30.5.06

Social democracia portuguesa

O chamado "Roteiro para a inclusão" de Cavaco Silva nada mais é do que o cumprimento de um dever dos órgãos de soberania que em três décadas de democracia nunca foi devidamente tratado e que eu duvido que venha ser abordado de forma séria pelo actual Presidente e pelo Governo. Já todos conhecemos esta radiografia às condições socio-económicas de Portugal - temos mais de 20% da população a viver na pobreza, no nosso país encontram-se as maiores disparidades regionais da União Europeia [embora eu ache que esta avaliação seja algo exagerada] e as perspectivas a médio prazo não são nada promissoras.
Após trinta anos de governação democrática e vinte anos de integração europeia, acompanhados de 50 mil milhões de dólares em fundos comunitários destinados a minimizar a distância que separa Portugal dos seus parceiros comunitários, a social democracia portuguesa não apresenta resultados. Toda a inspiração que fomos retirar aos países com menores desigualdades sociais e onde a educação e a saúde são universais teve resultados parciais que, ao invés de satisfazer a população, apenas a deixou mais frustrada.
Se em trinta anos e com todos os estudos e relatórios que foram elaborados sobre o assunto, Portugal não conseguiu aproximar-se da média comunitária e actualmente o nível de riqueza por habitante corresponde sensivelmente ao de 1993-94, não será concerteza um périplo do Presidente da República por algumas aldeias abandonadas do interior do país que vai ter um contributo decisivo no nosso desenvolvimento. Será que escolhemos o modelo errado às nossas circunstâncias?

Click Here