Ad astra per aspera - II
Nota:este post era demasiado grande para ser colocado de uma só vez, por isso tive que o dividir, esta é a segunda parte que eu coloquei primeiro, para que a ordem no site seja tal como eu a escrevi.
O Universo oferece tantas possibilidades como o número de estrelas que nele existe, ou até mais! O nosso sistema solar é apenas um conjunto de 9 planetas, que gravitam em torno de uma pequena estrela, que nós de forma egoísta e pouco imaginativa chamamos apenas “Sol”, porque tínhamos a mania que éramos os mais importantes do Universo e que tudo girava à nossa volta! Todas as outras estrelas conhecidas têm um nome específico ou pelo menos um número de código. O nosso Sol, podem-se admirar alguns, é na realidade uma estrela anã, medindo pela massa e volume das outras incontáveis estrelas do nosso Universo.
A diversidade é tão grande que se encontram estrelas que vão desde o branco ao vermelho e até ao azul e roxo (estas, por sinal as mais quentes, cuja superfícies atingem os 55000ºC, ao passo que a temperatura na superfície da nossa estrela amarela é de “apenas” 5000-6000ºC.
Um aspecto particular da astronomia que me atrai é o do ciclo de vida das estrelas. Embora já não saiba tanto sobre este tema como já soube há cerca de 5-6 anos atrás, quando eu tinha mais tempo para me dedicar a esta área, a formação, a vida e a morte de uma estrela, que dura milhares de milhões de anos, é sem dúvida alguma uma amostra de quão fascinante o Universo pode ser.
Mesmo que se olhe apenas para as fotos do Hubble (e de outros telescópios) é impossível ficar indiferente às nuvens de gás e de poeira cósmica (cuja dimensão a nossa mente não consegue compreender) que se espraiam pelos céus negros em tons de laranja, verde, azul, vermelho e de outras cores, carregadas de hidrogénio e de outros componentes, congregando gravidade em torno de um núcleo que milhões de anos mais tarde irá ser a fornalha de uma estrela, que brilhará tanto ou ainda mais que a nossa, e cuja gravidade pode vir a atrair vários corpos celestes à sua órbita, alguns deles possuindo vida, quem sabe...
A morte de uma estrela como o nosso Sol é igualmente fascinante. As reacções produzidas no núcleo de uma estrela não se podem realizar sem hidrogénio (e provavelmente outras componentes, mas peço desculpa pela incorrecção científica, não sei tanto como gostaria!), quando este acaba, a estrela começa a expandir-se, absorvendo os corpos celestes mais próximos, a sua cor torna-se mais avermelhada, a sua produção de energia diminui e finalmente o gás que a constitui começa a dissipar-se pelo espaço, varrendo tudo à sua passagem. Este espectáculo impressionante vai ocorrer com o nosso Sol dentro de aproximadamente 5 mil milhões de anos (não me parece que lá chegaremos...), no final, a estrela em questão irá tornar-se numa pequena estrela anã branca, que com o tempo irá arrefecer tornando-se numa anã preta, sem brilho.
No entanto, este é apenas um dos fins possíveis, dependendo da massa ou da gravidade da estrela, há finais muito mais incríveis e violentos. Uma estrela gigante ou supergigante irá terminar a sua vida com uma explosão de proporções absolutamente inimagináveis chamada Supernova, com uma luz tão intensa que pode brilhar mais do que uma galáxia e com ondas de choque inclassificavelmente devastadoras. Apesar de incrível, este estado é apenas temporário, durando alguns meses, tal não é a quantidade de energia despendida.
