Bulgária com fundos europeus suspensos
Depois de uma fuga de informação ter revelado que o último relatório da Comissão Europeia sobre a integração da Bulgária na UE traça uma imagem péssima da forma como aquele país gere os fundos estruturais que lhe foram atribuídos, foi divulgado que serão suspensos fundos no valor de €500 milhões destinados ao desenvolvimento de infraestruturas no território búlgaro e que as duas agências governamentais encarregues de os gerir vão perder a sua acreditação junto da Comissão Europeia.
Especificamente, são referidas a falta de empenho das autoridades em pôr cobro ao crime organizado, à corrupção e à fraude existentes no poder executivo, bem como a discrepância entre o que é legislado e o que é feito. Os €500 milhões que acabam de ser suspensos dizem respeito a fundos que fazem parte do acordo de pré-adesão, mas se a Bulgária não cumprir com o que lhe é exigido, podem estar em risco os €4,5 mil milhões que são lhe destinados ao longo dos próximos cinco anos.
Hoje é publicada a versão final do relatório, que foi alvo de alguma suavização de forma a aliviar a dureza da linguagem usada, mas a mensagem que passa para os parceiros comunitários da Bulgária é esta - o dinheiro não está a ser bem aplicado e está a ser desviado em total desrespeito para com os países dadores e para com os cidadãos.
A Roménia foi igualmente alvo de avisos, não tão ameaçadores quanto os que foram feitos à Bulgária, é certo, mas ainda assim, os tribunais romenos não são suficientemente diligentes nas condenações por corrupção e por fraude - aparentemente, mais de 90% dos casos são condenados à pena mais baixa possível.
Já em 2004 se dizia que o alargamento de então a dez novos estados estaria a ser feito demasiado depressa e que não só a UE não teria capacidade de absorver os novos membros, como estes poderiam não estar [todos] prontos para se tornarem membros de pleno direito. Em 2007, foi a vez da Bulgária e Roménia aderirem à UE, depois de em 2002 não terem sido considerados como preparados para aderir em 2004. Aparentemente, havia alguns aspectos importantes que indicavam que estes dois países não estariam ainda preparados para aderir em 2007, mas é frequente estes aspectos passarem em claro em nome de objectivos políticos - para os dois lados, claro.
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