Míssil disparado
A Coreia do Norte tentou realizar um teste de um míssil Taepodong [ver post anterior sobre isto] mas o engenho acabou por se despenhar pouco depois do lançamento. Foram ainda lançados dois mísseis de curto alcance que caíram no Mar do Japão. Os EUA consideraram este acto como uma provocação [e logo no dia 4 de Julho…] e eu considero como uma tentativa da Coreia do Norte dizer “estamos aqui, não se esqueçam de nós”.
Nem eu nem ninguém em Washington sabe ao certo o que pretende Pyongyang com tudo isto, mas é possível que o falhanço do teste não tenha sido inteiramente acidental. Quando a Coreia do Norte não se sente levada a sério, pode realizar coisas como estas e após uma ameaça de “guerra nuclear” com os EUA caso estes atacassem o país com um ataque preventivo, o último estado estalinista do Mundo decidiu mostrar que estava a falar a sério quando diz que o seu programa de armamento existe e é para ser levado a sério.
Enquanto o Irão afirma não pretender de forma alguma utilizar a energia nuclear com fins bélicos, a Coreia do Norte não tem qualquer complexo ou problema em exibir ao Mundo o seu programa nuclear e os seus mísseis de longo alcance. Por mais hábil que Kim Jong-il seja, é bem provável que acabe por lhe sair tudo ao contrário. Os únicos países que ainda mantêm um relacionamento normal com a Coreia do Norte [China e Rússia] mostraram-se muito menos amistosos ultimamente a propósito do programa nuclear. O Japão sente a sua integridade em risco e não é por acaso que no início do século XXI decidiu reduzir o peso do pacifismo na sua doutrina de defesa nacional. A Coreia do Sul, o estado mais vulnerável no meio deste equação, acaba por ter de se voltar para os EUA.
Se é certo que seria preciso uma escalada terrível das tensões para que houvesse uma intervenção externa na Coreia do Norte, também é certo que Kim Jong-il arrisca-se a perder todo o apoio da próxima vez que tentar chamar a atenção do Mundo, com o propósito de manter o seu regime de pé.
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