7.6.06

Desfasamento temporal

Hoje fiquei a saber que a nova lei do tabaco que vai regular o consumo daquela substância em lugares públicos não só deixou de prever uma multa para os proprietários de estabelecimentos cujos clientes a desrespeitem [digam lá que não estavam à espera que a versão final da lei não fosse suavizada por várias camadas de açúcar legal], como só vai entrar em vigor no início de 2007.

Por outro lado, os muito controversos encerramentos de maternidades, que vão obrigar a que um número elevado de mulheres grávidas façam os seus partos noutros hospitais, agravando assim a capacidade logística dos bombeiros voluntários de localidades cujas maternidades vão ser encerradas, já estão em curso.
As igualmente polémicas alterações introduzidas na educação - destacamentos de três anos, avaliação dos professores por parte dos pais, aumento da carga horária dos professores, etc - entram em vigor no início do próximo ano lectivo, ou seja Setembro de 2006.
É razão para perguntar porque é que uma lei que regula uma questão de saúde pública e cuja aplicação imediata poderia ter um efeito bastante positivo na saúde pulmonar de milhares de fumadores passivos em todo o país é relegada para 2007, enquanto alterações altamente controversas e que muito dificilmente vão ter efeitos benéficos na saúde e na educação entram em vigor o mais depressa possível? Qual é então a escala temporal usada pelo governo?

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