A bandeira e a Humanidade
De todos os seres vivos, os Humanos são os únicos que têm plena consciência de que a sua existência vai terminar. A partir daqui, não surpreende que a maior parte dos Humanos não desejem a morte e a temam, como o nosso instinto de sobrevivência nos demonstra perante circunstância de morte iminente.
Porém, os Humanos também abdicam da preservação da sua existência até às últimas consequências. Será isto um reflexo da racionalidade inerente aos Humanos, a nossa superação voluntária do instinto de sobrevivência por uma causa que nós sabemos acarretar um risco elevado de morte? Ou será antes pelo contrário um indício de irracionalidade, ou antes, de falta de bom senso, quando colocado lado a lado aos milhões de Humanos que todos os dias se esforçam para que a sua vida não termine? É uma questão que lanço aos leitores deste blog.
Mas o que poderá, afinal de contas, ser tão poderoso que leve os Humanos a encurtarem significativa e voluntariamente o seu tempo de vida, mostrando uma vontade oposta ao seu instinto primário de sobrevivência?
Ao longo da História, milhões de Humanos morreram sem que o seu organismo tivesse exaurido todas as suas possibilidades de vida. Milhões de Humanos deram as suas vidas voluntariamente por causas que tiveram um impacto de tal forma profundo na sua mente que os levaram a realizar um dos maiores esforços possíveis que um Humano pode fazer, o do sacrifício em nome de uma causa, e ao longo dos milhares de anos da História, nada levou reuniu mais Humanos dispostos a cair em seu nome do que a bandeira.
A bandeira, que para uns é um mero símbolo protocolar, para outros é apenas um objecto sem sentido, para outros ainda é algo que os comove sem que no entanto a conheçam ou saibam o que significa, tem o poder [ou capacidade de influenciar...] de reunir uma autêntica legião à sua volta composta por Humanos cujo elo de ligação pode ser apenas um: a defesa da bandeira e de tudo o que ela simboliza.
Como é que isto se forma? Como é que algo que no plano físico não passa de um tecido rectangular hasteado num mastro e com uma simbologia particular e ainda com um tamanho padrão em qualquer ponto da Terra [à excepção da Suíça e do Nepal, todas as bandeiras nacionais têm um tamanho padrão idêntico] tem a capacidade de rapidamente reunir milhões de Humanos quando estes pressentem que a bandeira com a qual sentem afinidade está em perigo?
O que simbolizará, afinal, a bandeira? Um espaço político delimitado por fronteiras? Um espaço metafísico existente dentro da consciência indiviual e colectiva [paradoxal, não?"consciência colectiva"...] de cada um? A interacção destes dois espaços, formando aquilo a que, muitos de nós, chamariam um "Estado-Nação"?
Acima disto tudo, a bandeira consegue fazer aquilo que mais nenhum objecto foi capaz de fazer, o de ligar o mundo físico e o mundo metafísico, ao mesmo tempo que cria uma síntese pessoal dentro da mente de cada indivíduo no que diz respeito ao seu significado e uma síntese colectiva presente na quantidade de Humanos que se identificam com a bandeira daquilo a que chamam o seu "país". Se tivermos isto em conta, a bandeira é mais poderosa do que qualquer cruz/crescente, qualquer riqueza ou qualquer arma.
Será que isto é suficiente para explicar o sacrifício em nome da bandeira?
Ou podemos encontrar o fenómeno colectivo da morte pela bandeira nos nossos primórdios, nos tempos em que pouco mais éramos do que criaturas que deambulavam em tribos, cujas relações eram pautadas pela conflitualidade? Não será a bandeira uma forma moderna de legitimar o tribalismo na pior acepção da palavra? Estará um símbolo que os cidadãos vulgares consideram tão nobres, totalmente ao serviço de interesses ocultos que na lealdade [quer violenta, quer civilizada] vêem formas satisfazer os seus interesses? Terão estes argumentos estado na mente quer de românticos, quer de cínicos que nas décadas que se seguiram à Revolução Francesa, desenterraram, reformularam e forjaram mitos, lendas e crenças com séculos de existência e que levaram à formação de novos Estados, dentro e fora da Europa, que hoje consideramos como seguros na sua existência?
Porém, os Humanos também abdicam da preservação da sua existência até às últimas consequências. Será isto um reflexo da racionalidade inerente aos Humanos, a nossa superação voluntária do instinto de sobrevivência por uma causa que nós sabemos acarretar um risco elevado de morte? Ou será antes pelo contrário um indício de irracionalidade, ou antes, de falta de bom senso, quando colocado lado a lado aos milhões de Humanos que todos os dias se esforçam para que a sua vida não termine? É uma questão que lanço aos leitores deste blog.
