19.10.04

Sufocados à nascença

Prometeu já é um ser agrilhoado, condenado a essa situação devido a um favor que fez aos Homens, mas nos últimos dias as correntes apertaram-se ainda mais, chegando ao ponto de ser quase impossível colocar um post minimamente de jeito (conceito muito relativo!) aqui nesta tela de escape da dita figura. É o que acontece quando nos voluntariamos para rever 300 páginas de conhecimento mal tratado pelos iluminados (por lâmpadas de 10W) que anteriormente lidaram com ele...

Seja como for, esta é uma forma de escape útil, apesar de não ser a ideal. Pelos labirintos cinzentos da nossa banal existência continuamos sempre a desembocar nas mesmas salas sem que as diferenças entre elas estejam além do superficial. A culpa é nossa como é óbvio, por não conseguirmos mudar o prisma com que observamos o mundo, por sermos limitados por uma autoridade invisível que só se faz sentir quando nos tentamos projectar em direcção a um escape de nível superior, por sermos incapazes sequer de ir além da nossa banalidade...enfim, nem todos felizmente!

Precisamos de uma redefinição, uma redefinição para nos tornarmos de uma vez por todas "normais" porque isto que nós vivemos não é de forma alguma "normal" e está muito aquém do nosso verdadeiro potencial. Observamos o vazio como se nada fosse, um vácuo total, sem repararmos que o vazio é simplesmente um prolongamento da existência, de uma forma diferente, sem dúvida, mas ainda assim, é uma forma de existência que nós podemos moldar em nosso nome, se ao menos o compreendêssemos melhor e não lhe tivéssemos atribuído um conceito tão redutor e tão pessimista como "vazio".

Enquanto continuarmos assim, nunca iremos atingir o verdadeiro progresso, a força da mudança permenece isolada e dispersa, sem força suficiente nem apoio e asfixiada pelos que beneficiam do actual cinzentismo que nos caracteriza, permitindo apenas uma forma de libertação muito pacífica ao nível do indivíduo e "inofensiva" para a ordem.

Assim foi, assim é, assim será...por quanto tempo? Eu próprio tenho os meus limites e apesar de todo este palavreado, dificilmente vou conseguir ultrapassar esta dimensão, pelo menos num futuro próximo. A nossa redefinição requer um esforço mental colectivo de todos nós e enquanto estivermos divididos (ou será que devo dizer, enquanto nos dividirem?) nunca iremos ultrapassar os limites que impusemos a nós próprios!

1 Comments:

Blogger Da Palavra à Acção said...

"Livre não sou, que nem a vida mo consente
mas a minha aguerrida teimosia, é quebrar dia a dia um grilhão da corrente"

Miguel Torga

Deve haver um sítio para lá das coisas, de tudo o que existe onde viver custe menos.

20 novembro, 2004 21:22  

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