15.1.05

Titã 2005

Quase oito anos depois de lançada, a dupla Cassini-Huygens chegou à órbita de Saturno e recebemos as primeiras imagens da superfície de Titã, a maior lua do planeta. A fronteira externa da Humanidade extende-se a limites cada vez mais longínquos e embora este ainda seja o único planeta onde sabemos ser possível o desenvolvimento de vida à escala Humana, a cada ano que passa sabemos cada vez sobre corpos tão distantes mas ao mesmo tempo, não tão diferentes do nosso. Titã, uma lua fustigada por ventos superiores a 500 km/h e com uma superfície caracterizada pela abundância de lagos de metano, é um mundo semelhante à Terra, há 4 mil milhões de anos, sendo possível tirar uma série de ilações sobre a nossa própria origem, e não me refiro apenas à Humanidade.

Apesar da sonds Huygens apenas ter aguentado cerca de duas horas na superfície de Titã, a informação que ela transmitiu vai ser vital na compreensão desta lua e concerteza na da nossa própria evolução. Os custos da missão podem parecer astronómicos (mais de 1500 milhões de dólares) mas o progresso da Humanidade não tem preço, e a nossa evolução passa não só pelo tratamento que damos ao nosso próprio planeta, como pela compreensão dos mundos que nos rodeiam, cuja distância até nós não é assim tão grande como julgamos. Há apenas 50 anos atrás, tal missão seria inimaginável, há 25 anos seria quase impossível, hoje é uma realidade e se tivermos em conta que o género Humano existe há cerca de 2 milhões de anos, encontramo-nos numa era em que o impossível de hoje é a realidade de amanhã (às vezes, esta premissa aplica-se sem qualquer metáfora) e é bem provável que em breve (que é como quem diz, daqui a 100 anos) estejamos não num degrau acima, mas num nível exponencialmente superior ao actual.

É por isto que eu considero que a exploração espacial não é apenas uma possibilidade interessante e entusiasmante, é sim um dever de todos nós, de todos os Humanos, de todos os Estados (que afinal são formados por Humanos...) absolutamente necessária à nossa própria compreensão.

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