2.11.04

"My fellow Americans..."

Hoje a superpotência vai a votos para, entre outros cargos, eleger o Presidente para os próximos 4 anos. Já num post anterior escrevi qualquer coisa sobre o assunto, no entanto gostava de escrever algo mais sobre isso.

As campanhas dos candidatos Democrata e Republicano mostraram que ambos estão dispostos a tudo para conseguir os votos que façam a diferença num sistema tão indirecto como o das eleições presidenciais Norte Americanas. As aproximações ao eleitorado e os agrumentos utilizados são muito diferentes daqueles a que nós estamos habituados. São constantes as baixezas e folclores (no pior sentido possível) para convencer seja quem for a votar num sistema anacrónico que podia ser inovador há mais de 200 anos mas que actualmente precisa de uma renovação afim de reconquistar a confiança dos eleitores Americanos.

Se por um lado, a dita incoerência de John Kerry provavelmente não é mais do que uma tentativa de a todo o custo conseguir votos em todos os sectores possíveis (que nos EUA podem ser muito, muito mas mesmo MUITO estranhos...), George Bush não tem problemas em afirmar que mais quatro anos consigo na Casa Branca serão mais do mesmo, o que traz bastante alegria aos seus apoiantes mas provoca a emoção oposta nos seus adversários.

Uma análise à administração Bush mostra que temos muito poucos (se não mesmo nenhuns) motivos para considerarmos a sua reeleição como positiva. Na política interna há imensas falhas graves, no sistema educativo com escolas sem verbas obrigadas a adoptar soluções no mínimo estranhas, cerca de 40 milhões de Americanos não dispõem de seguro de saúde, entre 15-17% vivem abaixo do limiar da pobreza (e esta percentagem aumenta entre as minorias étnicas), uma política retrógrada nos assuntos sociais (para dizer o mínimo), um sistema de segurança quase asfixiante digno de um regime autoritário (o Patriot Act assemelha-se a uma ideia digna de um ditador); na política externa, a imagem dos EUA nunca foi tão má, a intervenção mal conduzida no Iraque tornou a região num buraco negro e as negociações com a Coreia do Norte estão paralisadas.

O governo de Bush assemelha-se a um directório de empresários e neo-conservadores que juntam o pior de cada área e gerem o país como se fosse uma empresa, conseguindo grandes lucros para si próprios. E no entanto, são apoiados por quase 50% da população, só por isto vemos como os EUA têm uma realidade completamente diferente da nossa e que apesar de sermos Ocidentais, somos bastante diferentes.

George Bush deve ter passado mais tempo em campanha do que a administrar o país, usou o Air Force One nas acções de campanha e deslocou-se ao local de voto no carro presidencial com os serviços secretos e atiradores especiais. Trata-se de um homem que não sabe gerir o seu país, que tem uma administração perigosa, que acredita naquilo que os seus homens e mulheres lhe dizem sem problema e que não respeitou a diferença entre o cargo presidencial e a cidadania.
Não sou fan de Kerry, nem espero nada de muito positivo dele, mas espero que os eleitores Americanos sejam lúcidos, utilizem a sua racionalidade e apliquem a mesma capacidade que aplicaram na construção do seu país e votem não pela decadência mas sim pela mudança.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ao q tudo parece vamos ter mais 4 anos do mesmo.. Inacreditavelmente...

Anita

03 novembro, 2004 12:00  
Anonymous Anónimo said...

OI PESSOAL SOU BRASILEIRO E ACHEI ESSE SEU SITE É MUITO INTERESSANTE
EU O ENCONTREI PESQUISANDO FEUDALISMO

31 maio, 2005 17:44  
Anonymous Anónimo said...

OI PESSOAL SOU BRASILEIRO E ACHEI ESSE SEU SITE É MUITO INTERESSANTE
EU O ENCONTREI PESQUISANDO FEUDALISMO

assesse:www.flogao.com.br/andreyvo

31 maio, 2005 17:47  

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