Após a explosão, e mais uma vez dependendo da massa, a estrela pode ter dois fins diferentes, ou o seu núcleo subsiste, girando a uma velocidade elevadíssima e emite ondas de rádio (captadas pelos rádio-telescópios terrestres) com uma precisão absolutamente perfeita, tornando-se assim numa estrela de neutrões, ou “pulsar”, ou então, aquilo que toda a gente já ouviu falar, mas que muitos poucos sabem concretamente o que é (eu próprio NÃO estou incluído nesse grupo restrito), um buraco negro. Um buraco negro forma-se quando a massa e a gravidade no núcleo de uma estrela gigante são tão elevados após a explosão, que em torno do dito núcleo forma-se uma região de gravidade infinitamente elevada que arrasta tudo o que estiver nas suas imediações para o seu centro, a velocidade de escape é tão alta que a própria luz (a 300 000 km/segundo) é sugada sem possibilidade de escapar à sua atracção, daí o nome “buraco negro”, o próprio espaço/tempo é distorcido nesta região e o que nela acontece é impossível de saber. Será que iremos viajar no tempo? Será que seremos transportados para outro ponto do universo? Será que seremos pura e simplesmente esmagados pela força brutal da gravidade?
É sem dúvida estranho, para não dizer quase impossível, que a luz, reconhecida como a matéria mais veloz do universo, impossível de ultrapassar, seja amarrada e sugada para uma região da qual para escapar é necessário ultrapassar a velocidade de 300 000 km/segundo, esse “dogma” (arrisco-me a chamá-lo assim) da comunidade científica constitui, afinal, um falso ídolo face aos buracos negros. Por isso, pergunto eu, o que é um buraco negro? Cientificamente, o essencial já eu escrevi, mas isso não é desafio nenhum. O maior desafio está em tentar explicar como é que é possível neste Universo, que aparentemente se mantém coeso graças à gravidade, necessitar de uma velocidade superior à velocidade mais elevada possível para escapar não sabemos a quê! Serão os buracos negros erros no nosso universo, erros resultantes de estrelas demasiado pesadas? Ou serão eles formas de corrigir erros? Não serão um alerta para os nossos físicos e astrónomos que lhes diz que a luz pode não ser a matéria mais veloz do universo?
No que diz respeito aos buracos negros, eu não vou ficar por aqui, mais tarde, a propósito de outros assuntos, eu vou voltar a desenterrar este tema.
Mas agora, são horas de dormir...tenho as pálpebras pesadas e todas estas “viagens” cansaram-me a mente...se alguém leu este post todo até ao fim, não sei muito bem o que lhe hei de dizer, provavelmente uma de duas coisas: “muito obrigado e parabéns por me aturares!” ou então “arranja uma vida própria e não percas tempo a ler as divagações de um maluco que anda com a cabeça nas nuvens!” ou melhor, com a cabeça além das nuvens... ;)
Só quero acabar com mais dois pormenores, no final deste ano a sonda Cassini-Huygens irá atingir a órbita de Saturno. Enquanto Cassini permanecerá em torno do planeta gigante, Huygens será enviada à superfície de Titan, a maior lua das 22 que este planeta tem à sua volta. O motivo da missão não é nenhuma extravagância, a constituição de Titan e a sua atmosfera são semelhantes às da Terra, há milhares de milhões de anos atrás, analogamente será possível, de acordo com as mentes por detrás da missão, aprender mais sobre a História da vida no nosso planeta.
Por fim, desafio os meus colegas de turma a estabelecer um paralelismo entre o Universo e os seus fenómenos e as relações internacionais no nosso planeta, se quiserem, as relações dentro do nosso planeta como o microcosmos representativo do macrocosmos! Claro que posso só estar a dizer tretas...
Boa noite!
O Universo oferece tantas possibilidades como o número de estrelas que nele existe, ou até mais! O nosso sistema solar é apenas um conjunto de 9 planetas, que gravitam em torno de uma pequena estrela, que nós de forma egoísta e pouco imaginativa chamamos apenas “Sol”, porque tínhamos a mania que éramos os mais importantes do Universo e que tudo girava à nossa volta! Todas as outras estrelas conhecidas têm um nome específico ou pelo menos um número de código. O nosso Sol, podem-se admirar alguns, é na realidade uma estrela anã, medindo pela massa e volume das outras incontáveis estrelas do nosso Universo.
