24.7.07

O radar dos costumes deu sinal (na direcção de Portugal) - verso foleiro

Apesar de ter havido um período de adaptação de vários meses, parece que muita gente ainda não se tinha apercebido de que os "malvados radares" de Lisboa estavam a funcionar com propósitos de multar quem viola o limite de velocidade nas estradas da capital. Pois é, 1 milhão de Euros em multas, 18 mil infracções só na primeira semana...é obra!

E como Portugal é um país de brandos costumes, os radares foram colocados em lugares bem visíveis, com avisos e durante 6 meses eram apenas decorativos para que os condutores se habituassem à sua presença e desenvolvessem um pouco de respeito pelo Código da Estrada....mas não, aparentemente 18 mil infracções numa semana mostram que um número substancial de condutores parece estar a modos que ignorar semelhantes instrumentos.

Não deixa de ser engraçado...durante seis meses os radares estiveram á vista de todos, como quem diz "aproveitem porque em Julho já não podem acelerar sem pagar multa", parece que até Julho, podia-se circular acima do limite imposto pelo código que não havia perigo nenhum, só a partir de dia 16 é que se tornou perigoso, tomem nota. Mas agora que é, como se diz em bom português, "a doer", uns bons milhares de automobilistas escolhem ignorá-los e pagar uma multa. Talvez porque retirem um certo prazer em receber uma cartinha da Brigada de Trânsito e em desembolsar uns euros porque chegaram aos 140km/h na radial de Benfica, ou talvez porque gostem de todo o ritual de receber a carta, não pagar, ir a tribunal, responder ao juiz...sempre é um programa diferente para o dia-a-dia!

Aliás, eu julgo que Portugal devia começar a pegar em situações destas e promovê-las na Europa como "a excepcionalidade portuguesa". Algo na linha de "temos radares para o trânsito, mas durante seis meses foram decorativos", "aprovámos uma lei que despenaliza o aborto, mas há sítios onde ela não tem de ser cumprida", "aprovámos uma lei que restringe o consumo de tabaco em locais públicos fechados mas vamos lá muito devagarinho porque não queremos chatear ninguém e afinal um cidadão não-fumador tem tanto direito de desenvolver um enfisema pulmonar como um cidadão fumador!", afinal somos um país de brandos costumes e não queremos que haja por cá pessoas desagradas e chateadas.

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1 Comments:

Blogger F. Penim Redondo said...

Decidi lançar uma petição on-line, dirigida ao Presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, para que os radares passem a limitar a velocidade não a 50 mas a 80 km/hora em todos os locais que tenham pelo menos quatro faixas de rodagem e baixa frequência de atravessamentos.

Se concorda e quer assinar esta petição vá a:

http://www.petitiononline.com/dotecome/petition.html


Texto da Petição
Lisboa - Pela conversão do limite dos 50 km/h em 80 km/h

Os radares instalados pela Câmara Municipal de Lisboa, que impõem limites de 50 quilómetros à hora em locais como, por exemplo, a Av. Infante D. Henrique, a Av. de Ceuta, a Av. Marechal Gomes da Costa e a Av. Gago Coutinho são uma verdadeira aberração.
Quem os decidiu não deve, não pode, ter a noção do que significa na prática uma tal velocidade.

Como não é possível impor a todos os automóveis um limite de zero quilómetros à hora, por forma a evitar todos os acidentes, temos que encontrar um equilíbrio razoável entre a velocidade e os riscos.
Esse equilíbrio não é, certamente, 50 km/hora. Dá sono, propicia distracções, provoca travagens bruscas e emperra visivelmente a circulação.

Em Lisboa, o limite de 50 km/h foi imposto precisamente nos locais onde, pelas características da rodovia, os lisboetas podiam, depois de muitos engarrafamentos, andar um pouco mais depressa sem correr grandes riscos.

Os jornais informaram que são mais de 2.500 as infracções detectadas pelos radares todos os dias em Lisboa; ao fim de uma semana detectaram cerca de 17.800 condutores em excesso de velocidade e produziram, desta forma, um milhão de euros de receitas dos quais 320 mil terão como destino os cofres da câmara.

Nem os lisboetas são todos irresponsáveis como os números poderiam indiciar nem as dificuldades financeiras de Lisboa justificam tal campanha de caça à multa. Há portanto que corrigir esta absurda prepotência desencadeada pela vereação recentemente substituída.

Vimos por este meio exigir ao recém eleito Presidente da Câmara de Lisboa, Doutor António Costa, que tome as medidas necessárias para converter o actual limite dos 50 km/h para os 80 km/h em todos aqueles troços que, como os indicados neste texto, sejam do tipo "via rápida", com quatro faixas de rodagem e baixa frequência de atravessamentos.


--
Fernando Penim Redondo
fjprgm@gmail.com
dotecome.blogspot.com

27 julho, 2007 23:35  

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