19.10.07

Super Mario RPG - a intro



Depois de no mês passado ter escrito sobre a chegada de uma verdadeira pérola à minha colecção de jogos, aqui têm um vídeo do mesmo - mais concretamente, um vídeo da introdução do Super Mario RPG, aquele que foi um dos jogos mais memoráveis do Super Nintendo e que nunca foi lançado na Europa. Não sou muito versado na arte de produzir vídeos e o resultado final poderia ser muito melhor - há um pequeno desfasamento entre o som e a imagem (cerca de 1 segundo) mas isso apenas se nota no início. A qualidade da imagem também poderia ser melhor, já que não é capaz de demonstrar como o jogo fica numa televisão a 60hz e com uma ligação através de um cabo RGB, mas de qualquer forma, dá para ter uma bela ideia. Divirtam-se!

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17.10.07

Turquia no Iraque?

Tudo indica que estamos próximos de uma entrada de tropas turcas no Iraque com o objectivo de perseguir os guerrilheiros do PKK que se refugiam no Curdistão iraquiano. O parlamento turco prepara-se para se pronunciar sobre o assunto e o resultado mais esperado é a aprovação, o que levanta sérias preocupações a nível global.

Tratando-se o Curdistão iraquiano da área mais estável do Iraque, a entrada de tropas turcas iria contribuir para desestabilizar a totalidade do país e criar mais uma frente de conflito no já conflituoso Médio Oriente. Em circunstâncias normais, talvez passasse mais despercebido - afinal, um Estado tem o direito de se defender, dentro dos limites legais.

Os EUA não gostam [nada] da ideia, mas depois da aprovação de uma moção na Câmara dos Representantes em Washington que reconhece o genocídio arménio, perderam bastante respeito aos olhos da Turquia - ainda que George W. Bush tenha tentado mostrado que não concorda com a dita moção. Convém ainda lembrar que a Turquia é um aliado vital para os EUA na região e que estes nunca poderiam manter a actual presença no Médio Oriente se não fosse o apoio da Turquia, nada disto abona a favor de Washington.

Embora já tenha sido reconhecido que a entrada de tropas turcas no Iraque não está iminente, basta a perspectiva de mais um interveniente no Iraque, e logo na região por onde é exportado o petróleo, para provocar arrepios na espinha de muita gente - e a [possível] consequência imediata foi a subida do preço do petróleo para valores históricos nas duas principais praças onde ele se negoceia. Mais uma demonstração de como eventos numa região que a maior parte das pessoas desconhece podem influenciar o quotidiano.

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15.10.07

O grande embuste nacional

Por motivos que me ultrapassam, todos os anos as televisões portuguesas (os três maiores canais, sem excepção) resolvem debitar uma série de horas sobre o grande embuste nacional – conhecido como “as aparições de Fátima”. Todos os países têm algo que roça o mítico mas que no fundo é um embuste – a Espanha teve a “Invencível Armada” (que não era espahola e que não era invencível), a Alemanha diz ter a melhor cerveja do Mundo (não tem, de maneira nenhuma), a América Latina tem o Che Guevara e seguidores (até o mito mais sólido é destruído quando recorre aos pelotões de fuzilamento) – Portugal tem as “aparições de Fátima”.

O que me chateia no meio de tudo isto é que Portugal é um estado laico, segundo a constituição (que é apenas a lei fundamental do país) e quando vemos a televisão pública (os privados que mostrem o que querem, se o mercado é rei nós podemos ver com mais facilidade que eles não prestam) a desperdiçar horas e horas com transmissões sobre inaugurações de igrejas – porque não mostram, já agora, inaugurações de sinagogas, mesquitas, templos hindus e centros comerciais? - e com historietas de russos que dizem dever a sua vida à sua fé nas “aparições de Fátima”, já para não falar do tempo de antena oferecido à igreja católica e que esta utiliza para lançar a sua propaganda, o que temos à frente dos nossos olhos é uma distorção daquilo que se conhece como “serviço público”.

