Gritos e alucinações...
Agora que regressei à actividade, vou voltar a martelar sobre alguns assuntos da nossa actualidade...
Em primeiro lugar, gostava de saber porque carga d'água nos comícios, os candidatos gostam tanto de berrar com os espectadores? Já devem concerteza ter reparado que eles adoram subir o tom do discurso [quer seja dirigido aos eleitores ou aos adversários], subida essa acompanhada por uma subida do tom de voz, que após algumas declarações se torna quase num grito de guerra. Isto a mim não me galvaniza, antes pelo contrário, afasta-me e gostava de saber se na mente destes candidatos e nas mentes dos conselheiros que lhes elaboram as campanhas, há uma premissa que determina a vantagem eleitoral em função do tom de voz do candidato. Ou seja, quanto mais alto berrar, quanto mais puxar pelas cordas vocais, mais atenção reúnimos e mais votos obtemos nas urnas. Talvez isto esteja relacionado com aqueles instintos primários dos Humanos que nós tanto tentamos negar através da capa da civilização mas que acabam sempre por vir ao de cima, como por exemplo, em campanhas políticas. É certo que o Humano é facilmente galvanizado por um fenómeno de proporções épicas que se lhe apresenta pela frente [embora os candidatos às Legislativas 2005 dificilmente possam ser chamados de "épicos"...] e a subida do tom de voz está enraízada nas nossas mentes [e aqui vou diminuir o alcance disto por motivos culturais] e implica necessariamente que ao ouvir alguém a gritar consigo, o Humano vai necessariamente segui-lo/a, tal como nós obedecíamos aos nossos progenitores quando estes gritavam connosco [tirando aqueles de nós que se lixavam com eles nestas situações, mas isso é outro assunto!], por isso, gostava de perguntar aqui, a todos os candidatos às Legislativas 2005: porque acham vocês que os eleitores são miudinhos indisciplinados que precisam de ser postos na ordem por "autoridades superiores" que gritam com eles? É que se isto não for um insulto à nossa inteligência e à nossa percepção, o que será?
Em segundo lugar, parece que ontem morreu uma velha de 97 anos que se encontrava no "estado de papiro encarquilhado"[não sei se este é o termo médico exacto...] e que residia há mais de 50 anos num regime forçado de clausura pertencente à maior multinacional do Mundo.
Como é que sabemos disto? Abriu os telejornais de ontem e talvez abra os de hoje. Porquê? Afinal, morrem pessoas todos os dias, algumas delas em circunstâncias perfeitamente lamentáveis, como acidentes de viação, suicídios, homicídios, problemas cardio-respiratórios, cancros, muitas delas ainda com grandes perspectivas de futuro pela frente, e se uma mulher de 97 anos impedida de contactar com o mundo exterior morre de causas naturais, é notícia de abertura? Alguma coisa ela deve ter feito de grandioso pelo país, não? Terá sido Presidente da República? Não...Foi Primeira-Ministra? Não... Foi membro de um Governo particularmente importante? Não... Foi primeira dama? Não... Foi uma escritora de renome no panorama cultural Português? Não... Foi uma artista que projectou o nome de Portugal, em qualquer uma das artes? Não... Oh pá, ajudem-me, tou aqui a ficar sem hipóteses!! Hmmm, foi atleta? Não me consta... Foi pioneira nalguma coisa? Não, não me parece...
Então porque raio teve ela honra de abrir os telejornais de ontem?
Ah pois é, era uma protégée dessa grande multinacional [a mais antiga do Mundo], a Igreja Católica S.A., com sede num Estado que parece que é pouco maior do que uma praça e com alguns túneis...Continuo a perguntar, que fez ela para mercer tais honras??