A diversidade é tão grande que se encontram estrelas que vão desde o branco ao vermelho e até ao azul e roxo (estas, por sinal as mais quentes, cuja superfícies atingem os 55000ºC, ao passo que a temperatura na superfície da nossa estrela amarela é de “apenas” 5000-6000ºC.
Um aspecto particular da astronomia que me atrai é o do ciclo de vida das estrelas. Embora já não saiba tanto sobre este tema como já soube há cerca de 5-6 anos atrás, quando eu tinha mais tempo para me dedicar a esta área, a formação, a vida e a morte de uma estrela, que dura milhares de milhões de anos, é sem dúvida alguma uma amostra de quão fascinante o Universo pode ser.
Mesmo que se olhe apenas para as fotos do Hubble (e de outros telescópios) é impossível ficar indiferente às nuvens de gás e de poeira cósmica (cuja dimensão a nossa mente não consegue compreender) que se espraiam pelos céus negros em tons de laranja, verde, azul, vermelho e de outras cores, carregadas de hidrogénio e de outros componentes, congregando gravidade em torno de um núcleo que milhões de anos mais tarde irá ser a fornalha de uma estrela, que brilhará tanto ou ainda mais que a nossa, e cuja gravidade pode vir a atrair vários corpos celestes à sua órbita, alguns deles possuindo vida, quem sabe...
A morte de uma estrela como o nosso Sol é igualmente fascinante. As reacções produzidas no núcleo de uma estrela não se podem realizar sem hidrogénio (e provavelmente outras componentes, mas peço desculpa pela incorrecção científica, não sei tanto como gostaria!), quando este acaba, a estrela começa a expandir-se, absorvendo os corpos celestes mais próximos, a sua cor torna-se mais avermelhada, a sua produção de energia diminui e finalmente o gás que a constitui começa a dissipar-se pelo espaço, varrendo tudo à sua passagem. Este espectáculo impressionante vai ocorrer com o nosso Sol dentro de aproximadamente 5 mil milhões de anos (não me parece que lá chegaremos...), no final, a estrela em questão irá tornar-se numa pequena estrela anã branca, que com o tempo irá arrefecer tornando-se numa anã preta, sem brilho.
No entanto, este é apenas um dos fins possíveis, dependendo da massa ou da gravidade da estrela, há finais muito mais incríveis e violentos. Uma estrela gigante ou supergigante irá terminar a sua vida com uma explosão de proporções absolutamente inimagináveis chamada Supernova, com uma luz tão intensa que pode brilhar mais do que uma galáxia e com ondas de choque inclassificavelmente devastadoras. Apesar de incrível, este estado é apenas temporário, durando alguns meses, tal não é a quantidade de energia despendida.
Após a explosão, e mais uma vez dependendo da massa, a estrela pode ter dois fins diferentes, ou o seu núcleo subsiste, girando a uma velocidade elevadíssima e emite ondas de rádio (captadas pelos rádio-telescópios terrestres) com uma precisão absolutamente perfeita, tornando-se assim numa estrela de neutrões, ou “pulsar”, ou então, aquilo que toda a gente já ouviu falar, mas que muitos poucos sabem concretamente o que é (eu próprio NÃO estou incluído nesse grupo restrito), um buraco negro. Um buraco negro forma-se quando a massa e a gravidade no núcleo de uma estrela gigante são tão elevados após a explosão, que em torno do dito núcleo forma-se uma região de gravidade infinitamente elevada que arrasta tudo o que estiver nas suas imediações para o seu centro, a velocidade de escape é tão alta que a própria luz (a 300 000 km/segundo) é sugada sem possibilidade de escapar à sua atracção, daí o nome “buraco negro”, o próprio espaço/tempo é distorcido nesta região e o que nela acontece é impossível de saber. Será que iremos viajar no tempo? Será que seremos transportados para outro ponto do universo? Será que seremos pura e simplesmente esmagados pela força brutal da gravidade?
