28.5.06

O buraco negro de Timor

Não me surpreende o que está a acontecer em Timor Leste. Duvido que surpreenda alguém, um país pobre e totalmente dependente da ajuda humanitária, com um passado recente de ocupação e conflito só poderia ter este desfecho. Depois de toda a pompa com que a independência foi celebrada, depois de todas as iniciativas que foram realizadas em Portugal por solidariedade para com o "povo irmão", eis que o estado mais jovem do Mundo se encontra num ambiente de guerra civil e onde as suas autoridades não são capazes de manter a ordem. O envio de tropas estrangeiras tornou-se assim a única solução, e este não vai parar tão depressa, como indica este artigo.

Como é óbvio, a desmobilização de militares no mês de Abril foi apenas um pretexto. A actual situação está muito distante de um protesto dos militares contra uma decisão governamental e faz lembrar os dias que sucederam ao referendo de há sete anos.Tendo em conta que o país apenas tem quatro anos, terá alguma lógica afirmar que está a passar por aquilo que um grande número de países do chamado "terceiro mundo" atravessa na sua existência, ou seja, estará apenas "a actualizar-se", a recuperar tempo perdido.
Não sei ao certo como é o quotidiano em Timor Leste, mas sei que o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal é notório a fazer declarações infelizes, como uma em que afirma que a Austrália está a cometer uma ingerência nos assuntos internos de Timor Leste. Só pode ser uma declaração da boca para fora, porque se há país que pode impedir Timor Leste de mergulhar numa guerra civil e de se destruir a si próprio, é a Austrália. Muito feliz seria o futuro de Timor Leste se este se tornasse num protegido da Austrália, ao invés de continuar a manter laços artificiais de "amizade" e "fraternidade" com um país que o dominou por mais de 400 anos e que se situa no outro lado do Mundo.

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