Ah pois é, ela e os priminhos, em 1917 [ano das Revoluções Russas, do desequilíbrio da I Guerra a favor das potências aliadas com a entrada dos EUA, da implementação das medidas Republicanas em Portugal] ali para as bandas da Cova da Iría [distrito de Leiria, visto que aquilo é um buraco] devem-se ter perdido a caminho da escola [se é que alguma vez foram à escola...] e num local perfeitamente comum, sofreram uma alucinação, proveniente ou de apanhar muito sol na cabeça [não sei o estado do tempo naquele dia, talvez o alamnaque Borda d'Água me possa esclarecer...] ou de alguma bebida dita "espirituosa"com que os paizinhos de então gostavam de mimar os seus filhinhos... A Igreja Católica S.A., qual serviço secreto em acção com uma ponta de jornalista zeloso e sempre à caça do sensacionalmente comum, notou que as três criancinhas referiam ter avistado uma figura da mitologia Cristã, uma mulher que de acordo com o que me disseram [não, isto não é piada, acreditem!] teve um filho apesar de ser virgem! A seguir, veio uma embrulhada total, com muita acção, aventura, suspense e romance à mistura. com um final digno de Hollywood, onde na altura se faziam filmes mudos, aliás, ali e em toda a parte!
Não veio nada, tava a gozar... o que se passou foi que a referida empresa, que segundo me constou pelos seus relatórios, sobretudo na Europa e em particular em Portugal, estava a atravessar um mau momento, um período de dificuldades com bastantes problemas que as empresas atravessam, sem que a casa-mãe pudesse fazer muito para a ajudar. Sucede então que num brilhante estratagema, a Igreja Católica S.A. resolve lançar ecos do caso pelo Mundo, atraindo a atenção dos seus milhões de accionistas. A sua orgânica, presidida pelo director-geral [também conhecido como "padrinho", ou pela designação mais popular "papa", que é o diminutivo de "padrinho"...], delineou a sua estratégia de recuperação e reafirmação da empresa nos mercados nacionais em toda a parte do Mundo.
Rapidamente, divulgou o sucedido, ao qual terão concerteza acrescentado a sua parte [uns 99%], afinal é muito fácil comprar a lealdade e a palavra de miúdos inconscientes. No entanto, o mais incrível estava ainda para vir. Por se tratar de um acontecimento relacionado com o imaginário colectivo dos seus accionistas, foi anunciada a construção de um "santuário" que em jargão da Igreja Católica S.A., significa "Parque Temático", o FátimaPark, localizado próximo da vila de Fátima, muito perto do local da trip delirante dos miudinhos. Tornou-se rapidamente um dos activos mais valiosos da empresa, criando rendimentos na ordem dos milhões de Euros por ano [na altura medido em Escudos] e proporcionando à IC S.A. um crescimento exponencial nas suas receitas, reforçando a sua presença nos mercados mundiais, nomeadamente na Ásia, em África e na América do Sul.
Assim já faz mais sentido que ela tenha aberto os telejornais! Afinal de contas, trata-se de uma mulher que trouxe uma mais valia incalculável à Igreja Católica S.A. e que deu o seu grande contributo para que este empresa continuasse no ramo, assegurando a sua vantagem sobre as concorrentes [as empresas Protestante, Anglicana, Luterana, Presbiteriana, Baptista, Calvinista, Ortodoxa, etc], por sinal menos organizadas e mantendo uma quota de mercado na ordem do 60-70% do mercado cristão. Afinal de contas, eu até sabia a resposta, só precisei de todo este raciocínio para lá chegar!
Agora, o que tem isso a ver com a suspensão das actividades de campanha do PSD, CDS e PS por dois dias? Será para conquistar os votos dos accionistas desta empresa? Sim, porque uma instituição que está há quase 2000 anos no ramo, alguma forma deve ter de nunca ter sido completamente desbaratada...Hmmm, como é que será que o padrinho explica isto...?
