12.8.06

Resolução 1701

Um mês depois, eis que a ONU aprova uma resolução que exige um cessar-fogo no conflito do Médio Oriente. Foram precisos 31 dias para que os membros do Conselho de Segurança chegassem a uma posição passível de ser aprovada pelos cinco membros permanentes. É frequente a ONU ser injustamente acusada de incompetência e de paralisia, quando na verdade esta se deve sobretudo aos seus membros mais pesados. Um Conselho de Segurança cujos membros permanentes com direito de veto precisam de um mês para chegar a uma resolução sobre o conflito precisa de uma reforma urgente, já existiam sinais claros disto - nos últimos 15 anos, os conflitos nos Balcãs, Ruanda, Congo e Iraque mostram-no claramente - e agora ninguém pode fugir a essa evidência.
Infelizmente prevalece uma mentalidade de bipolarismo, onde as resoluções respeitantes a conflitos propostas pelos três membros ocidentais - EUA, Reino Unido e França - são frequentemente vetadas pelos dois outros membros - Rússia e China - que as consideram contrárias aos interesses de pelo menos um dos lados do conflito [mas que na verdade é uma forma velada de dizer "as nossas indústrias de armamento, coitadinhas, vão ser prejudicadas"]. No terreno, a Resolução 1701 ainda não teve efeito, Israel não mostra sinais de pretender aliviar a pressão, sobretudo quando o Hezbollah não mostra sinais de enfraquecimento. Quanto ao Hezbollah, não me consta que cumprir resoluções das Nações Unidas seja com eles, demoram mais tempo a fingir cumpri-las do que a ONU a adoptá-las...

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