Mas o que poderá, afinal de contas, ser tão poderoso que leve os Humanos a encurtarem significativa e voluntariamente o seu tempo de vida, mostrando uma vontade oposta ao seu instinto primário de sobrevivência?
Ao longo da História, milhões de Humanos morreram sem que o seu organismo tivesse exaurido todas as suas possibilidades de vida. Milhões de Humanos deram as suas vidas voluntariamente por causas que tiveram um impacto de tal forma profundo na sua mente que os levaram a realizar um dos maiores esforços possíveis que um Humano pode fazer, o do sacrifício em nome de uma causa, e ao longo dos milhares de anos da História, nada levou reuniu mais Humanos dispostos a cair em seu nome do que a bandeira.
A bandeira, que para uns é um mero símbolo protocolar, para outros é apenas um objecto sem sentido, para outros ainda é algo que os comove sem que no entanto a conheçam ou saibam o que significa, tem o poder [ou capacidade de influenciar...] de reunir uma autêntica legião à sua volta composta por Humanos cujo elo de ligação pode ser apenas um: a defesa da bandeira e de tudo o que ela simboliza.
Como é que isto se forma? Como é que algo que no plano físico não passa de um tecido rectangular hasteado num mastro e com uma simbologia particular e ainda com um tamanho padrão em qualquer ponto da Terra [à excepção da Suíça e do Nepal, todas as bandeiras nacionais têm um tamanho padrão idêntico] tem a capacidade de rapidamente reunir milhões de Humanos quando estes pressentem que a bandeira com a qual sentem afinidade está em perigo?
O que simbolizará, afinal, a bandeira? Um espaço político delimitado por fronteiras? Um espaço metafísico existente dentro da consciência indiviual e colectiva [paradoxal, não?"consciência colectiva"...] de cada um? A interacção destes dois espaços, formando aquilo a que, muitos de nós, chamariam um "Estado-Nação"?
Acima disto tudo, a bandeira consegue fazer aquilo que mais nenhum objecto foi capaz de fazer, o de ligar o mundo físico e o mundo metafísico, ao mesmo tempo que cria uma síntese pessoal dentro da mente de cada indivíduo no que diz respeito ao seu significado e uma síntese colectiva presente na quantidade de Humanos que se identificam com a bandeira daquilo a que chamam o seu "país". Se tivermos isto em conta, a bandeira é mais poderosa do que qualquer cruz/crescente, qualquer riqueza ou qualquer arma.
Será que isto é suficiente para explicar o sacrifício em nome da bandeira?
Ou podemos encontrar o fenómeno colectivo da morte pela bandeira nos nossos primórdios, nos tempos em que pouco mais éramos do que criaturas que deambulavam em tribos, cujas relações eram pautadas pela conflitualidade? Não será a bandeira uma forma moderna de legitimar o tribalismo na pior acepção da palavra? Estará um símbolo que os cidadãos vulgares consideram tão nobres, totalmente ao serviço de interesses ocultos que na lealdade [quer violenta, quer civilizada] vêem formas satisfazer os seus interesses? Terão estes argumentos estado na mente quer de românticos, quer de cínicos que nas décadas que se seguiram à Revolução Francesa, desenterraram, reformularam e forjaram mitos, lendas e crenças com séculos de existência e que levaram à formação de novos Estados, dentro e fora da Europa, que hoje consideramos como seguros na sua existência?
1 Comments:
É muito interessante o teu post (porra estas palavras estão já a ficar um pouco gastas... por que não escreves algo merdoso pa variar? hehe), se bem que eu não concorde com os fenómenos que uma bandeira (chamemos bandeira a tudo o que ela representa) consegue provocar, como o é o de opor milhões de seres que se dizem pensantes, manipulados por seres que se dizem civilizados, num esforço de mútua carnificina e destruição. Acho o simbolismo em geral abjecto (podes chamar-me iconoclasta, anarca, o que quiseres) e envergonho-me pela espécie a que pertenço. Por falar em espécie, o homo sapiens NÃO é o único animal que tem consciência da própria morte. Apenas possui a exclusividade no que diz respeito a saber que a espécie em si terá um fim, das extinções em massa, das eras glaciares, e, no limite, da morte do Sol e do próprio planeta.
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