Em primeiro lugar, gostava de saber porque carga d'água nos comícios, os candidatos gostam tanto de berrar com os espectadores? Já devem concerteza ter reparado que eles adoram subir o tom do discurso [quer seja dirigido aos eleitores ou aos adversários], subida essa acompanhada por uma subida do tom de voz, que após algumas declarações se torna quase num grito de guerra. Isto a mim não me galvaniza, antes pelo contrário, afasta-me e gostava de saber se na mente destes candidatos e nas mentes dos conselheiros que lhes elaboram as campanhas, há uma premissa que determina a vantagem eleitoral em função do tom de voz do candidato. Ou seja, quanto mais alto berrar, quanto mais puxar pelas cordas vocais, mais atenção reúnimos e mais votos obtemos nas urnas. Talvez isto esteja relacionado com aqueles instintos primários dos Humanos que nós tanto tentamos negar através da capa da civilização mas que acabam sempre por vir ao de cima, como por exemplo, em campanhas políticas. É certo que o Humano é facilmente galvanizado por um fenómeno de proporções épicas que se lhe apresenta pela frente [embora os candidatos às Legislativas 2005 dificilmente possam ser chamados de "épicos"...] e a subida do tom de voz está enraízada nas nossas mentes [e aqui vou diminuir o alcance disto por motivos culturais] e implica necessariamente que ao ouvir alguém a gritar consigo, o Humano vai necessariamente segui-lo/a, tal como nós obedecíamos aos nossos progenitores quando estes gritavam connosco [tirando aqueles de nós que se lixavam com eles nestas situações, mas isso é outro assunto!], por isso, gostava de perguntar aqui, a todos os candidatos às Legislativas 2005: porque acham vocês que os eleitores são miudinhos indisciplinados que precisam de ser postos na ordem por "autoridades superiores" que gritam com eles? É que se isto não for um insulto à nossa inteligência e à nossa percepção, o que será?
Em segundo lugar, parece que ontem morreu uma velha de 97 anos que se encontrava no "estado de papiro encarquilhado"[não sei se este é o termo médico exacto...] e que residia há mais de 50 anos num regime forçado de clausura pertencente à maior multinacional do Mundo.
Como é que sabemos disto? Abriu os telejornais de ontem e talvez abra os de hoje. Porquê? Afinal, morrem pessoas todos os dias, algumas delas em circunstâncias perfeitamente lamentáveis, como acidentes de viação, suicídios, homicídios, problemas cardio-respiratórios, cancros, muitas delas ainda com grandes perspectivas de futuro pela frente, e se uma mulher de 97 anos impedida de contactar com o mundo exterior morre de causas naturais, é notícia de abertura? Alguma coisa ela deve ter feito de grandioso pelo país, não? Terá sido Presidente da República? Não...Foi Primeira-Ministra? Não... Foi membro de um Governo particularmente importante? Não... Foi primeira dama? Não... Foi uma escritora de renome no panorama cultural Português? Não... Foi uma artista que projectou o nome de Portugal, em qualquer uma das artes? Não... Oh pá, ajudem-me, tou aqui a ficar sem hipóteses!! Hmmm, foi atleta? Não me consta... Foi pioneira nalguma coisa? Não, não me parece...
Então porque raio teve ela honra de abrir os telejornais de ontem?
Ah pois é, era uma protégée dessa grande multinacional [a mais antiga do Mundo], a Igreja Católica S.A., com sede num Estado que parece que é pouco maior do que uma praça e com alguns túneis...Continuo a perguntar, que fez ela para mercer tais honras??
Ah pois é, ela e os priminhos, em 1917 [ano das Revoluções Russas, do desequilíbrio da I Guerra a favor das potências aliadas com a entrada dos EUA, da implementação das medidas Republicanas em Portugal] ali para as bandas da Cova da Iría [distrito de Leiria, visto que aquilo é um buraco] devem-se ter perdido a caminho da escola [se é que alguma vez foram à escola...] e num local perfeitamente comum, sofreram uma alucinação, proveniente ou de apanhar muito sol na cabeça [não sei o estado do tempo naquele dia, talvez o alamnaque Borda d'Água me possa esclarecer...] ou de alguma bebida dita "espirituosa"com que os paizinhos de então gostavam de mimar os seus filhinhos... A Igreja Católica S.A., qual serviço secreto em acção com uma ponta de jornalista zeloso e sempre à caça do sensacionalmente comum, notou que as três criancinhas referiam ter avistado uma figura da mitologia Cristã, uma mulher que de acordo com o que me disseram [não, isto não é piada, acreditem!] teve um filho apesar de ser virgem! A seguir, veio uma embrulhada total, com muita acção, aventura, suspense e romance à mistura. com um final digno de Hollywood, onde na altura se faziam filmes mudos, aliás, ali e em toda a parte!
