2.8.06

Simplicidade

Quando olhamos pela primeira vez parece ser de uma complexidade impenetrável. Ficamos confusos, vemos ligações que não compreendemos, variáveis múltiplas que não conseguimos equacionar em simultâneo, interacções que nos parecem ilógicas e uma quantidade de informação demasiado grande para conseguirmos processar.
Depois começamos a observar melhor, fazemos uma abordagem sectorial, realizamos uma verdadeira vistoria de alto a baixo e verificamos cada pormenor, compreendemos os conceitos que estão por detrás do que vemos, aplicamo-los à realidade, contextualizamo-los, abrimos excepções e gradualmente começam a fazer mais sentido.
Alargamos os horizontes, tudo começa a cair de forma harmoniosa nos espaços que abrimos na nossa mente e finalmente inicia-se um processo de informações dentro do nosso cérebro que não teria sido possível antes. À medida que nos dedicamos, sentimo-nos cada vez mais confiantes e então aí, podemos dizer com todo o orgulho: compreendemos.
E o que se segue? A compreensão por si própria? A inteligência em si como valor cristalizado para exibir? De maneira nenhuma, a partir daqui estamos prontos para iniciar o desmantelamento de tudo o que observamos. Face à nossa percepção, tudo pode ser alvo de um processo de destruição, tudo pode ser desmantelado e desacreditado, temos poder e capacidade para desmistificar o Mundo à nossa volta e impulsionar a sua redefinição.
Porque podemos fazer isto? Não é tudo tão complexo? A verdade é que estivemos enganados, quanto menos soubermos mais simples se torna enganar um ser Humano e se nós podemos iniciar a destruição de tudo o que conhecemos, é por um motivo claríssimo: tudo é simples. Na verdade, tudo pode ser reduzido ao mais insignificante princípio unificador, basta encontrá-lo e dominá-lo para determos a chave de acesso para a verdadeira via rápida da Humanidade. E de onde vem isto? O que observamos pode parecer infinitamente complexo, mas é baseado em princípios, motivos e fundações extremamente simples. Mais do que simples, são frágeis, frágeis ao ponto de um Humano devidamente preparado as conseguir demolir e desacreditar, para que sejam colocadas na reciclagem e substituídas por novas realidades que por sua vez serão válidas até que se prove o contrário.
Não há razão para temer isto, é o que a Humanidade faz desde que surgiu o primeiro hominídeo, às vezes apenas falta coragem para ir mais longe, é tudo.

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