armas poderia trazer uma estabilização da zona.
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