Jogos Olímpicos
Não sei ao certo como devo começar este post.
A minha curiosidade levou-me a investigar as potenciais cidades candidatas aos Jogos Olímpicos de verão de 2016. O resultado foi muito variado, encontram-se possíveis candidaturas em toda a parte do Mundo. Cidade do Cabo, Nova Deli, Tóquio, Bangkok, Madrid, Moscovo, Chicago, Buenos Aires, Rio de Janeiro, Montréal...muitas candidaturas indefinidas e poucas certezas, ainda porque alguns países não elaboraram uma triagem entre as suas potenciais candidatas ao evento.
Houve uma que me chamou a atenção, nada mais nada menos do que Lisboa. Fiz uma investigação mais profunda e descobri que ainda nos últimos anos do século XX existiu uma proposta de candidatar Lisboa aos Jogos Olímpicos de 2008. O projecto não era realista e foi retirado. Mas, já no início do século XXI, eis que uma série de individualidades, sobretudo o Presidente do Comité Olímpico de Portugal, começaram seriamente a ponderar uma candidatura da capital portuguesa aos JO de 2016. Podem ler um artigo satírico sobre o assunto aqui.
Tenho 99% de certezas que a proposta já foi apagada, até porque os resultados das minhas buscas sobre a potencial candidatura começam em 2004 e terminam em 2005, o que me leva a concluir o seguinte: os dirigentes desportivos e políticos portugueses sempre gostaram muito de fantasiar com a ideia de grandes acontecimentos de renome mundial a decorrer em Portugal. Ainda na década de 1980, houve quem idealizasse o Mundial de 1998 em Portugal, segundo aquele artigo houve quem quisesse os Jogos Olímpicos de 2004 no Porto [estávamos em 1993], e entre 2004 e 2005, houve uma séria troca de ideias onde o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa deu o seu apoio a uma possível candidatura de Lisboa. Chegou mesmo a ser estabelecida uma data para o seu anúncio público.
Não tendo nada contra a candidatura [realista] da capital portuguesa a tais eventos, e partindo do princípio que a proposta já caiu num fosso mais fundo do que o buraco das obras do metro no Terreiro do Paço, afirmo o seguinte: tendo os Jogos Olímpicos de 2012 sido atribuídos a Londres, é altamente improvável que os de 2016 fossem atribuídos a Lisboa, uma vez que o COI aplica uma política de rotatividade entre os continentes que recebem os Jogos. Os dirigentes sabem isto muito bem, embora afirmassem que a não atribuição dos JO de 2012 a Madrid [candidata muito forte] aumentasse a hipótese de realizarmos os JO de 2016 em Lisboa. Por outro lado, e como nenhuma cidade candidata vence à primeira tentativa, é de criticar a queda pura e simples de Lisboa, uma vez que poderia ser uma rampa de lançamento para uma candidatura mais séria em 2020 ou em 2024.
Por outro lado, não sei se os dirigentes que tiveram esta ideia pensaram apenas do ponto de vista económico e na visibilidade que os JO poderiam trazer a Lisboa e ao país, ou se tiveram em conta a realidade desportiva em Portugla, uma vez que o fraco investimento que o estado português realiza nas modalidades que não sejam o futebol resulta num panorama bastante desolador, onde países mais pequenos [e mais pobres] do que Portugal ostentam uma colecção de medalhas exponencialmente superior e detêm infraestruturas bem mais desenvolvidas nesses aspectos. Por isto, não sei se o interesse era totalmente económico e/ou turístico ou se o desenvolvimento do desporto em Portugal foi uma das preocupações dos "ideólogos" desta proposta.
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