Não veio nada, tava a gozar... o que se passou foi que a referida empresa, que segundo me constou pelos seus relatórios, sobretudo na Europa e em particular em Portugal, estava a atravessar um mau momento, um período de dificuldades com bastantes problemas que as empresas atravessam, sem que a casa-mãe pudesse fazer muito para a ajudar. Sucede então que num brilhante estratagema, a Igreja Católica S.A. resolve lançar ecos do caso pelo Mundo, atraindo a atenção dos seus milhões de accionistas. A sua orgânica, presidida pelo director-geral [também conhecido como "padrinho", ou pela designação mais popular "papa", que é o diminutivo de "padrinho"...], delineou a sua estratégia de recuperação e reafirmação da empresa nos mercados nacionais em toda a parte do Mundo.
Rapidamente, divulgou o sucedido, ao qual terão concerteza acrescentado a sua parte [uns 99%], afinal é muito fácil comprar a lealdade e a palavra de miúdos inconscientes. No entanto, o mais incrível estava ainda para vir. Por se tratar de um acontecimento relacionado com o imaginário colectivo dos seus accionistas, foi anunciada a construção de um "santuário" que em jargão da Igreja Católica S.A., significa "Parque Temático", o FátimaPark, localizado próximo da vila de Fátima, muito perto do local da trip delirante dos miudinhos. Tornou-se rapidamente um dos activos mais valiosos da empresa, criando rendimentos na ordem dos milhões de Euros por ano [na altura medido em Escudos] e proporcionando à IC S.A. um crescimento exponencial nas suas receitas, reforçando a sua presença nos mercados mundiais, nomeadamente na Ásia, em África e na América do Sul.
Assim já faz mais sentido que ela tenha aberto os telejornais! Afinal de contas, trata-se de uma mulher que trouxe uma mais valia incalculável à Igreja Católica S.A. e que deu o seu grande contributo para que este empresa continuasse no ramo, assegurando a sua vantagem sobre as concorrentes [as empresas Protestante, Anglicana, Luterana, Presbiteriana, Baptista, Calvinista, Ortodoxa, etc], por sinal menos organizadas e mantendo uma quota de mercado na ordem do 60-70% do mercado cristão. Afinal de contas, eu até sabia a resposta, só precisei de todo este raciocínio para lá chegar!
Agora, o que tem isso a ver com a suspensão das actividades de campanha do PSD, CDS e PS por dois dias? Será para conquistar os votos dos accionistas desta empresa? Sim, porque uma instituição que está há quase 2000 anos no ramo, alguma forma deve ter de nunca ter sido completamente desbaratada...Hmmm, como é que será que o padrinho explica isto...?
1 Comments:
Bravo! Estás a melhorar com'ó caralho, hehe... hmm, peço desculpa por ainda não ter falado dessa puta, vai pa breve. quanto aos políticos, por mim podem ir todos levar no boaeiro, eu vou votar no PNR hahahaha!! Ao menos tem piada se contar aos amigos (o teria, mas acho q vou só fazer um piçalho no boletim :D ou talvez não vá fazer nada ;)) Tenho tanto que escrever... os pastorinhos vão levar tanto na cabeça... a Igreja nem tanto, não tenho a tua capacidade nesse detalhe... anyway, não há maiores multinacionais, mas tens a certeza que é a mais antiga?
Enviar um comentário
<< Home