19.7.06

Human 4.1

Um computador funciona através da introdução de inputs no sistema, este por sua vez dá-nos um feedback através de outputs. De uma forma extremamente simples e redutora, é assim que ele funciona. A espécie humana também, com a diferença que é impossível apagar permanentemente um ficheiro com toda a segurança. Os seres humanos têm os seus inputs, feedbacks e outputs mas precisam de dormir e não funcionam sob certas condições. Vamos então, imaginar os humanos desta forma: actualmente, a nossa espécie, Homo Sapiens Sapiens, representa o ponto mais elevado da evolução da espécie humana. Vamos então chamar-lhe Humano 4.1. Porquê? O número 4 representa as etapas da evolução: australopitecus afarensis, homo habilis, homo erectus, homo sapiens. O .1 significa o degrau superior do homo sapiens, como espécie mais evoluída que o homo neanderthalensis.
Qual é então o próximo passo? Partindo do princípio que não há fim para a espécie humana e que a evolução é contínua, podemos estar a caminhar para o 4.2, um humano que nasce com uma habilidade natural para o manuseamento de tecnologias de comunicação? Ou pelo contrário vamos regredir e dirigimo-nos para um degrau anterior, talvez um 4.05, um humano fisicamente débil, com maus reflexos e fraca acuidade visual e auditiva e propenso a doenças, devido à nossa cada vez menor dependência da força física? É óbvio que vão passar vários milhares de anos até que os desenvolvimentos tecnológicos dos século XX e XXI se possam reflectir na fisionomia da espécie humana. Todos os inputs que recebemos nas últimas décadas podem nunca vir a ter feedback daqui a cinquenta mil anos, até porque não sabemos se a nossa presente situação é sustentável. Um choque petrolífero grave acompanhado por uma crise económica mundial sem paralelo na história pode levar a tecnologia a entrar em regressão e o consumo de energia a diminuir drasticamente, levando a um regresso à agricultura, pecuária e actividades de subsistência com baixa implantação tecnológica.
Acima de tudo, se quisermos que as nossas vivências do século XXI se reflictam, dentro da vários milénios, na nossa evolução, temos de assegurar um presente e um futuro sustentável que não coloquem a nossa civilização, a nossa cultura e o nosso futuro em risco, para que ainda tenhamos património de que nos possamos orgulhar daqui a milhares de anos e para que os nossos descendentes de então possam olhar com admiração para o que fizemos.

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