15.5.06

Mapas do Universo


Estas imagens são o mais próximo que temos a um mapa da nossa localização no Universo. Passo então a explicá-las: a nossa localização está sempre no centro da imgem. No caso da imagem à esquerda deste texto, vemos o nosso Sol no centro, num plano das imediações do nosso sistema solar. São visíveis as estrelas Proximus Centauris e Sirius, duas das estrelas mais próximas da nossa.
A segunda imagem representa as imediações exteriores do nosso sistema solar. Num raio de 250 anos luz em torno do nosso Sol, encontram-se as estrelas Arcturus, Capella, Aldebaran, Vega, bem como as que compõem a constelação conhecida como Ursa Maior. Estas estrelas estão entre as mais reconhecidas pelos terráqueos e embora 250 anos luz sejam aproximadamente 2365 200 000 000 000 km, esta distância é relativamente curta à escala universal, podendo a fracção representada na imagem ser considerada como uma pequeníssima subdivisão do Universo.
A terceira imagem é um mapa da região local da Via Láctea em que se encontra no nosso sistema solar, no braço de Orion, entre o braço de Perseu e o braço de Sagitário. Nesta imagem, estão representaos os maiores corpos celestes num raio de 5000 anos luz.
Esta quarta imagem é muito mais representativa e apresenta-nos a nossa galáxia, a Via Láctea, indicando a localização do nosso Sol, apontando o nome dos braços da galáxia e indicando ainda uma galáxia menor nas suas imediações. Especula-se que centro da Via Láctea possa existir um buraco negro. O diâmetro da galáxia ronda os 100 000 anos luz.



Na imagem à nossa esquerda encontram-se representadas as imediações da Via Láctea, onde é possível ver galáxias menores em seu torno. Encontram-se assinaladas a Grande Nuvem de Magalhães e a Pequena Nuvem de Magalhães, bem como algumas galáxias anãs. Este mapa representa as galáxias num raio de 500 000 anos luz da Via Láctea.

Esta imagem indica-nos o grupo local de galáxias, um ajuntamento formado pelas galáxias vizinhas da Via Láctea num raio de 5 milhões de anos luz. As galáxias fazem parte de grupos locais que por sua vez se integram em superconjuntos, formando assim as maiores estruturas do Universo.

Aqui temos o superconjunto no qual se integram os grupos locais vizinhos ao nosso. Chama-se superconjunto Virgem e eu confesso que não sei se existe alguma ligação gravitacional entre os grupos de galáxias que fazem parte destas estruturas. É possível que sim, uma vez que a pressão gravitacional de vários milhares de milhões de estrelas é suficiente para afectar o espaço à sua volta em vários milhares de anos luz. Aqui estão representados os grupos locais num raio de 50 milhões de anos luz do nosso.

Nesta penúltima imagem encontramos cartografados os superconjuntos mais próximos do nosso, num raio de 500 milhões de anos luz. É quase impossível compreender a vastidão do que se encontra representado aqui. Basta dizer, com base nas imagens anteriores, que cada superconjunto compreende vários grupos locais de galáxias. As galaxias dispõem de tamanhos variáveis, podendo conter entre dez mil e cem mil milhões de estrelas, o que torna praticamente incomportável tentar calcular o número de corpos celestes que se encontram nas manchas brancas desta imagem.

Finalmente, na última imagem desta série, uma tentativa de cartografar o Universo visível. As manchas que podemos ver na imagem representam ajuntamentos de superconjuntos de galáxias. O alcance global desta imagem é de aproximadamente 15 mil milhões de anos luz, de forma a coincidir aproximadamente com a data do Big Bang, a partir do qual o Universo iniciou a sua expansão contínua e que ainda hoje prossegue. No centro encontra-se assinalado o superconjunto em que nos encontramos. A esta distância, já não nos definimos pelo nosso planeta, pelo nosso sistema solar, pela nossa vizinhança de estrelas, pela nossa galáxia, ou sequer pelo nosso grupo de galáxia. A uma distância tão longínqua, defininimo-nos pelo nosso superconjunto, uma entidade que contém literalmente triliões de estrelas e que não conseguimos de modo algum compreender. Com base na teoria de que o espaço-tempo é curvo, é possível pensar no Universo como circular e assim imaginar que se descolássemos do nosso planeta e prosseguíssemos pelas profundezas do espaço, passados vários milhares de milhões de anos luz regressaríamos ao ponto de partida. Porém, temos de ter em conta que o Universo nunca pára de se expandir, e que o tempo que demorarmos a percorrer 15 mil milhões de anos luz será suficiente para o Universo ter acrescentado outros 15 mil milhões de anos luz à sua dimensão. Até que poderá iniciar o seu processo de contracção, o chamado Big Crunch, e regressará ao que era antes do Big Bang, um minúsculo ponto infinitamente quente e denso, até que explodirá uma outra vez e dele irão emanar novas formas de matéria e anti-matéria, poeira espacial, hidrogénio, quasares, protões, electrões, fotões, neutrinos e tudo o mais que graças à força da gravidade mantém o nosso Universo em equilíbrio. Divirtam-se!


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