20.1.07

QUANTO dinheiro está a ser gasto nisto?

Dia 11 de Fevereiro há referendo…já o sabemos, já o ouvimos umas 45675324634 vezes, todos os dias os nossos meios de comunicação nos bombardeiam com as acções dos movimentos pelo “sim” ou pelo “não”, acompanhados de controvérsias e protestos deste ou daquele indivíduo que estão chateados por um motivo qualquer que não tem o mínimo interesse para o país.

Em breve começa a campanha propriamente dita e virtualmente ninguém tocou no ponto mais importante de um referendo: se 50% dos eleitores não votarem, o resultado não é vinculativo. Em vez de termos as ondas dominadas pelas mensagens dos movimentos a favor do “sim” ou do “não” e que me são completamente indiferentes, deveríamos ter um número substancial de mensagens a apelar ao voto, caso contrário teremos um resultado semelhante ao de 1998, onde a abstenção rondou os 70% e o resultado não foi vinculativo.

E tudo isto era evitável, de uma forma muito simples: a lei poderia, ou melhor, deveria ter sido aprovada na AR em 1976, tenho dito! Por motivos que me ultrapassam, em Portugal tomam-se (más) decisões fulcrais para o futuro do país sem consultar as devidas entidades. Com este assunto trata-se do contrário, um tema residual que já deveria ter sido tratado há décadas, regressa à praça pública como forma de o governo atirar areia para os olhos do eleitorado e criar a impressão de que temos algum poder de decisão sobre os assuntos do país, quando a realidade é exactamente o oposto: os eleitores nunca são chamados a pronunciar-se sobre um assunto de real importância, este referendo não serve para mais do que desviar as atenções do que realmente acontece no poder executivo português.

Duvidam? Quem vai ser consultado sobre o (inútil) aeroporto da OTA? Nem eu, nem nenhum concidadão na qualidade de eleitor, podem ter a certeza, e trata-se de algo muito mais relevante do que descriminalizar um processo que põe fim a uma gravidez incipiente.

E é por isto que eu vou votar, mas vou votar por motivos completamente diferentes de qualquer outro cidadão. Vou votar, pela opção afirmativa, porque simplesmente isto já deveria ter sido aprovado há 30 anos atrás. E não só, num país com uma opinião pública largamente ignorante a prática do aborto vai ser vista não como um último recurso mas sim como um método contraceptivo quase comum - e quem pode pensar assim, perguntam vocês? Nem imaginam quantas pessoas, se há recurso em que Portugal é abundante é em idiotas, logo, vamos assistir a um número desmesuradamente elevado de abortos, com as óbvias consequências - problemas de saúde para quem os pratica e problemas de funcionamento nos hospitais, se estes os aceitarem.

E daqui vem a minha posição, eu sou da opinião que cada pessoa é livre de fazer aquilo que quiser consigo. Se se tratar de um/a perfeito/a idiota ainda melhor, merece tudo o que lhe possa acontecer - afinal de contas quem julga que se não utilizar um método contraceptivo comum não corre o risco de gravidez merece que lhe caiam em cima todo o tipo de problemas. Logo, quem é o estado para os impedir de serem idiotas? Ninguém, vivemos numa democracia e entre os nossos direitos, inclui-se o direito de ser uma besta, por isso vou votar sim, para que a descriminalização do aborto beneficie não só as (poucas) pessoas que dela precisam, mas também para que uma série indefinida de idiotas por esse país fora reduza drasticamente a sua descendência, tenho dito!

1 Comments:

Blogger MoonnooM said...

Tá demaissss!! Até vou colocar link po teu post no meu blog!! Concordo plenamente! Quem quiser ser besta que o seja, é o que nã falta neste país! lolol

*beijihosss*

25 janeiro, 2007 15:18  

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