9.6.06

Projecto cancelado para Cacilhas


O que podem ver nestas imagens são concepções de um projecto de 1999 a desenvolver na doca da Lisnave, zona de Cacilhas, e que previa a renovação da zona através da construção de novos empreendimentos onde se previam alguns arranha-céus, o maior dos quais com cerca de 90 andares e que, a concretizar-se, seria o edifício mais alto da Europa.
Como é óbvio, o projecto foi reprovado pela câmara de Almada. As razões invocadas foram o desenquadramento em relação à zona [atendendo a que seria construído numa zona industrial decadente não vejo qual o problema] e a volumetria dos edifícios. Surpeendente, quando temos em conta que a construção seria financiada a 100% por fundos privados e não pelo Estado ou pela autarquia. A câmara de Almada foi notória na falta de visão que demonstrou ao reprovar o projecto.
Porque iria colocar o concelho de Almada entre os mais proeminentes do país, contribuindo para afastar a sua imagem de dormitório de Lisboa. Porque daria uma vista totalmente nova e inédita em Portugal, quer estivéssemos no local, quer estivéssemos em Lisboa a observar a margem sul do rio Tejo. Porque um empreendimento como este poderia contribuir de forma decisiva para a projecção de Portugal na Europa e no Mundo, uma vez que o nosso país não se distingue pela grandiosidade das suas skylines. Se a câmara de Alamada tivesse alguma visão de futuro e ambição, saberia que algumas cidades ganharam fama mundial devido à grandiosidade e imponência da sua skyline, além de que a construção de empreendimentos como este injecta uma nova vida aos locais que são alvo de intervenção, uma vez que os alvos são frequentemente zonas industriais em decadência ou abandonadas.
Infelizmente, a CM Almada assim não pensou, e o projecto que ganhou a designação de "Manhattan em Cacilhas" foi rapidamente reprovado, nem sequer chegou a alimentar polémica a nível nacional. Talvez porque não houvesse "patos bravos" interessados, a câmara de Almada não sofreu pressões suficientes para aprovar o projecto, mas não se tratava de um projecto de torres de habitação em cimento e betão de má qualidade, tratava-se de algo absolutamente novo em Portugal. Mesmo assim, a CM Alamda não se convenceu e o próprio Governo, na altura com José Sócrates como Ministro do Ambiente, declarou a sua oposição ao projecto. Não sei o que têm contra a construção de arranha-céus em Portugal, existem em quase todos os países europeus e, se forem bem construídos, os seus benefícios são notórios. Qual é, então o problema de se construir [bem] em altura?

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