Pior ainda, as chamadas “aparições de Fátima” são baseadas em testemunhos que de credíveis não têm rigorosamente nada e que resultam de uma hábil manipulação por parte da igreja católica – como eu já aqui referi há alguns tempos, trata-se da maior multinacional do mundo, possivelmente terão o melhor departamento de marketing do mundo – que fez coincidir um evento de carácter popular com a iminência da revolução de Outubro e com o regime republicano e anti-clerical português. No entanto, cada vez que são abordadas pelos media, são dadas como algo inquestionável. Referem-se sempre a elas como as “aparições de Fátima” e qualquer tentativa de discussão e/ou desmantelamento do embuste está fora da cobertura – para todos os efeitos, é-nos apresentada como uma verdade una e sólida, tão certa como a Terra andar à volta do Sol (coisa que a igreja demorou algum tempo a assimilar, o Galileo que o diga).

A conclusão é esta – a igreja aceitou uma laicização aparente do estado e da sociedade portuguesa, reduziu o seu peso político de jure e não levanta grandes ondas sobre a liberalização do aborto. No entanto, parece ter exigido algo em troca – e a mim parece-me que se trata da incorporação das chamadas “aparições de Fátima” na História de Portugal , como forma de manter presente a “consciência católica” da maioria dos portugueses e não colocar em risco uma das últimas réstias de religiosidade que a generalidade dos portugueses ainda mantém dentro de si. Em Portugal não abundam os católicos praticantes e o número de pessoas a frequentar as sessões de endoutrinação/propaganda (conhecidas vulgarmente como “missas”) decresceu consideravelmente ao longo dos últimos 30 anos. Contudo, o “factor Fátima” está presente numa camada substancial da população portuguesa e se ainda existe alguma ligação forte entre essa camada da população e o fenómeno religioso, é devido ao teatro montado em torno de três miúdos que há 90 anos afirmaram ter visto uma imagem mais brilhante do que o Sol (e nem sequer ficaram cegos...”milagre”, diz a igreja....mas essa é a desculpa do costume), a partir daí tratou-se de gerir a dinâmica que o fenómeno criou e este acabou por engolir uma parte vital da consciência nacional. Num país onde a maior parte das pessoas prefere rezar a imagens (idolatria, coisa que os protestantes abominam) e a figuras específicas do que à divindade suprema da religião que seguem, a igreja soube forjar um mito que fosse ao encontro das aspirações e dos anseios das pessoas (na altura largamente analfabetas e ignorantes) e estabeleceu uma ligação entre uma grande parte dos portugueses e esse fenómeno conhecido como catolicismo. E dá dinheiro também, não esquecer!

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7.10.07

Detidos 17 membros do Batasuna

O juiz espanhol Baltazar Garzón, que deve ser o magistrado com a maior carga de trabalho em toda a Europa, acaba de enviar para a prisão 17 membros do Batasuna, a face política da ETA que foi recentemente ilegalizada, o que levou a que o movimento considerasse o acto como uma declaração de guerra.

No entender do magistrado, o Batasuna não mostra vontade em acabar com a violência e é apenas um instrumento da ETA na forma como esta atinge os seus fins.

Não sei que legitimidade pode ter uma organização terrorista, cujos membros cometem homicídios em primeiro grau mas se não existisse apoio - quer deliberado, quer forçado - por parte de indivíduos importantes, a ETA já faria parte do passado. Reclamar a independência, embora de forma velada, de uma região como o Euskadi, uma das mais desenvolvidas de Espanha e a mais autónoma da Europa, através de atentados e assassinatos dificilmente encaixa na categoria de organização que defende a democracia.

Baltazar Garzón já demonstrou que é capaz de agarrar assuntos sensíveis, esperemos em nome da democracia e do cumprimento da lei que este processo vá até ao fim.

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