Uzbequistão
Uzbequistão...esse país da Ásia Central, antiga república da União Soviética, é tão...tão........faltam-me as palavras, mas não ia dizer nada de bom. Sim, tal como o vizinho Turquemenistão, o Uzbequistão optou por seguir a via do totalitarismo onde o poder está concentrado no presidente e no seu círculo íntimo, aliás o presidente é o mesmo desde 1990, uma vez que transitou calmamento do cargo "soviético" para "presidente uzbeque".
Massacre de Andijan, Maio de 2005; número de vítimas mortais desconhecido, possivelmente acima das 600.
Eu sei, eu sei, devia meter-me onde sou chamado...mas o Uzbequistão é um dos piores exemplos que se pode dar no que diz respeito ao tratamento dos cidadãos. Não só a tortura é uma prática comum por parte das forças da "ordem" ["ordem" governamental, leia-se], como as autoridades obrigam milhares de crianças e de estudantes a trabalhos forçados nas plantações de algodão, muitas vezes sem pagamento e sem protecção de qualquer espécie.
Pois bem, aqui temos mais um exemplo de como alguém que tenha a infelicidade de nascer no Uzbequistão tem a sua vida deliberadamente prejudicada por quem comanda o país - não só os principais meios de comunicação estão nas mãos do estado, como a própria internet é alvo de um controlo sufocante. Uma vez que todas as linhas de acesso à internet pertencem ao estado, é fácil para as autoridades uzbeques bloquearem e filtrarem todos os conteúdos que lhes parecem "ameaçadores". Imaginem como seria se tentassem aceder a um site que fosse considerado "perigoso para a integridade nacional" e que a tentativa de o visitar ainda os denunciasse e lhes garantisse um interrogatório por parte de polícias à paisana.
É algo que, vivendo numa sociedade democrática, não conseguimos imaginar, mas que acontece - não só no Uzbequistão, como noutros países, os mais óbvios são a China e o Irão. Infelizmente para os uzbeques, a censura é de tal forma eficaz que é preciso ser-se extremamente hábil para a contornar - enquanto nós podemos consultar livremente o site Ferghana.ru que apresenta várias notícias consideradas "incómodas" para as autoridades uzbeques, alguém que viva em Tashkent ou em Samarcanda terá muitos problemas se quiser aceder à informação ali apresentada.
Pior ainda, as autoridades uzbeques nunca tiveram qualquer problema com os Estados Unidos ou com a Rússia - embora se tenham afastado das tentativas de se aproximarem de Wahsington desde o massacre de Andijan, caíram nos braços do Kremlin que os acolheu com todo o gosto, afinal é mais um integrante do seu "estrangeiro próximo" - o que significa que uma intervenção externa no sentido de pôr fim a esta situação é impensável.
Isto significa que para o comum cidadão uzbeque, a maior ameaça não vem de grupos terroristas ou criminosos comuns mas do seu próprio estado - uma forma muito macabra de terrorismo.
Etiquetas: Ásia Central, censura, totalitarismo, Uzbequistão
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