É sem dúvida estranho, para não dizer quase impossível, que a luz, reconhecida como a matéria mais veloz do universo, impossível de ultrapassar, seja amarrada e sugada para uma região da qual para escapar é necessário ultrapassar a velocidade de 300 000 km/segundo, esse “dogma” (arrisco-me a chamá-lo assim) da comunidade científica constitui, afinal, um falso ídolo face aos buracos negros. Por isso, pergunto eu, o que é um buraco negro? Cientificamente, o essencial já eu escrevi, mas isso não é desafio nenhum. O maior desafio está em tentar explicar como é que é possível neste Universo, que aparentemente se mantém coeso graças à gravidade, necessitar de uma velocidade superior à velocidade mais elevada possível para escapar não sabemos a quê! Serão os buracos negros erros no nosso universo, erros resultantes de estrelas demasiado pesadas? Ou serão eles formas de corrigir erros? Não serão um alerta para os nossos físicos e astrónomos que lhes diz que a luz pode não ser a matéria mais veloz do universo?
No que diz respeito aos buracos negros, eu não vou ficar por aqui, mais tarde, a propósito de outros assuntos, eu vou voltar a desenterrar este tema.
Mas agora, são horas de dormir...tenho as pálpebras pesadas e todas estas “viagens” cansaram-me a mente...se alguém leu este post todo até ao fim, não sei muito bem o que lhe hei de dizer, provavelmente uma de duas coisas: “muito obrigado e parabéns por me aturares!” ou então “arranja uma vida própria e não percas tempo a ler as divagações de um maluco que anda com a cabeça nas nuvens!” ou melhor, com a cabeça além das nuvens... ;)
Só quero acabar com mais dois pormenores, no final deste ano a sonda Cassini-Huygens irá atingir a órbita de Saturno. Enquanto Cassini permanecerá em torno do planeta gigante, Huygens será enviada à superfície de Titan, a maior lua das 22 que este planeta tem à sua volta. O motivo da missão não é nenhuma extravagância, a constituição de Titan e a sua atmosfera são semelhantes às da Terra, há milhares de milhões de anos atrás, analogamente será possível, de acordo com as mentes por detrás da missão, aprender mais sobre a História da vida no nosso planeta.
Por fim, desafio os meus colegas de turma a estabelecer um paralelismo entre o Universo e os seus fenómenos e as relações internacionais no nosso planeta, se quiserem, as relações dentro do nosso planeta como o microcosmos representativo do macrocosmos! Claro que posso só estar a dizer tretas...
Boa noite!
2 Comments:
eeerrr, sem sequer ler a primeira parte do post até ao fim:
dizes que o Sol se irá transformar numa anã branca. Sim, mas antes já tinhas dito que o Sol é uma estrela anã. Uma vez que o termo "estrela anã" existe realmente, não deverias epitetar o actual Sol de anão, visto tratar-se de uma estrela de terceira grandeza (de 1 a 5). Posso estar a confundir, já me deixei de astronomia há muito mais tempo que tu ;) talvez seja terceira grandeza em brilho... mas fica aqui o reparo. "As reacções produzidas no núcleo de uma estrela não se podem realizar sem hidrogénio"...também acho que querias dizer hélio, que por sua vez se transforma em hidrogénio. Quando o desequilíbrio for insustentável, o processo de morte inicia-se. Novamente, sem certezas.
Não foram descobertas mais duas luas de Saturno recentemente? Se sim, seriam agora 24 :D. Bela maneira de falar dos buracos negros. À excepção do Carl Sagan, és o astrónomo mais poético que conheço ;) ou talvez não poético, mas apenas menos chato, hehe. Ouvi dizer que é teoricamente possível viajar no tempo...é algo a investigar, a ver se a teoria é realmente viável ou mera especulação. E também já ouvi algo sobre a forte possibilidade de se poder acelerar partículas até atingirem velocidades superiores à dos fotões.
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