Somália
Teremos um novo estado integrista no Mundo? Não, pelo menos não na totalidade, mas assim parece. Desde que Mogadíscio foi tomada por uma facção de carácter fundamentalista [há quem os compare aos taliban] denominada União dos Tribunais Islâmicos, que as possibilidades daquele território da África Oriental cair para a esfera dos chamados “estados islâmicos” aumentaram e muito. Não podemos chamar à Somália um estado, isso é certo. Apesar de, quando olhamos para o mapa, vermos um país, de forma ligeiramente triangular, no Corno de África e não se levantarem suspeitas para quem não conhece a situação, aquele território desde 1991 que perdeu toda a coesão e todos os elementos unificadores que um estado soberano possui.
O seu governo é, para todos os efeitos, decorativo. Reside no Quénia e os seus únicos meios são declarações e discursos. Não existe uma autoridade central, não existe um Chefe de Estado propriamente dito, nem existe um aparelho de estado. Existem sim facções armadas que exercem o seu controlo sobre várias partes do território, e a região de Mogadíscio, a “capital”, foi tomada por uma facção fundamentalista. Uma das suas primeiras decisões foi proibir que as pessoas assistissem às transmissões do Mundial de futebol. Faz assim todo o sentido que já existam vozes que afirmem que a Somália vai ser um “novo Afeganistão” e um “viveiro para terroristas” [é que até aqui era um jardim de paz e de ordem, estão a ver…], apesar das negações dos novos “senhores” de Mogadíscio, que aparentemente fornecem à população alguns serviços de educação e de saúde, além de zelarem pelo cumprimento de normas sociais que não vão contra o islão.
Após uma intervenção americana desastrosa em 1993, a Somália desapareceu do panorama global. Foi como se naqueles 600 mil km2 toda a vida tivesse sido sugada e o país tivesse sido apagado. Contudo, a queda do estado somali e a posterior situação de fragmentação do poder por várias facções armadas não significou o fim do país. Há quem aponte a Somália como um exemplo raro de anarco-capitalismo, no sentido em que, devido à falta de regulamentação, as empresas actuam livremente e o mercado é considerado como totalmente livre de intervenção estatal. Enquanto que as facções armadas se encarregam da segurança dos investimentos, o sector privado actua da forma mais desregulamentada possível. Assim se justifica que exista um grande volume de negócios na área das telecomunicações e das linhas aéreas e que nos mercados de Mogadíscio seja possível encontrar os mesmos aparelhos electrónicos que numa capital europeia, americana ou asiática.
Resta saber o que vai acontecer com esta nova facção no poder em Mogadíscio. O que vai mudar naquela região, irão manter o actual status quo? Irão exercer um poder de ferro sobre a população? Poderão empreender uma ofensiva armada contra as outras regiões com o intuito de unificar o país e estabelecer um governo de unidade nacional? Não sei as respostas a estas perguntas, mas uma coisa é certa: se 13 anos depois do episódio que foi transposto para o filme Black Hawk Down é que demonstram preocupações sérias com a Somália, não se surpreendam com o que pode surgir agora.
O seu governo é, para todos os efeitos, decorativo. Reside no Quénia e os seus únicos meios são declarações e discursos. Não existe uma autoridade central, não existe um Chefe de Estado propriamente dito, nem existe um aparelho de estado. Existem sim facções armadas que exercem o seu controlo sobre várias partes do território, e a região de Mogadíscio, a “capital”, foi tomada por uma facção fundamentalista. Uma das suas primeiras decisões foi proibir que as pessoas assistissem às transmissões do Mundial de futebol. Faz assim todo o sentido que já existam vozes que afirmem que a Somália vai ser um “novo Afeganistão” e um “viveiro para terroristas” [é que até aqui era um jardim de paz e de ordem, estão a ver…], apesar das negações dos novos “senhores” de Mogadíscio, que aparentemente fornecem à população alguns serviços de educação e de saúde, além de zelarem pelo cumprimento de normas sociais que não vão contra o islão.
Após uma intervenção americana desastrosa em 1993, a Somália desapareceu do panorama global. Foi como se naqueles 600 mil km2 toda a vida tivesse sido sugada e o país tivesse sido apagado. Contudo, a queda do estado somali e a posterior situação de fragmentação do poder por várias facções armadas não significou o fim do país. Há quem aponte a Somália como um exemplo raro de anarco-capitalismo, no sentido em que, devido à falta de regulamentação, as empresas actuam livremente e o mercado é considerado como totalmente livre de intervenção estatal. Enquanto que as facções armadas se encarregam da segurança dos investimentos, o sector privado actua da forma mais desregulamentada possível. Assim se justifica que exista um grande volume de negócios na área das telecomunicações e das linhas aéreas e que nos mercados de Mogadíscio seja possível encontrar os mesmos aparelhos electrónicos que numa capital europeia, americana ou asiática.
Resta saber o que vai acontecer com esta nova facção no poder em Mogadíscio. O que vai mudar naquela região, irão manter o actual status quo? Irão exercer um poder de ferro sobre a população? Poderão empreender uma ofensiva armada contra as outras regiões com o intuito de unificar o país e estabelecer um governo de unidade nacional? Não sei as respostas a estas perguntas, mas uma coisa é certa: se 13 anos depois do episódio que foi transposto para o filme Black Hawk Down é que demonstram preocupações sérias com a Somália, não se surpreendam com o que pode surgir agora.
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