9.10.06

O que chamam a isto?

Quando se chega a este ponto, compreendemos que não estamos na mesma posição. Os conceitos de democracia e de liberdade de expressão são universais e não estão sujeitos a interpretações erróneas. Um assassinato político não é típico de uma democracia, já o sabemos, mas aparentemente há senhores na Rússia que não sabem e para quem dirige um país que tem muito pouco a ver com qualquer dos nossos vizinhos europeus, o que nós chamamos de democracia não é o mesmo que ele pretende aplicar, ainda que o nome seja o mesmo.
Ao assassinar uma jornalista, é o próprio país que sai prejudicado, o seu nome, a sua credibilidade e a sua postura. Depois disto, quem pode levar a Rússia a sério? Um país que se diz democrático e onde situações de anarquia e de crime patrocinado pelo Estado fazem parte do quotidiano e onde uma situação de ruptura económica transitou para uma situação de oligarquia estatal mas onde os níveis de intimidação nunca desapareceram não se pode considerar como igual a nós.
Sejam quais forem as diferenças de concepção, nada justifica assassinatos políticos, nem este nem nenhum outro e através de acções como esta, a Rússia demonstra que não sabe o que é democracia, que não sabe gerir os seus problemas [ou não quer] e que não se podem reduzir as vantagens da transição democrática às receitas petrolíferas.

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