28.4.06

A Paz e o Hamas...não me parece.


Quando pensamos em paz
Nunca nos lembramos do Hamas

E é bem verdade. Observando a conduta e a retórica do actual governo palestiniano, dir-se-ia que este parece mais empenhado em galvanizar o mundo árabe e ainda o Irão para financiar o seu mandato, após o cancelamento dos financiamentos directos da UE. A Noruega, por sua vez, não os cancelou, lá terão as suas razões… Seja como for, o Hamas está apenas a fazer a sua parte, e como é óbvio a parte que compete a um braço político de um movimento armado responsável por uma série de atentados nunca poderia ser das mais louváveis. Não é por acaso que eu raramente me pronuncio sobre o conflito israelo-palestiniano, uma situação de tal forma complexa e que ultrapassa os limites do Médio Oriente de uma forma tão avassaladora que quase parece impossível que uma disputa por um território pouco maior do que o Alentejo consiga incendiar debates e dividir opiniões em todo o Mundo.
A verdade é que por mais avanços que o processo tenha conhecido no final do século XX com os acordos de Oslo, essa era já parece remota. Actualmente em Israel, o Kadima abriu negociações com o Partido Trabalhista para formar um governo de coligação, o que tendo em conta os últimos anos do panorama político israelita, só podem ser boas notícias. Por outro lado, a presença do Hamas no governo da Palestina e a delicada situação em que este coloca o presidente Abbas tornam o processo de paz num redemoinho que ameaça regressar ao período que se seguiu à visita de Ariel Sharon à Esplanada das Mesquitas em Setembro de 2000 e que impulsionou a segunda intifada.
Não, de facto, paz não rima como Hamas…só tecnicamente claro, mas não é forçoso que um poema seja feito com rimas.
PS: e só para me armar em engraçado, em Finlandês a palavra "hammas" significa "dente", com isto um finlandês pode dizer que quando lhe dói um dente está a queixar-se das acções do Hamas. Muita razão terá.

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