Ignorância dos povos
Sociedade da informação, dizem-nos. Dezenas de canais de televisão, tecnologia de ponta ao serviço das populações, acesso à internet disponível nas casas de cada vez mais pessoas [já são quase 700 milhões de utilizadores em todo o Mundo], intercâmbios cada vez maiores e mais rápidos de informação…
E no entanto, os povos continuam a ter quantidades enormes de massa ignorante, que desconhece a actualidade do seu próprio país e nem sabe localizar um topónimo simples num planisfério. Como é possível que, em países desenvolvidos, no século XXI, ainda exista um grau de credulidade tão elevado em relação a estereótipos e ideias feitas há dezenas de anos?
Não podemos culpar as tecnologias de informação, elas são neutras, são úteis para quem as sabe utilizar. De nada servem se quem está por detrás do teclado ou do écran não faz ideia nenhuma do que está a ver. Sem querer dar exemplos específicos, é inadmissível que existam tantos indivíduos que não sabem, não se interessam e não querem saber.
Quando isto sucede, é a nossa forma de vida que está em perigo. Porque a nossa sociedade baseia-se em relações de equilíbrio entre grupos, quando um grupo pura e simplesmente não se interessa pelo que se passa à sua volta, apesar de o material necessário estar todo à sua volta, abre caminho à sua submissão e eventual extinção às mãos do grupo dominante.
Agora já quero dar exemplos: portugueses que não sabem quais os membros da União Europeia, americanos que não sabem onde fica o Iraque, ingleses que não sabem que línguas se falam na Suíça, brasileiros que julgam que Coreia e Japão são a mesma coisa, canadianos que julgam que Portugal fica em África, cidadãos de qualquer país que não se importam de ter criminosos como chefes de governo, pessoas que não sabem para o que votam, pessoas que não querem votar, gente que gostava de ver justiça popular nas ruas, criaturas que seguem cegamente outras… a lista podia ser interminável.
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