30.7.06

Eleições no Congo

Mais do que saber quem será o vencedor, as eleições de hoje na República Democrática do Congo, nome que tudo diz mas nada é, são importantes para apurar uma questão que é simultaneamente simples mas que tem uma complexidade interminável - o país vai viver em paz?
Depois de ter passado por uma das piores guerras civis do século XX, aquele que é um dos países mais violentos do Mundo e onde a instabilidade ameaça a qualquer momento romper a paz frágil que vigora graças às Nações Unidas. O acto eleitoral de hoje correu sem incidentes mas os dias que precederam o escrutínio foram marcados por confrontos, em Kinshasa e não só.
Os resultados vão demorar semanas a apurar, por enquanto não são o mais relevante. O que é realmente relevante é saber se um dos maiores e mais maltratados países de África vai conseguir ultrapassar um status quo de conflito e fazer a transição para uma nova etapa onde seja possível construir uma democracia que respeite as mais de duzentas etnias que habitam aquele território e tirar o devido proveito dos seus recursos naturais, evitando obviamente que eles resvalem para as contas pessoais de líderes corruptos.
Se a RD Congo conseguir, a longo prazo, desenvolver um clima de paz e atrair investimento, pode transformar-se num motor da África Central, algo que os países circundantes necessitam como incentivo ao desenvolvimento, e ainda, algo muito relevante, ter uma voz própria, em África e no Mundo.

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